Marcos Mion tem razão em relação à frase de Lula, por Luis Nassif

Lula deve desculpas pelo escorregão dado a todas as pessoas com deficiência, mental ou intelectual, e suas famílias, a todos os educadores e demais profissionais que, ao longo dos últimos anos - especialmente nos governo petistas -, conseguiram transformar a educação inclusiva em uma bandeira vitoriosa.

Uma frase de Lula sobre pessoas com deficiência mereceu destaque na home de O Globo, com condenações de Marcos Mion, um influenciador televisivo que criou boa imagem cuidando de um filho autista.

Confesso que meu primeiro movimento foi de crítica a Mion, especialmente pelo espaço que deu a Jair Bolsonaro, quando este meramente confirmou uma lei de apoio aos autistas, de autoria de uma deputada petista. Não há judtisificativa para o fato de servir de escada para um genocida.

Nao há termos de comparação para este tema entre Lula e Bolsonaro. Sob Lula, Fernando Haddad montou a mais importante política inclusiva da história, colocando 900 mil crianças com deficiência na rede formal de ensino.

Já Bolsonaro afirmou que educação inclusiva nivela por baixo, e, no seu governo, deu o comando das políticas para deficientes a APAES e grupos religiosos.

Aí fui assistir a fala de Mion no Twitter. E não há como não concordar. A fala de Lula, ligando os crimes a pessoas com deficiência é de um preconceito e violência absurdas com as pessoas deficientes.

O capacitismo, que Mion menciona, é a versão, para pessoas com deficiência, do preconceito do racismo, do machismo, da misoginia. Sua crítica é perfeitamente pertinente.

Lula deve desculpas pelo escorregão dado a todas as pessoas com deficiência, mental ou intelectual, e suas famílias, a todos os educadores e demais profissionais que, ao longo dos últimos anos – especialmente nos governo petistas -, conseguiram transformar a educação inclusiva em uma bandeira vitoriosa.

Luis Nassif

25 Comentários

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  1. Lula falou uma barbaridade que bolsonaro assinaria em baixo. Agora será que não há uma alma no entorno dele com coragem de lhe dizer cara a cara para pedir desculpas o mais rapido possível? Ou pior : alguém ate o alerta, mas lula nao lhe dá ouvidos.

  2. Tempos modernos para um orador nem tanto * Foi só depois de ver o vídeo do Mion que descobri que o termo deficiente mental é pejorativo, agora o correto é deficiente intelectual, que até até então eu atribuiria a quem é popularmente chamado de xucro, grosso, burro e por aí vai. * Vai chegar um tempo em que teremos que voltar a escola como se fosse para aprender um novo idioma, estamos em tempos de novilígua e oradores não tão modernos como o Lula terão que pregar um postit nas duas mãos, não para orientá-lo sobre o eixo do discurso, mas sobre as palavras e termos que foram banidos do léxico e que levarão o orador a ser queimado vivo se for dita. Tá puxado, tá difícil. * Lula usa um termo popular do parafuso para se referir aos agora deficientes intelectuais para dizer que 15% deles como diz pesquisas que tem problemas e que portanto mais de 30 milhões de pessoas responsáveis pela violência. Talvez essa fala devesse acompanhar de outra que está arraigada no seio da sociedade em todo o mundo, a de que todo louco é potencialmente violento. * Voltando a questão das nomenclaturas, pergunto aos vigias das falas alheias: Se deficientes intelectuais são os antigos deficientes mentais, como devo chamar Bolsonaro e seus fanáticos, pois imagino que de deficientes intelecyuais não vou mais poder…poderiam me orienta, por favor?*

  3. Isso aí,Nassif! O que deve nos distinguir das hordas extremistas é o apelo à razão, fugindo à armadilha de transformar tudo em guerra de narrativas. É com gestos maduros como esse que se constrói pontes e se promove real formação política.

    Por falar em formação política, que tal convidar Frei Beto pra falar do plano do governo de reestabelecer núcleos de formação política e educação popular?

  4. As pessoas têm que entender que Lula é um ser humano também, e como todo ser humano também comete erros. Porém, daí a compará-lo com Bolsonaro é uma grande injustiça! Não se pode comparar um democrata como Lula, que sempre pautou a sua trajetória política pela defesa dos direitos sociais, inclusive das pessoas portadoras de deficiência (como o próprio texto acima confirma), com um político de extrema-direita, fascista, genocida e miliciano, como Bolsonaro.

