A ferrovia oeste-leste de Jacques Wagner

Por Ronaldo Lobato

Caro Nassif No seu artigo sobre desenvolvimento regional, como sempre muito interessante, fiquei impressionado com o desconhecimento do plano de desenvolvimento regional sugerido pela Governo Wagner da Bahia, que, em termos viários, rebate na ferrovia oeste-leste que inicia no Bahia Porto Sul em Ilhéus. Trata-se, entre outras, da sugestão de superar o foco nas ligações viárias radiais a partir do Sudeste, (contexto da hegemonia do café e depois da indústria automobilística, que determinou o rodoviarismo, para privilegiar as ligações oeste-leste, num contexto de aumento da dispersão da produção por conta da valorização das produções agro-pecuárias e seu potencial adensamento via verticalizaçao da produção mais próxima aos centros produtivos do insumo básico.

Esta política ainda não foi incorporada pelos órgãos que discutem o assunto e, pior, creio que não é considerada por eles.

A ferrovia foi sugerida e aprovada neste contexto, mas quando o projeto de lei passou pela Câmara ele foi derrubado transformando-se numa oeste-leste começando no Rio de Janeiro.

No senado, um ramal indo para a Bahia foi reintroduzido, mas a Valec só está pensando na articulação ferroviária entre Ilhéus e a norte-sul, o que é expressão da vassalagem, desnecessaría, ao conceito do sudeste como locomotiva do pais, que no atual contexto nacional e internacional não é mais a tendência dominante enquanto potencial de crescimento.

A resistência dos pensadores é um apego aos estudos pré-existentes e um tributo ao poder, força econômica e política, acumulada na mais rica região do pais.

Mas o desenvolvimento nacional e o mercado acabarão por alterar a estratégia equivocada que continua concentracionista, apesar de medidas que estão alterando este quadro, como as que você identificou.

Do seu admirador Ronald Lobato Ex-Secretário do Planejamento da Bahia 

Luis Nassif

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