A tragédia da indústria sob o ultraliberalismo, por Luis Nassif

Análise temporal mostra estrago causado pelo ultraliberalismo inaugurado por Joaquim Levy, e aprofundado por Temer e Bolsonaro

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Os dados da Pesquisa Mensal da Indústria de junho são, aparentemente, acomodados: -0,41% na Indústria Geral, +1,94% na Extrativa, -0,32% na de Transformação.

Quando se coloca no tempo, percebe-se o estrago feito no país pelo ultraliberalismo inaugurado pelo pacote de Joaquim Levy, aprofundado por Michel Temer e Jair Bolsonaro.

Em relação a junho de 2014, houve uma queda de 10,45% na Indústria Geral, de 15,75% na Extrativa e de 9,43% na de Transformação.

Os gráficos mostram os dados de uma década desperdiçada.

O gráfico abaixo mostra a variação – em relação a junho de 2022. Em 12 meses, há alguma recuperação. Em 36 meses, uma recuperação mais tímida.

Quando se compara com 96 meses atrás, junho de 2014, o quadro fica assim:

Luis Nassif

3 Comentários

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  1. Antes culpavam a apreciação do real, só que o dólar desde 2016 começou uma trajetória de valorização sem parar, mas a indústria continuou definhando, menos a de papel e celulose, que junto com as comodities minerais e do agro, explodiram. Fica cada vez mais difícil concorrer com a indústria chinesa, que praticamente tem ofertas pra todo tipo de demanda.

  2. O sucateamento da indústria não começou com Joaquim Levy. A política cambial do país desde o Plano Real, inclusive nos anos Lula, foi extremamente prejudicial para a indústria, que não tinha condição de competir nos mercados externos e perdeu espaço para as importações baratas no mercado nacional.
    Isso não quer dizer que as políticas desde 2015 tenham sido inócuas, mas o problema começou muito antes.

  3. O Brasil desistiu de desenvolver uma indústria nacional e com isso afasta o interesse de setores avançados de indústria pelo País. O encolhimento da participação do setor industrial na realização do PIB traz efeitos sobre grande parte da economia. Essa condição é ainda mais agravada pela situação do mercado interno, que sofre esvaziamento com o retrocesso da renda acarretado devido às precarizações promovidas. A estagnação econômica à partir de 2014 tem grande influência dessa questão da indústria, já que além de não crescer, ainda tem as importações e os setores playmobil. Sem indústria será difícil para o País ter bons níveis de crescimento, que sejam suficientes para elevar as condições do Brasil. Encontrar um meio de recuperar o interesse da indústria é essencial para impulsionar o desenvolvimento brasileiro.

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