  5. Um presidente tem de ter cuidado com o que fala.

    Uma saída é falar pouco e deixar as declarações para o porta-voz que vai falar de forma apropriada.

    Repare que os líderes das principais democracias falam pouco e mesmo assim sai muita batatada.

    Mas Lula parece estar cercado só de bajuladores fica se achando infálivel.

    Lhe falta um “Grilo Falante” …

  6. Não sei o que Lula disse mas sei que em 580 dias de isolamento do mundo uma pessoa perde 1/3 de capacidade de acompanhamento e atualização. Ela não vai saber o que é LGBTQIA+ (porque eu também não sei), tampouco saberá que cego virou deficiente visual e deficiente visual já não pode ser mais cego, porque ele não é deficiente, é somente privado de um sentido. Que a lei que dizia sobre “loucos de todo gênero” é ofensiva; que homem que se veste de mulher é mulher, e não um homem travestido de mulher ; que mulher que se veste de homem é homem e não uma mulher travestida de homem; que débil mental não é nem débil e nem mental. Tem que se informar sobre a novilíngua, sob pena de ser legalmente punido por assédio moral, preconceito, discriminação…É precisamos nos atualizar. E Mion só ficou sensível quando a realidade tocou a sua vida.

  7. Boa tarde!
    O Lula está se perdendo por falar demais!
    Nas gestões anteriores havia pessoas sensatas no seu entorno o que, certamente, o impedia da falar tolices. Infelizmente esses pessoas não estão no atual governo. Alguns faleceram (Marco Aurélio Garcia), outros se afastaram ou foram postos de lado.
    Ainda há tempo para fazer uma correção de rota para impedir a volta da direita fascista.

  8. Marcos Mion está certo nesse caso específico? Está. Lula falou bobagem? Falou. Isso posto, pergunto ao GGN: Por que dar tamanha importância à opinião do apresentador, que nada sabe (ou parece nada saber) dos desdobramentos dessa questão durante os governos petistas, a ponto de entoar loas a um aproveitador como Bolsonaro, como se deste houvesse partido qualquer iniciativa nesse setor? É provável (é certo, é indubitável, etc., etc., etc.) que nenhum outro chefe de governo tenha falado tantas bobagens, asneiras, estupidezes, idiotices, preconceitos, sandices, cavalices, quanto Jair Bolsonaro. Alguma vez o Marcos Mion se pronunciou a esse respeito? É provável (é certo, é indubitável, etc., etc., etc.), que nunca o tenha feito. Portanto, Nassif e GGN, deixem o Mion onde ele deve estar: no horário vespertino dos sábados à tarde, na Globo. Fora daí, ele não tem nada a dizer.

  9. Não foi escorregão. Cada um fala do tesouro que esconde no coração. Mas como o Lula é maior parte do “amor” que venceu, então ele apenas, escorregou.

  10. Há 10 anos o GGN assumiu a defesa das políticas de inclusão. As declarações de Lula ferem diretamente essa luta contra o preconceito em relação às pessoas com deficiência. Daí a razão do post.

  11. Ok, Nassif, você está certo. Mas há espaço para os especialistas e os superficiais, atingidos pontualmente por declarações desastradas. É diferença suficiente para julgar o que merece, e o que não merece espaço no GGN.

