MPF pede condenação e reparação pelo Massacre da Granja São Bento na ditadura

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Massacre da Granja São Bento, em 1973, torturou, assassinou e ocultou corpos de 6 opositores políticos da ditadura, em Pernambuco

Reprodução de jornal pernambucano de 1973

O Ministério Público Federal (MPF) está processando o governo federal, o estado de São Paulo e o delegado aposentado Carlos Alberto Augusto, conhecido como Carlinhos Metralha, pela tortura e assassinato de seis opositores políticos da ditadura no episódio conhecido como Massacre da Granja São Bento, em 1973, em Pernambuco.

Um dos torturadores apontados no episódio está vivo e é alvo da ação do MPF. Carlinhos Metralha atuou no Departamento Estadual de Ordem Política e Social (Dops) em São Paulo. Ele foi o primeiro ex-agente da ditadura condenado pelos crimes do regime.

O Massacre da Granja São Bento, no município de Paulista, em Pernambuco, ocorreu em janeiro de 1973. Conhecido no episódio, estava o cabo Anselmo, agente infiltrado da ditadura que namorou uma das vítimas torturadas e assassinadas, Soledad Barret Viedma, que estava grávida, antes de delatar os seis opositores políticos para serem aniquilados por policiais e militares na área rural de Pernambuco.

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Um dos policiais foi Carlinhos Metralha. O MPF pede a sua condenação pela morte de Soledad, de Pauline Philippe Reichstul, Eudaldo Gomes da Silva, Evaldo Luiz Ferreira de Souza, Jarbas Pereira Marques e José Manoel da Silva. Além da ocultação dos cadáveres de Eudaldo, Evaldo e Soledad.

A ação civil pede que o delegado aposentado indenize o Tesouro Nacional a ressarcir os familiares das vítimas do massacre e que a Justiça casse a sua aposentadoria.

Além da condenação do torturador, os procuradores pedem a responsabilização da União, para emitirum pedido de desculpas formal à população com menção ao Massacre e a divulgação dos fatos para promover a Memória e a Verdade sobre as graves violações aos direitos humanos.

Também demanda que a União adote medidas para a localização dos restos mortais de três assassinados que tiverem seus corpos ocultados.

Leia, abaixo, a ação do MPF:

Inicial-GranjaSaoBento

O colunista do GGN, Urariano Mota, é autor do livro “Soledad no Recife”, que buscou reviver os caminhos de Soledad Barret na obra:

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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