Contra efeito dominó, FMI quer títulos italianos e espanhóis

Por raquel_

Do Opera Mundi

FMI pode comprar títulos da dívida da Itália e da Espanha

Efe | Bruxelas

O FMI (Fundo Monetário Internacional) anunciou nesta quarta-feira (05/10) que analisa a possibilidade de comprar títulos da dívida pública da Itália e da Espanha. O Fundo reiterou suas perspectivas de enfraquecimento da economia europeia, chegando inclusive a considerar uma possível recessão.

 Paralelamente, o FMI pediu ao BCE (Banco Central Europeu) que mantenha seu programa de compra de bônus daqueles países que estejam mais afetados pelos mercados e que execute políticas monetárias expansionistas, como um rebaixamento das taxas de juros.

Na apresentação do relatório de perspectivas econômicas para a Europa, o diretor do FMI na Europa, Antonio Borges, indicou que a instituição estuda a possibilidade de se unir ao fundo europeu temporário de resgate na compra de dívida italiana e espanhola, tanto no mercado primário como no secundário.

A Espanha e a Itália são os dois maiores países que atualmente contam com mais problemas para colocar seus títulos a um bom preço por causa dos temores dos investimentos.

Além disso, o relatório reitera que a economia europeia sofrerá um arrefecimento no restante do ano e em 2012, por isso pediu ao BCE que “relaxe” as políticas monetárias para frear o impacto sobre as economias em perigo e para fomentar o crescimento dos países centrais.

O Conselho do BCE, que subiu os juros um quarto de ponto em abril e novamente em julho até o 1,5% atual, se reúne na quinta-feira para discutir medidas para estabilizar a situação nos mercados financeiros.

Neste sentido, o diretor europeu do FMI reivindicou que durante “o tempo que for necessário” o BCE compre títulos espanhóis e italianos, como já fez de modo pontual em agosto para frear os ataques especulativos.

Deste modo, o Fundo mantém sua pequena cruzada para que as instituições públicas europeias não estrangulem o crescimento com excessivas políticas de austeridade e uma política monetária contrativa.

Entretanto, Borges lembrou que muitos países não estão em condições de realizar políticas de gastos públicos para recuperar o crescimento, especialmente aqueles países que tiveram que recorrer à ajuda de seus parceiros comunitários, como a Grécia.

Precisamente sobre a Grécia, o diretor do FMI na Europa afirmou que o número acordado na União Europeia sobre o segundo resgate financeiro ficou obsoleto e deverá ser revisado.

Atualmente, o FMI, o BCE e a Comissão Europeia analisam a implementação das políticas de ajuste aprovadas pelo Governo grego antes de dar sinal verde à entrega do sexto lance, de 8 bilhões de euros, correspondente ao primeiro pacote de ajudas, um desembolso que, segundo Borges, não é urgente.

Luis Nassif

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