  12. Tempos Modernos!
    Túlio Muniz

    Faço coro a Luís Nassif e à edição da Carta Capital desta semana, acerca da Guerra na Ucrânia, e a outros episódios, como Felipe Neto sobre games, entre tantos, alertando Lula para que tenha cuidado com falas improvisadas. O fato desses chamamentos virem de simpatizantes que não são membros orgânicos do PT redobram sua importância.
    O que não faltam são lições de como passos em falso levam a quedas provocadas por narrativas nas mídias e redes sociais: desde a prosaica compra de tapioca com cartão corporativo ao Golpe do impeachment de Dilma, à Lava Jato (e a consequente e injusta prisão de Lula), a eleição de Bolsonaro (e de resto a de Trump, o Brexit, etc).
    A comunicação oficial parece titubear na prevenção, talvez por temer afrontar ao Planalto, e iria bem que o próprio PT e o governo chamem a um debate interno e amplo para lavar roupa em casa, e se atualizare se fortalecer diante do conluio da velha mídia com as nem tão novas redes sociais.
    A tal Guerra Híbrida não cessa, não cessará, e cuidados devem ser redobrados. Por mais inocente que seja a ida de uma Primeira-Dama às compras de uma gravata para seu companheiro, pagando do próprio bolso e não com o do erário ou de ‘rachadinhas’, não basta que atos e palavras sejam honestos, é preciso que aparentem ser, e que sejam evitados.
    É preciso ampliar as estratégias diante do ‘enigma das redes’, do monstro da manipulação, mas abandonando antigas posturas que não mais o afugentam.
    A iniciativa tem de partir de cima. Os dois primeiros mandatos de Lula (2003-2066 e 2007-2010) não se deram sob a égide do imediatismo das redes sociais, que a tudo inflamam e imediatam,
    possibilitando alastramento célere de narrativas distorcidas acerca de todo e qualquer assunto.
    Lula tem que tomar a iniciativa, não só de ouvir críticas mas de convocar o debate, precisa se atualizar diante da velocidade que os tempos atuais impões, e inovar em assessoria, ouvir antecipadamente antes de agir e falar.
    Antes que retumbem os coros que a Lula elegem como oráculo sagrado e intocável, lembremos que ele próprio já assim o fez, em 2002, quando dificilmente teria sido eleito sem seguir instruções quanto a sua postura, e de gente distante de ser de esquerda, como era Duda Mendonça.
    Agora, deve evitar confundir assessoria com amizade, embora essas não se excluam. E não que deva se adequar ou se moldar de acordo como senso comum. Pode e deve se aconselhar não só com amigos e aliados, e também com assessores, desde que tenham a postura recomendada pela saudosa companheira Maria da Conceição Tavares, que em Lula qntevia: ‘um gênio do povo’ e ‘o homem mais inteligente’ que ela conheceu, e que, de fato, ele é.
    Fica a sugestão a Lula, de que relembre o perfil de “assessor intempestivo” traçado por Maria da Conceição Tavares, em entrevista ao jornal português Público, quando de seu aniversário de 80 anos:
    “Público – Nunca quis ser ministra?
    MCT – Não. Não tenho temperamento para ser executiva. Fui deputada porque me pediram.
    Público – O Lula nunca a convidou?
    MCT – Não. Ele conhece-me, sabe que eu sou pêlo no vento. Eu sou muito mais agressiva do que a Dilma, muito mais. Ela consegue disfarçar a raiva dela, eu não. Quando fico com raiva, fico. Digo na cara das pessoas o que acho. Eu não seria uma boa ministra. Sou uma boa assessora.
    (Em https://sul21.com.br/noticiasultimas-noticiaspolitica/2010/10/maria-da-conceicao-tavares-lula-e-um-genio-do-povo/)

    Túlio Muniz é professor na Faculdade de Educação-UFC, historiador (graduação e mestrado pela UFC), Dr na área de Sociologia (Un. de Coimbra), Jornalista Profissional. Filiado ao Partido dos Trabalhadores.

  13. Antes de tudo, devo dizer que assisti emocionado, o Mion falando de seu filho com imenso carinho, e me lembro da passagem sobre as batatas que devem ser encomendadas para o Romeu, antes mesmo de chegar no restaurante. Um pai extremo.

    Por outro lado, sabendo que o Lula, pessoa sensível aos mais necessitados, ao usar mal a palavra deficiente, não estava se referindo às pessoas com deficiências clássicas: físicas, visual, auditiva, intelectual ou múltipla, ou até mesmo a psicosocial. O autismo, em particular, TEA não é uma deficiência. É um Transtorno do Espectro Autista.

    Portanto, acho um certo exagero, possivelmente uma manifestação de caráter politico, que vem demonizar Lula, com alguma injustiça.

    Essas pessoas que se interagem nas redes sociais, coisa relativamente recente, devem ser mais estudadas e melhor classificadas pela medicina. Afinal, assumem uma postura de ódio, violência que levam a algum desavisado a cometer alguma sandice. É o que temos visto. Não só aqui no país. Imagino que Lula estivesse se referindo a essas pessoas.

    Outro dia, Nassif entrevistou um psicanalista que se referiu à Dissonância Cognitiva, que pode muito bem explicar esse movimento de “excentricidade” que vemos por ai.

    Lembro, ainda, que na mesma ocasião, Lula disse que seu governo passou a tratar das pessoas. Antes: “não era um problema do Estado”, mas de suas famílias”.

    Penso que esse assunto não deveria ser abordado com denotação política, fica feio.

