O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (10), que a instituição avalia por um fim no crédito rotativo para combater a inadimplência. A declaração foi dada em sessão especial do Senado.
“A gente tem 90 dias para apresentar uma solução, e a solução que está se encaminhando é que não tenha mais o rotativo. Que o crédito vá direto para o parcelamento e que seja uma taxa ao redor de 9%. Quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento”, declarou.
O crédito rotativo é acionado quando o cliente não paga o valor total da fatura na data do vencimento e a dívida segue para o mês seguinte. Em junho, os juros do rotativo atingiram 437,3% ao ano.
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Segundo Campos Neto, o aumento na quantidade de cartões de crédito nos últimos anos elevou a inadimplência em 52% no rotativo. Neste cenário, alguma proposta deve ser apresentada “nas próximas semanas”.
“Ou seja, você extingue o rotativo e quem não paga o cartão vai direto para o parcelamento ao redor de 9%. Criamos algum tipo de tarifa para desenterrar o parcelamento de crédito sem juros tão longo. Não é proibido o parcelamento sem juros e tentar fazer com que eles fiquem um pouco mais disciplinados”, concluiu Campos Neto.
Campos Neto disse ainda que outra alternativa seria limitar os juros no cartão de crédito. Contudo, “limitar os juros do cartão pode fazer com que os bancos retirem cartões de circulação. Ao cortar número de cartões, a gente sabe como começa, mas não sabe como termina”, afirmou.
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Essa medida pode ser interessante, uma vez que há uma grande quantidade de pessoas que se utilizam do crédito rotativo como forma de conseguir segurar o padrão de vida. Com taxas abusivas de juros pagas nessa modalidade, caem na inadimplência. Existindo condições mais adequadas para o pagamento dos débitos, como o parcelamento dos valores tanto os administradores quanto consumidores ganham com a diminuição da inadimplência. Desde a obrigação de efetuar o pagamento das faturas total após fazer a opção de pagamento parcial do montante devedor, a consequência foi ir para a inadimplência até poder ter as condições de sair dela. Isso interfere nesses ‘spreads’ que vão a mais de 400 p.p. ao ano pela argumentação de atrasos nos pagamentos do rotativo. O crédito é uma importante opção para manter o crescimento dos negócios e com maior efetividade nos pagamentos haverá mais chances de renovação dos créditos. Poderá haver também a redução no comprometimento da renda com credito e possivelmente das perdas por parte de quem oferece. A inadimplência e os juros acumulados cobrados restringem a capacidade financeira dos requisitantes afetando o potencial de expansão do crédito ou sua alavancagem. Juros que corroem menos, melhoram as perspectivas.