Tecnologia que detecta armas à distância é atração em feira

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Plantão INFO

Uma câmera que detecta objetos escondidos sob a roupa e a até dez metros de distância, sem “despir” as pessoas, pode ajudar o Brasil a garantir a segurança na Copa do Mundo de 2014 e nos Jogos Olímpicos de 2016.

 

Desenvolvida por pesquisadores britânicos, a câmera pode identificar desde homens-bomba até pessoas que escondem armas e drogas sob a roupa, sem a necessidade de obrigá-las a passar por aparatos como o raio X.

Trata-se do ThruVision TS4, um scanner desenvolvido pela empresa britânica Digital Barriers, que se transformou em uma das atrações da Feira Internacional de Defesa e Segurança LAAD, o maior evento do setor na América Latina e que foi realizada no Rio de Janeiro.

 

A Digital Barriers, que expôs a tecnologia pela primeira vez em uma feira internacional, negocia sua venda ao Brasil para ajudar na segurança dos próximos eventos no país, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude.

 

“Estamos em negociações com organismos de segurança do Brasil para que possam usá-lo a partir deste ano, mas não podemos dar mais detalhes”, disse à Agência Efe Christopher Bollinghaus, diretor-executivo da empresa britânica, no pavilhão do Reino Unido na feira do Rio.

 

O executivo afirmou que, apesar de seu recente lançamento, o ThruVision já foi vendido a alguns países, especialmente para ser usado em lugares com grandes aglomerações, como aeroportos, estações de metrô e estádios, mas também em postos da alfândega.

 

“A principal vantagem é que é uma tecnologia passiva, já que não ameaça a saúde de ninguém nem viola a intimidade das pessoas”, afirmou Bollinghaus ao explicar que o scanner capta objetos que estão sob a roupa, sem exibir as partes íntimas das pessoas, como ocorre com tecnologias similares que geraram grande controvérsia.

 

Isso acontece porque, ao invés de emitir raios para detectar o que as pessoas escondem, o ThruVision capta a energia natural irradiada pelas pessoas e, dessa forma, identifica objetos que bloqueiam esse sinal.

 

Por essas características, o equipamento pode ser usado para detectar, em tempo real, objetos de qualquer tamanho, inclusive pó, gel e líquidos escondidos sob várias camadas de roupa e a uma distância que varia de quatro a dez metros, de acordo com o tipo de material.

 

O equipamento é portátil e compacto e transmite imagens de alta qualidade em uma tela instalada em um centro de controle.

 

A tecnologia, capaz de scanear pessoas inclusive em movimento, foi desenvolvida originalmente pela empresa ThruVision System e sua patente adquirida pela Digital Barriers no ano passado.

 

“A tecnologia exigiu vários anos de trabalho de pesquisadores do governo britânico e originalmente era destinada a medir o buraco na camada de ozônio, mas a adquirimos para usá-la em aplicações de segurança”, segundo Bollinghaus.

 

O executivo comentou que a tecnologia ainda não estava na lista dos Jogos Olímpicos que Londres organizou no ano passado, mas que pode servir para os grandes eventos que terão como sede o Brasil.

 

Parte dos equipamentos que a Grã-Bretanha expôs na feira de Defesa do Rio foram usados nos Jogos Olímpicos de 2012 e podem ser adotados para os de 2016, explicou à Agência Efe o coordenador do pavilhão britânico, Adam Thomas.

 

O executivo acrescentou que, além das negociações com os organismos brasileiros, também tem conversas adiantadas com empresas interessadas em produzi-lo no país.

 

“A tecnologia é britânica e estamos abertos para formar alianças com possíveis parceiros para fabricá-la localmente”, disse.

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Lourdes Nassif

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