Justiça determina que PM desocupe casas no Complexo do Alemão

 
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
 
Atualizada às 15h39
 
Jornal GGN – A juíza Roseli Nalin, titular da 15ª Vara de Fazenda Pública da Capital, determinou que a Polícia Militar desocupe imediatamente as residências do Largo do Samba, no Complexo do Alemão. Em sua decisão, a magistrada afirma que “o Comando Militar não pode violar os direitos humanos, representando ofensa à proteção constitucional do domicílio, além da integridade física e à segurança”.
 
A decisão atende a uma ação civil pública da Defensoria Pública do Rio de Janeiro. As casas foram tomadas pelos PMs da Unidade de Polícia Pacificadora em fevereiro, para servir como postos de vigilância.

 
No entanto, representantes da defensoria, da Ordem dos Advogados do Brasil e da Assembleia Legislativa constataram que todas serviam de moradia, ao contrário do que foi dito pela polícia. 
 
Em audiência pública realizada na última segunda-feira (24), o tenente-coronel Marcos Borges afirmou que as casas seriam devolvidos para seus moradores no dia seguinte, mas os defensores públicos verificaram que os imóveis ainda estavam ocupados pela PM.A Defensoria diz que entrou com a ação após esgotar “todas as possibilidade de solução amigável perante o Estado.
 
“O quadro de recorrentes violações de direitos fundamentais dos moradores do conjunto de favelas do Complexo do Alemão é fruto tanto da falta de planejamento nas ações policiais que levem em consideração a proteção de seus moradores quanto de uma cultura permissiva de variados abusos e desrespeito em relação à população pobre e majoritariamente negra que ocupa as regiões periféricas da cidade”, afirmam os defensores públicos Fabio Amado e Livia Casseres.
 
Na audiência pública realizada na segunda-feira, Casseres afirmou que a invasão de casas para uso com base militar não é uma conduta legal. “É uma conduta ilícita, com violação dos direitos fundamentais daqueles moradores”, diz Lívia. 
 
Por outro lado, o comandante da UPP Nova Brasília, major Leonardo Zuma, alega que não houve invasão de domicílio já que “não havia ninguém morando ali”.
 
Um dos moradores que sofreu com a ocupação da laje de sua casa por policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) é o pastor Jorge Félix, morador do Alemão há 23 anos, mas que precisou se mudar para outro bairro, por causa dos constantes tiroteios.
 
“Eu tive a minha casa invadida, ilicitamente, fui procurar como tirar o pessoal de lá e não teve resposta desde o dia 7 de março. Ficam seis policiais todos os dias na laje, onde é a área de lavar roupa. Eles alegam que o momento é de guerra e têm ordem superior para ficar lá”, afirmou o pastor Jorge Félix, um dos moradores que sofreram com a ação dos policiais. 
 
“Disseram que só iriam sair após a instalação da cabine blindada no local. Ninguém aguenta mais morar lá. Eu saí porque a minha família já não estava suportando psicologicamente”, afirmou Félix, que morava há 23 anos no Alemão, mas se mudou para o bairro de Campo Grande, na zona oeste, em razão dos tiroteios constantes.
 
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Redação

5 Comentários

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  1. Essa ocupação estava

    Essa ocupação estava interferindo na distribuição, ficando uma situação insuportável para a clientela.

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    será que o moro é cliente do aécio? a escorte girl deve di saber…

    Resultado de imagem para moro alckmin serra aecio

     

     

  2. A Elite opressora resolveu esculachar o cidadão humilde!

    Invasão de domicilio. desrespeitos aos moradores das periferias

    Congresso podendo tomar  terra de indio,

    Consticionalização do regime análogo ao escravo.

    Fim da Previdência Pública.

    Entrega dos impostos arrecadados aos aplicadores finaceiros nacionais e internacionais.

    com a duplicação da taxa de juros reais que já era absurda.

     

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