Mercadante diz que perspectivas para economia são excelentes

Do O Globo

Mercadante diz que perspectivas da economia brasileira são ‘excelentes’

Ministro, que acompanha a presidente em viagem a Portugal, afirma que inflação está desacelerando e produção industrial foi forte em maio

DEBORAH BERLINCK

LISBOA, Portugal – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, reagiu neste domingo aos fatos que marcaram a virada do humor dos mercados em relação ao Brasil na última semana: o baixo crescimento econômico combinado com aumento da inflação, e a queda de popularidade da presidente Dilma Rousseff, de 65% para 57%, segundo pesquisa da instituto Datafolha.

Mercadante está em Lisboa acompanhando Dilma numa visita de dois dias a Portugal, junto com os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e a ministra-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Helena Chagas. A programação oficial de Dilma em Lisboa – o encerramento do ano do Brasil em Portugal – só começa na tarde desta segunda-feira.

O Brasil, que só recebia elogios internacionalmente no governo Lula, enfrentou esta semana uma enxurrada de críticas. Pela primeira vez desde 2002, a agência de classificação de risco, Standard & Poor, colocou a economia do país em perspectiva negativa, citando o afrouxamento no rigor fiscal, a inflação e o crescimento baixo.

A revista inglesa The Economist desta semana chamou a economia de “medíocre”, pregou abertamente a demissão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, num artigo sob o título “A queda da graça”. O Financial Times também escreveu sobre a decepção dos investidores com o modelo “intervencionista” de Dilma Rousseff. Mas Mercadante não vê problema algum:

— Uma agência de rating (de classificação de risco) fez uma sinalização. Vamos aguardar. As contas do Brasil são um diferencial. Somos um dos poucos países que conseguiu reduzir o nível de endividamento ao longo dos últimos anos.

Mercadante ainda citou que a produção industrial foi maior do que esperado em abril “e deverá estar forte em maio”, e vangloriou-se:

— Geramos mais empregos do que a própria economia americana, que é uma das poucas economias que vem conseguindo ter crescimento em um cenário de crise internacional.

Segundo ele, um pacote de investimentos no segundo semestre para construção de estradas, rodovias, ferrovias, aeroportos e portos, além do leilão do campo de Libra – a maior jazida de petróleo do pré-sal – dão ao governo “muita segurança” para 2014.

A inflação – motivo da maior preocupação internacional – foi de 0,37% em maio, “melhor do que as melhores previsões e mostra uma trajetória forte de desaceleração dos preços”, nas palavras do ministro.

— Temos excelentes perspectivas. Vamos ter uma supersafra este ano. O plano aponta para uma safra de 190 milhões de toneladas. Vai ser a maior safra do Brasil. O tomate (item que apresentou altas significativas nos últimos meses e virou hit na internet) já está na mesa de todo o povo brasileiro e vai estar na mesa até o final do ano – garantiu.

Queda de popularidade é ‘normal’

Para Mercadante, a queda de popularidade da presidente é uma “oscilação normal para uma pesquisa de opinião”.

— (O resultado) Mantém a presidenta no melhor patamar de apoio popular e de intenções de voto para 2014, quando a gente compara com qualquer outro presidente neste momento de governo (dois anos e meio).

Já Marco Aurélio Garcia, assessor internacional para assuntos internacionais da Presidência, minimizou o resultado da pesquisa indicando a queda de popularidade da presidente:

— Não sei qual é a margem de erro, não acho que seja relevante.

Ainda justificando a queda na pesquisa, ele citou o “incidente” da Bolsa Família – o boato de que o programa acabaria, que provocou um correcorre de milhares de beneficiários às agências da Caixa Econômica Federal.

— Isso está totalmente superado — garantiu.

Luis Nassif

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