Economia global tem ritmo mais fraco em 30 anos, diz Banco Mundial

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Prognósticos do Banco Mundial apontam fortalecimento da política fiscal e realização de reformas como mecanismos para reação

Foto de Pixabay

A economia global chega à metade da década com prognósticos desanimadores, segundo prognósticos elaborados pelo Banco Mundial: a meia década até o final de 2024 deve ser a mais lenta em termos de crescimento em 30 anos.

As estimativas apontam desaceleração do crescimento mundial pelo terceiro ano consecutivo, de 2,6% para 2,4%, quase três quartos de ponto percentual abaixo do apurado na média da década de 2010.

Já as economias em desenvolvimento deverão crescer 3,9%, mais de um ponto percentual abaixo da média da década anterior, enquanto os países pobres deverão avançar 5,5%, um resultado mais fraco do que o anteriormente esperado.

“Até ao final de 2024, as pessoas em cerca de um em cada quatro países em desenvolvimento e cerca de 40% dos países de baixo rendimento ainda serão mais pobres do que eram na véspera da pandemia da Covid em 2019”, diz o Banco Mundial.

Nas economias avançadas, entretanto, o crescimento deve desacelerar para 1,2% este ano, de 1,5% em 2023.

Necessidade de mudanças

Segundo o Banco Mundial afirma que a economia global está em uma situação mais favorável do que há um ano, uma vez que o risco de recessão global diminuiu “em grande parte devido à força da economia dos Estados Unidos”.

Porém, o Banco Mundial destaca que o avanço das tensões geopolíticas pode trazer novos riscos no curto prazo, enquanto os dados de médio prazo “tornaram-se sombrias para muitas economias em desenvolvimento, em um contexto de abrandamento do crescimento na maioria das principais economias, um comércio global lento e condições financeiras mais restritivas nas últimas décadas”.

Para o economista-chefe e vice-presidente sênior do Banco Mundial, Indermit Gill, a década de 2020 pode ser “uma década de oportunidades desperdiçadas” caso uma grande correção de rumo não seja efetivamente colocada em prática.

“O crescimento a curto prazo permanecerá fraco, deixando muitos países em desenvolvimento – especialmente os mais pobres – presos numa armadilha: com níveis paralisantes de dívida e acesso tênue aos alimentos para quase uma em cada três pessoas”, pontua o economista.

Contudo, Gill afirma que ainda existem oportunidades para se virar a maré, como a adoção de ações imediatas para acelerar o investimento e fortalecer os quadros de política fiscal.

Para enfrentar as alterações climáticas e alcançar outros objetivos de desenvolvimento global até 2030, o Banco Mundial afirma que os países em desenvolvimento terão de apresentar um aumento considerável em seus níveis de investimento, chegando a aproximadamente US$ 2,4 trilhões/ano.

Sem um pacote de políticas abrangente, as perspectivas para um tal aumento não são animadoras: pelos cálculos do Banco Mundial, prevê-se que o crescimento do investimento per capita nas economias em desenvolvimento entre 2023 e 2024 seja, em média, de apenas 3,7%, pouco mais de metade da taxa das duas décadas anteriores.

Leia abaixo a íntegra do último relatório Global Economic Prospects divulgado pelo Banco Mundial.

GEP-Jan-2024

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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