Bolsonaro nega corrupção e trata suspeitas na compra da Covaxin como invenção da mídia

Suspeitas envolvendo compra superfaturada são minimizadas pelo presidente, que afirmou que não irá responder a "perguntas idiotas" da imprensa sobre o caso

Jornal GGN – Negacionista profissional, o presidente da República, Jair Bolsonaro, negou na manhã desta quinta (24) que exista algum caso de corrupção no governo federal durante seus dois anos e meio de mandato. Mesmo diante de uma avalanche de suspeitas envolvendo a compra superfaturada da vacina Covaxin, levantadas pela CPI da Covid com ajuda, inclusive, de um deputado da base do governo, Bolsonaro tratou o escândalo como mera invenção da mídia.

“Para a tristeza de alguns, o Governo que está completando dois anos e meio sem uma acusação sequer de corrupção. Não adianta inventar vacina, porque não recebemos uma dose sequer dessa que entrou na ordem do dia da imprensa ontem”, afirmou Bolsonaro. O presidente ainda indicou que não irá mais se manifestar sobre o caso porque não é obrigado a dar satisfação nem responder a “perguntas idiotas” da imprensa.

Enquanto Bolsonaro nega que comprou ou mesmo que exista corrupção na aquisição da Covaxin, os grandes jornais noticiam ao mesmo tempo que o governo federal está estudando uma maneira de cancelar o acordo assinado para receber 20 milhões de doses do imunizante em 25 de fevereiro de 2021. Naquele dia, o próprio Ministério da Saúde anunciou o contrato de 1,6 bilhão de reais à imprensa. As primeiras doses estavam previstas para chegar em março, mas isso não ocorreu. Ainda que chegasse, a vacina não tem autorização da Anvisa para ser aplicada na população.

A compra da Covaxin vem sendo investigada na CPI da Covid no Senado por inúmeros indícios de corrupção. O imunizante é o mais caro entre todos os que foram comprados pelo governo Bolsonaro. E o que precisou de menos tempo de negociação. Também foi o único negócio onde teve uma pressão fora do incomum no servidor responsável por assinar a nota fiscal e acompanhar a importação. Luis Ricardo Miranda, que é irmão do deputado Luis Miranda (DEM), achou a pressão suspeita e decidiu denunciar o esquema ao próprio Bolsonaro, que não fez nada a respeito.

A CPI agora está no rastro de uma offshore que seria usada para o pagamento antecipado cobrado pela empresa que negociou a Covaxin em nome da Bharat Biotec – outra extravagância que não aconteceu com nenhuma outra vacina, pois as ofertas foram feitas ao governo brasileiro pelos fabricantes, sem necessidade de “empresa atravessadora”, nas palavras do senador Renan Calheiros.

A CPI vai ouvir os irmãos Miranda na sexta (25). Ameaçados pelo secretário da Presidência, Onyx Lorenzoni, o deputado Miranda prometeu entregar informações que vão abalar a República.

Além disso, a Precisa pertence ao empresário Francismo Maximiano que tem ligação com outra companhia investigada por corrupção na área da Saúde, a Global.

Assista ao vídeo abaixo para entender o caso:

Redação

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