Não é mais novidade para ninguém que a conta da crise de 2008 está sendo paga pela população trabalhadora e pelo conjunto da sociedade que dela depende. Quase quatro anos depois da ruína do castelo de areia especulativo, os programas de austeridade são realidade em quase todos os países europeus.
A esquerda bate cabeça na França
Os cortes atingem educação, saúde, aposentadorias, programas específicos de distribuição de renda e de assistência a camadas e recortes desprotegidos da sociedade. De quebra, entra em cena um conjunto de ataque ao estado de bem-estar social, com destaque ao tema da flexibilização de leis trabalhistas com vistas a facilitar os processos demissionários e a contratação em larguíssima escala de mão-de-obra em situação precária (empregos parciais, por tempo determinado, etc.). Nesse ponto em especial, não se trata apenas de um recuo momentâneo de um capitalismo em retração, mas implica em mudanças estruturais nas formas de organização e enfrentamento da classe trabalhadora, que sendo tomada por hordas de trabalhadores desprotegidos e com vínculos empregatícios frágeis coloca em risco todo o poder de barganha dos trabalhadores.