  14. Nassif, Sou de esquerda, sempre voto na esquerda, sempre votei em LULA, mas ele está meio estranho ultimamente, critiquei aquele voto na ONU, tem portal quem nem publica mais meus comentários, até acho que na raiva extrapolei nas ironias estilo pasquimiana nos meus comentários, porque votamos devemos também criticar, isso é salutar para quem governa, pelo menos é o que penso. O LULA é genial, mas é ser humano, passou por muitas injustiças, ele erra também, e tem o direito de errar e corrigir um erro, é sinal de respeito, ele as vezes faz isso. Agora nessa história da Ucrânia, ele e o Amorim, estão perdidos, ele não pode e nem o governo dele em cada lugar falar uma coisa, ninguém gosta de guerra, más o que os EUA, UE e OTAN fizeram usando a Ucrânia para ameaçar a Rússia, é que é a causa disso tudo, a Rússia, só se defendeu, qualquer pessoa com o mínimo de discernimento em geo política sabe o que está acontecendo. Todas as guerras e crises humanitárias no mundo nos últimos tempos foi causada pelos EUA, UE e OTAN, não é aceitável do ponto de vista lógico as falas asneirais do LULA sobre esse tema numa espécie de morde e assopra, o que estava acontecendo na Ucrânia depois do GOLPE de 2014, era genocídio cultural e humano nas regiões de maioria russa, teve até trabalhadores e suas mulheres e filhos que foram para sede do sindicato proteger os maridos, foram queimados vivos pelo exercito AZOV dentro do sindicato em ODESSA, e esses membros do exercito AZOV, foram condecorados pelo Zelensky, a Rússia reclama na ONU a mais de 8 anos esses massacres, sem sucesso, a ONU e o ocidente fez vista grossa, não restou opção que não fosse proteger as regiões de maioria russa. O LULA e Amorim estão caindo no conto da sereia dos holofotes criminosos do ocidente e da hegemonia burra que não existe mais no mundo multipolar. A contestação do MION é a mesma lógica da questão russa, porém o LULA só escorregou na frase do capacitismo, só foi isso, ele é um grande alado da causa dos deficientes, ele não é nosso inimigo, ele é um homem bom, só ficou mais casmurrão.

  15. Nassif, fiz um comentário e não havia visto o comentário do LULA, a deficiência que ele falou, não foi sobre a deficiência que nós e ele defendemos a inclusão e respeito, ele falou sobre a deficiência odiosa e sem respaldo lógico humano, a que é fomentada no racismo, nazismo e circunstancias inapropriadas de educação e informação, e não no capacitismo, foi um deslize de discurso, só isso, ele é um homem de bem.

  16. Acho que mesmo com Lula errado o M. Mignon e os deficientes, chamem do que quiser, estão melhor atendidos que no governo anterior, estão num baita lucro !
    Em quem o Mignon votou em 2018 ? Concidere que os eleitores do Bozo não podem ser chamados de GÊNIOS!!!!!

  17. Acho que mesmo com Lula errado o M. Mignon e os deficientes, chamem do que quiser, estão melhor atendidos que no governo anterior, estão num baita lucro !
    Em quem o Mignon votou em 2018 ? Concidere que os eleitores do Bozo não podem ser chamados de GÊNIOS!!!!!

  18. Agora, vem esse sujeito que faz um programa chatíssimo se arvorar em benfeitor da humanidade e criticar o Lula. O bolsonarista nada criticou contra o ídolo dele. Safadeza. Falta um parafuso na cabeça.

  19. Entendi que entre o escorregão, não intencional, de Lula e o vídeo do Mion, o lado mais próximo ao lado político do Mion falou mais alto. Considero que muitas das famílias brasileiras humildes, carentes, excluídas, e abrigam muitas pessoas enfermas, deficientes e especiais, tem muito que elogiar a Lula pelo que sempre fez por elas. Por outro lado, a critica justa do Mion seria perfeita, em minha opinião, se não excedesse a ponto de ganhar uma tonalidade de proximidade política.

  20. Poisé “seo” Nassif, certa manhã nos primórdios da MTV, um certo certo apresentador lia as mensagens aí vivo dos telespectadores, numa das mensagens uma garota denunciava que conheceu um rapaz pela internet e num encontro ele cometeu abuso contra ela…esse certo apresentador em vez de orientar a garota que claramente estava pedindo por ajuda, respondeu contrariado ” putz, e vc vem falar disso logo aqui?”…. sinceramente, depois desse dia peguei nojo de certo apresentador…..

  21. Que b sta! Perguntei a minha avó, e Ela disse me para chamar de “deficiente mental” a pessoa nem sabe o que é isto, então não vai ficar “ofendida” já o deficiente intelectual vai ficar ofendido. Então para não criar polêmica, consideramos “pessoas que não tem cognição”.

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