Incerteza com a economia deve continuar a afetar bolsa de valores em março

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O mês de fevereiro não foi dos mais favoráveis para a bolsa brasileira, embora o índice tenha atingido um desempenho mais estável: o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) subiu 0,17% (cotações médias), aos 47.263 pontos e um giro médio de R$ 5,73 bilhões. Contudo, tudo indica que o cenário para o mês de março não deve ser muito diferente.

Na avaliação dos analistas da Um Investimentos, a bolsa ainda segue penalizada pela politica fiscal empregada pelo governo, gerando uma preocupação com uma possível queda de rating.

“Receios com relação à inflação ainda permanecem apesar da alta da taxa Selic realizada no mês de fevereiro, ainda se cogita mais uma alta de 0,25% para a próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central), fatores que tornam menos atrativo o mercado de renda variável”. O PIB (Produto Interno Bruto) apresentado foi de 1,9%, no comparativo anual, mesmo com a queda o resultado ainda ficou acima das expectativas do mercado, minimizando as ultimas perdas. O âmbito econômico e social não sinaliza melhoras, a taxa de desemprego apresentou alta de 0,5% no mês de janeiro. O o anúncio do contingenciamento de R$ 44 bilhões das despesas orçamentárias e a definição da meta do superávit primário em 1,9% do PIB foi bem recebido pelos analistas, embora não tenha sido suficiente para melhorar o humor dos investidores em relação ao país.

Nos Estados Unidos, os indicadores de atividade e a qualidade dos dados do mercado de trabalho levantaram maiores preocupações sobre as condições dos EUA de sustentar sua recuperação econômica em um ambiente de contínua redução do QE3 (o pacote de incentivos mantido pelo governo e os agentes da economia).

Para a equipe de análise da Ativa Corretora, o maior desafio da nova presidente do Federal Reserve (o BC norte-americano), Janet Yellen, será “a tarefa de suavizar o programa macroeconômico não convencional iniciado por seu antecessor”. De maneira geral, o cenário em fevereiro foi de continuação do gradual processo de retomada da atividade econômica europeia, apesar de alguns indicadores terem sido impactados por dados de países em situação mais delicada. No continente asiático, foi constatada piora nos indicadores de atividade, o que aliado ao cenário macroeconômico global contribuiu para a intensificação de aversão ao risco na China, e para a valorização em relação ao dólar da moeda japonesa. O cenário global para os próximos meses levanta algum ceticismo por parte dos analistas, em especial quanto ao Brasil e a China.

Carteiras para o mês tem poucas alterações

Diante do fator de incerteza gerado pela instabilidade internacional e a falta de credibilidade da economia brasileira junto ao mercado, foi vista pouca ou nenhuma mudança para as carteiras de ações recomendadas para o mês de março.

No caso da corretora Socopa, a carteira para o mês não sofreu alterações. Em relatório, os analistas explicam que a situação econômica doméstica ainda preocupa, “com as expectativas para o PIB (Produto Interno Bruto) sendo constantemente revisadas para baixo, sem arrefecimento da pressão inflacionária”. As recomendações para o mês são Cielo (CIEL3), Grendene (GRND3), Vale (VALE5), Gerdau (GGBR4) e Suzano (SUZB5).

Já a Um Investimentos realizou algumas alterações, com a entrada de Gerdau e da Even na carteira e pela retirada de Magazine Luiza, além de alterar o peso de alguns papéis. As recomendações da corretora são: Vale (VALE5), Cosan (CSAN3), Pão de Açúcar (PCAR4), Itaú Unibanco (ITUB4), Randon (RAPT4), Qualicorp (QUAL3), Hypermarcas (HYPE3), Even (EVEN3), BB Seguridade (BBSE3) e Gerdau (GGBR4).

Embora mostre cautela com o setor externo, a equipe da Ativa Corretora diz que “algumas teses de investimento permanecem válidas e apresentam, concomitantemente, sólidos fundamentos e interessantes potenciais de valorização, mesmo nesta conjuntura aparentemente desfavorável para equities”. As recomendações da corretora para o mês são as ações: Itaú Unibanco (ITUB4), Pão de Açúcar (PCAR4), Petrobras (PETR4), Suzano Papel (SUZB5), Vale (VALE5), Telefônica Brasil (VIVT4), Duratex (DTEX3), Estácio (ESTC4), Tractebel (TBLE3) e Equatorial (EQTL3).

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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