Brasil: uma história para que não nos esqueçamos de nossa história

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Graziano Nardis

Prezados aproveito para recomendar o documentário a seguir para que não nos deixe conduzir pela falha de memória que permite através da complacência o retorno e a instalação progressiva dos horrores contidos na história (ainda sem reparação) do Brasil Casa Grande Senzala que ainda canta nos guetos, becos e vielas e por vezes em praças públicas diante das câmeras:

 

Brasil: uma história inconveniente

(Descritivo no Youtube)

Além das comemorações que estão acompanhando o “Brasil 500 anos”, esse momento deve ser também, uma oportunidade de reflexão histórica, principalmente por parte de setores que nesses 5 séculos se fortaleceram, em detrimento da maioria da população, ontem indígena, negra-escrava e hoje representada por uma imensa camada de miseráveis e excluídos da “democracia” e do “Estado de Direito”.

Uma das principais instituições ao longo de nossa história é a Igreja Católica. Presente no Brasil desde os primórdios do período colonial, a Igreja quase sempre esteve ao lado do poder, quer na Colônia, no Império ou na República. 

Os primeiros representantes da Igreja Católica, os padres jesuítas, chegaram ao Brasil em 1549, com o primeiro Governador Geral, Tomé de Souza, e fundaram o primeiro bispado na cidade de Salvador, então capital da colônia. 

A expansão da Igreja acompanhou a própria expansão da colonização na medida em que, a cada nova Vila fundada, uma capela era erguida.

No entanto, a principal ação dos jesuítas deu-se frente aos indígenas, que deveriam ser catequizados como parte do movimento de Contra Reforma, que seguindo as decisões do Concílio de Trento, procurava expandir o catolicismo para os vários povos de todos os continentes. A ação de catequese junto aos índios foi possível na medida em que a Igreja de Roma havia chegado a conclusão de que os silvícolas possuíam alma, portanto poderiam ser salvos.

A partir de então, os jesuítas preocuparam-se em levar aos povos indígenas os ensinamentos cristãos e para isso foram organizadas as missões ( ou reduções) onde os indígenas aprendiam a língua portuguesa, os costumes e a moral católica, aprendiam ainda a trabalhar com os instrumentos trazidos pela nova cultura, apresentada como superior e responsável pela desagregação de várias tribos.

A força e influência política dos jesuítas e os interesses no tráfico de escravos negros, fez com que o Estado proibisse a escravidão indígena, permanecendo porém essa possibilidade a partir da “guerra justa”, responsável pela escravidão do índio, mesmo que em menor número quando comparado com a escravidão negra.

A presença do jesuíta também teve grande importância nas cidades coloniais, onde as poucas escolas que existiam eram controladas por eles. Dessa forma, os filhos dos fazendeiros eram educados pelos padres e em parte essa situação reproduzia o que ocorria na metrópole, homens que ocupariam cargos públicos, explicando a atitude do Marquês de Pombal em 1759, que expulsou os jesuítas de Portugal e de todas as suas colônias.

Durante o Primeiro Reinado (governo de D. Pedro I entre 1822 e 1831), a Constituição outorgada de 1824, determinou o catolicismo como religião oficial, ou seja, imposta e controlada pelo Estado, sendo que esta situação foi mantida até a Proclamação da República.

No dia 20 de março o jornal Folha de São Paulo conseguiu uma cópia de um documento guardado sob sigilo pela Igreja Católica no Brasil. Trata-se de uma carta de 21 páginas que circula desde o começo de março entre os bispos que formam o episcopado brasileiro.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. O Brasil como Nação é produto

    O Brasil como Nação é produto de tres forças centrais: A Igreja Catolica, a Coroa Portuguesa e o Exercito, nascido na Batalha de Guararapes. São essas as forças que como LOCOMOTIVAS puxaram os vagões. É claro que sempre há o povo mas assim é tambem na historia de todos os Imperios, a Historia é arquitetada pelos lideres enquanto o povo é sujeito passivo dessa liderança mas determinante no longo prazo.

    A Igreja, a Coroa e o Exercito estão presentes na construção do Pais em todos seus momentos. Quando a Republica foi implantada pelo Exercito em 1889 o Pais já estava construido como Estado, aliás em 1889 era o mais poderoso e respeitado das Americas depois dos EUA, o Mexico nem tinha suas fronteiras definidas e ainda foi invadido pelos EUA em 1917, as Republicas hispanicas era considerados paises de 3ª classe sem importancia geopolitica, o Imperio do Brasil

    era grandioso e respeitadissimo, com fronteiras e instituições completamente definidas.

     

  2. Incoveniente

    Não concordo com o título, pois história é história,  fatos dos quais não se pode escamotear.

    Todas as nações nasceram e se constituiram a partir de histórias trágicas, e por isso mesmo não podem ser escondidas, para que não se repitam os erros.

    Essa história é muita mais comprometedora para os portugueses, que apesar de não terem cometido as atrocidades dos espanhois dizimando deliberadamente civilizações inteiras, não tiveram a preocupação de avaliar o que acabavam de achar; pois foi, simplesmente, um achado.

    Agora, os tempos eram completamente outros e como, então, exigir de pessoas de outra época totalmente diversa da nossa virtudes de valores que não eram próprias da época.

    Muito bom o material trazendo muitas informações.

     

  3. No dia 20 de março o jornal

    No dia 20 de março o jornal Folha de São Paulo conseguiu uma cópia de um documento guardado sob sigilo pela Igreja Católica no Brasil. Trata-se de uma carta de 21 páginas que circula desde o começo de março entre os bispos que formam o episcopado brasileiro. 

    Cadê o resto do  texto? E a referida carta, de que se trata?

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