Argentina blindou sistema financeiro para casos de crise

Jornal GGN – Enfrentando processo nos EUA, o governo argentino adotou nos últimos anos uma série de medidas preventivas para dificultar o arresto de seus ativos no exterior. De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, as providências preventivas estão ligadas ao calote dado pelo país em 2001, que hoje desemboca no impasse envolvendo os chamados “holdout” – os fundos que conseguiram bloquear na Justiça americana o pagamento dos credores que aceitaram a restruturação da dívida do país.
 
Uma sentença do juiz Thomas Griesa em 2013, e contra qual Buenos Aires recorreu sem sucesso à Suprema Corte americana, deixou aberta a porta para que os “holdout” embargarem ativos do Estado argentino no exterior. Mas, segundo fontes que falaram ao jornal, o governo montou uma blindagem para evitar que isso ocorra.
 
Todas as reservas do Banco Central do país se encontram no BIS, em Basileia, considerado o BC dos BCs, o que torna impossível qualquer interferência nesses ativos. Além disso, o pagamento aos detentores dos títulos da dívida emitidos hoje pelo país são feitos na Argentina. Assim, uma medida judicial poderia impedir o pagamento a credores no exterior, mas não embargá-lo.

 
Os ativos do Anses, que é o fundo estatal de pensão, também estão inteiramente na Argentina. O fundo, de 400 bilhões de pesos (cerca de US$ 50 bilhões no câmbio oficial), livrou-se totalmente de ativos no exterior depois que Anses teve uma conta no Citibank congelada nos Estados Unidos, também a pedido dos “holdout”. O juiz que proferiu a sentença à época também foi Griesa, o mesmo que determinou que o país não pode continuar pagando os que aceitaram a reestruturação sem pagar os “holdout”.
 
As ações da Aerolineas Argentinas, maior empresa de aviação do país, estatizada em 2008, ainda não estariam registradas em nome do Estado. Uma alternativa seria tentar o embargo de aeronaves da companhia. Mas a maioria delas opera por meio de contratos de leasing.
 
O jornal local “La Nación” afirmou recentemente que as ações que a Anses possui em cerca de 30 empresas listadas em bolsa também poderiam ser objeto de arresto. Assim como as ações que o governo possui na petrolífera YPF, listadas na bolsa de Nova York.
 
Para os especialistas, a Argentina está bem blindada, mas ainda há ativos embargáveis – embora isso não deva acontecer.
Redação

4 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Argentina blindou sistema financeiro para casos de crise

    Nassif  :

     

    Sinto falta daqueles seus comentrios  feitos  em 2001  parabenmizando a Argentina por dar calote na divida externa.

    Como dizia  a  madre Seperiora, nada como um dia após outro.

  2. Para cada ação uma reação. A

    Para cada ação uma reação. A Argentina perdeu totalmente a credibilidade e ninguem em sã consciencia coloca dinheiro investido no País. Nem os Países amigos e bolivarianos investem na Argentina. Vide a Vale que pulou fora do projeto de potássio e preferiu perder 3 bilhoes já investidos.

  3. Só para lembrar
     
    Quem criou

    Só para lembrar

     

    Quem criou a crise Argentina foi Carlos Menen, uma versão Argentina de FHC. Menen foi a versão  neolibel argentina da mesma crise que o Brasil teve em 2002, com queda de PIB, desemprego recorde, etc.

    Analisando friamente, qual governo de direita teve um final feliz na economia? Os militares na decada de 80 tinham deixado um país com hiperinflação, dívida externa impagável  e desemprego;

     

    Collor quando deixou o governo nos deixou um país arruinado , com crescimento de PIB negativo, alto desemprego, baixas exportações, altas importações;

    FHC nos legou um país arruinado, com desemprego record, crescimento de PIB negativo, risco Brasil nas alturas, apagão eleétrico, quarenta milhões de pessoas abaixo da linha da miséria.

    Não vejo um governo de direita que não tenha quebrado o país.

     

    Aécio Neves, é orientado por FHC. Promete ser uma versão cover da era FHC. Alguém pode me explicar como ainda existem 21% de eleitores que pretendem votar em Aécio? Não sabem o que fazem ou eles gostam de sofrer?

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador