Aquiles Rique Reis
Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.
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CD de Lúcia Menezes, um álbum incomum, por Aquiles Rique Reis

“Quando a Égua Esfrega o Bode” (Eduardo de Menezes Macedo), cantando com a teatralidade que a distingue, Lúcia Menezes mostra aptidão para cantar qualquer gênero musical. Sacramentando seus atributos, ela expõe ser uma cantora liberta.

Um álbum incomum

por Aquiles Rique Reis

Fiquei encafifado ao ouvir Até Que Alguém Me Faça Coro Pra Cantar na Rua (Atração), o CD de Lúcia Menezes. Cearense de Itapipoca, seu repertório e sua voz não se prendem a um, nem a nenhum gênero musical. Canta tudo por prazer.

Assim, ao cantar, ela nos presenteia com o gosto prazeroso da voz de uma intérprete que não se impõe limites vocais nem instrumentais: simplesmente escolhe-os e os ajunta, refletindo a sabedoria das escolhas.

“E Bateu-se a Chapa” (Assis Valente) traz a voz de Lúcia em cadência bem brasileira. Sua interpretação revela o feliz predicado de adequar sua voz de acordo com o que canta, o que faz ajustando o seu timbre a cada música selecionada.

 “Quando a Égua Esfrega o Bode” (Eduardo de Menezes Macedo), cantando com a teatralidade que a distingue, Lúcia Menezes mostra aptidão para cantar qualquer gênero musical. Sacramentando seus atributos, ela expõe ser uma cantora liberta.

“Forró do Beliscão” (Ary Monteiro, João do Vale e Leôncio) vem, e com ele a incrível teatralidade da voz de Lúcia. O arranjo e o violão, ajuntados à batera, percussão, sanfona e flauta, soam como se estivessem num forró, calçando velhas alpercatas de couro empoeiradas.

“Caatinga Seca” (Eduardo de Menezes Macedo), um tocante lamento sertanejo, inicia ad libitum.

Em “Pra Incendiar Seu Coração” (Moraes Moreira e Patinhas), enquanto a sanfona resfolega na pisada da zabumba e no duo da flauta, o couro come bonito.

Assim, ó: Lúcia gira com as músicas do álbum, como num caleidoscópio. E eu, que já simpatizara com as músicas cantadas no formato, digamos, teatral, vibrei também com cada uma das outras.

Mas olha só, confesso: com a voz em nuanças multiteatrais, Lúcia Menezes encarna personagens múltiplos e me arrebata.

Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4

Ficha Técnica:

produção: José Milton

produção executiva: Nelson Silveira

repertório: Lúcia Menezes, Nelson Silveira e José Milton

arranjos e regências: Cristóvão Bastos e João Lyra

gravação e mixagem: Mario Jorge Bruno

assistentes de gravação: Rafael Rui Castro e Thomaz Kopenakis

edição digital: Daniel Alcoforado

masterização: Ricardo Essucy

coordenação de estúdio: Eusa Alves

arregimentação:  Flávia Barbosa

apoio à produção: Ariana Cruz

supervisão de estúdio: José Sartori (Magro)

afinação piano: Guthenberg

fotografia: Leo Aversa

figurino: Lino Villaventura

projeto Gráfico: Bold°

direção de design: Leo Eyer

design gráfico: Matheus Siqueira e Rodrigo Moura

coordenação de Design: Vivianne Jorás

www.luciamenezes.com.br

Instrumentistas:

piano: Cristóvão Bastos

baixo: Jamil Joanes

sanfona: Adelson Viana

clarinete: Rui Alvim

violão: João Lyra

violão 7 cordas: Rogerio Caetano

bateria: Renato Massa

zabumba: Durval

afoxé, tamborim, Pandeiro, ganzá, caixeta, Block Ckine: Zé Leal

flauta: Antônio Rocha

clarinete: Rui Alvim

baixo: Jamil Joanes

bateria: Jurim Moreira

ganzá: José Gomes Viana

rabeca: Samuel Sampaio e Paulinho Lima

triângulo: Zé Gomes

piston: Nailson

caixa: Renato Massa

zabumba: Durval

ganzá: Zé Gomes

fender: Camilla Dias.

Aquiles Rique Reis

Músico, integrante do grupo MPB4, dublador e crítico de música.

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