Hyundai inicia estudos para abrir 3º turno em Piracicaba

Do Automotive Business

Hyundai vive dilema de adotar ou não o 3° turno

Fabricante espera por estabilização da demanda antes de aumentar a produção em Piracicaba

PEDRO KUTNEY, AB | De Foz do Iguaçu (PR)

Lee: terceiro turno à vista

William Lee, desde janeiro deste ano presidente da Hyundai Motor Brasil, chegou para comandar a unidade brasileira com um problema que poucos executivos encontram quando assumem uma nova posição: aumentar a produção da fábrica de Piracicaba (SP) para atender a surpreendente demanda pelos carros que a marca coreana desenvolveu para o mercado brasileiro, primeiro o HB20, lançado em outubro, a versão aventureira HB20X, que começou a ser vendida em fevereiro, e agora o sedã HB20S, que chega nas concessionárias dia 20 de abril próximo. “Iniciamos estudos para a abertura do terceiro turno, mas ainda não decidimos quando isso pode acontecer”, limitou-se a responder Lee.

O executivo ainda está compreendendo melhor os usos e costumes brasileiros, a começar pelo curso de português com professor particular todos os dias pela manhã. Ele já se expressa bem em algumas poucas palavras, tão rápido quanto o sucesso que os novos lançamentos da marca estão fazendo por aqui. “Nosso projeto foi extremamente bem-sucedido. Em pouco tempo o HB20 se tornou um dos carros mais desejados do País”, diz. Tão bem-sucedido que as ambições cresceram consideravelmente: “Com mais modelos, a Hyundai será a marca mais amada do Brasil”, arrisca. 

Depois do lançamento do sedã HB20S, a família brasileira da Hyundai, por agora, está completa (leia aqui). Resta saber se a demanda continuará aquecida nos próximos meses. Se o ritmo das vendas continuar o mesmo até o fim de 2013, a fábrica de Piracicaba não conseguirá atender todos os clientes que querem um HB, seja sedã ou hatch. Se isso de fato acontecer, Lee terá de tomar uma de duas decisões: investir e abrir o terceiro turno, para elevar a capacidade de produção para quase 200 mil unidades/ano (contra 150 mil agora), ou deixar tudo como está, vendendo tudo que se produz até que os consumidores se cansem de esperar e, possivelmente, procurem por um carro da concorrência. 

O dilema é fazer as contratações para o terceiro turno e, caso o mercado recue, ficar com excedente de mão de obra e ter de fazer demissões. Por isso toda montadora resiste a essa solução até ter certeza que há mercado para manter a produção em alta. 

DESEMPENHO ACELERADO

Até que essa definição seja anunciada, o plano da Hyundai em Piracicaba para este ano é produzir 100 mil HB20, 10 mil HB20X e 40 mil HB20S. Será pouco se o desempenho acelerado das vendas continuar no ritmo atual. Graças ao lançamento do HB20, a participação da Hyundai no total das vendas nacionais saiu de 2,5% em 2011 para 4,3% em 2012 e em fevereiro já atingiu 6,6%, fazendo a marca ultrapassar a Renault e subir ao quinto posto do mercado brasileiro. Ainda no mês passado, o hatch foi o quarto mais vendido do Brasil.

“A marca está indo muito bem graças à nossa capacidade de entender os desejos do consumidor brasileiro”, afirma Roberto Carvalho, diretor geral de vendas da Hyundai Brasil. Segundo ele, o maior avanço da Hyundai no País agora está diretamente ligado ao binômio capacidade de produção e número de concessionárias. “Já temos 153 pontos, o que está dentro do nosso plano”, afirma. “Temos essa limitação, mas queremos crescer de forma sustentada.”

Ainda este ano, Carvalho informa que será lançado mais um canal de vendas da marca, o Consórcio Nacional Hyundai. A rede de concessionárias, informa ele, está sendo estruturada para garantir atendimento diferenciado, com agendamento de test drives via internet e processo de atendimento padronizado. A Hyundai já abriu este ano um centro de treinamento em São Paulo para os profissionais da rede. Nas oficinas, a meta é acelerar o tempo de atendimento, já que o HB20 tem cinco anos de garantia, com preços fixos das revisões.

Luis Nassif

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