Caso Evandro: “Arrancaram a minha dignidade e destruíram minha família”, diz Osvaldo Marcineiro na TVGGN

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Luís Nassif entrevista Osvaldo Marcineiro e Beatriz Abbage, reconhecidos como inocentes no caso Evandro 31 anos após o crime. Confira

Imagem: Reprodução/TVGGN Justiça

O programa TVGGN Justiça, exibido na noite desta sexta-feira (17), no Youtube, foi marcado por um relato emocionante de Osvaldo Marcineiro, reconhecido como inocente no caso Evandro, 31 anos após o crime que chocou o país com a morte de um menino de 6 anos.

Arrancaram minha dignidade, arrancaram minha liberdade, destruíram minha família. A única coisa que não me arrancaram foi a minha fé. A minha fé sempre me manteve forte. Cada vez que batiam na grade eu achava que tinha chegado a liberdade e eu sabia que uma hora ou outra ia aparecer”, declarou Marcineiro, principal acusado do crime, ao jornalista Luís Nassif.

O caso Evandro ganhou projeção por meio do trabalho investigativo do jornalista Ivan Mizanzuk e, recentemente, sofreu uma revisão criminal pelo Tribunal de Justiça do Paraná, e entendeu que os acusados foram torturados para confessar o crime e que derrubou as condenações.

As fitas que gravaram as sessões de tortura foram trazidas à tona pelo jornalista, entrevistado pela TVGGN em 2020 [confira]. “Se analisar bem o enredo da fita, na hora não sabia o que falar e falei ‘eu que matei’ e alguém cochicha ‘não, não foi você’. Eu falei 11 vezes que matei sozinho e 14 vezes alguém falou não foi você. Isso está nas fitas“, explicou Marcineiro.

O senhor deve conhecer o Artigo 5º [da Constituição Federal]. Eu nunca conheci esse Artigo, que diz que os presos tem direitos, tem que receber um mandado de prisão, tem direito de ficar calado, a fazer um telefonema e comunicar a família. Eu nunca conheci nada. Nós fomos raptados e torturados“, disse. “Falavam para mim que o único direito que tinha era não ter direito a nada. Tudo que a Constituição garante para uma pessoa nós não tivermos“, acrescentou Marcineiro.

À época do crime, Marcineiro era pai de santo, sacerdote de religiões afro-brasileiras, e foi acusado junto com outras pessoas, taxados como os “bruxos de Guaratuba”, de terem supostamente praticado um “ritual de sacrifício” contra o menino Evandro Ramos Caetano. “A gente diz que em vez de ser um ritual macabro, foi uma invenção macabra que fizeram em cima da gente“, completou.

O programa desta sexta também contou com a participação da inocentada Beatriz Abbage e do advogado que pediu a revisão criminal do caso, Antônio Figueiredo Basto. Confira trecho da entrevista:

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Ana Gabriela Sales

Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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  1. Coloquei comentário em outro posto sobre o aumento (ou se notícia mais)do envolvimento de policiais em crimes de todo dia. Mas tá evidente que é antigo. Agora, pq fazem isso? Certeza de impunidade ou psicopatia?

  2. Coloquei comentário em outro posto sobre o aumento (ou se notícia mais)do envolvimento de policiais em crimes de todo dia. Mas tá evidente que é antigo. Agora, pq fazem isso? Certeza de impunidade ou psicopatia?

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