Morte de Campos e vencimento de contratos derrubam bolsa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – O acidente que culminou com o falecimento do presidenciável Eduardo Campos trouxe mais instabilidade para as negociações no dia de vencimento de contratos futuros sobre o índice, e levou a bolsa a uma queda expressiva.

O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações em queda de 1,53%, aos 55.581 pontos e com um volume negociado de R$ 15,513 bilhões. Com isso, o índice passou a acumular perda de 0,44% no mês, e ganhos de 7,91% no ano e de 9,84% em 12 meses. Das 70 ações que compõe o índice, 50 fecharam em baixa, sendo que as maiores contribuições negativas foram Petrobras PN (-4,98%), Petrobras ON (-5,15%%), Itauunibanco PN ( -1,72%), Vale PNA (-2,38%) e Vale ON (-2,09%).

“O índice da bolsa brasileira chegou a andou em território positivo durante a manhã, mas passou a cair mais de 2% com a notícia da queda do avião que transportava o presidenciável Eduardo Campos para compromissos de campanha em Santos. Após zerar as perdas no início da tarde, voltou para o patamar negativo onde permaneceu até o final do pregão”, diz o analista Fabio Cardoso, do BB Investimentos, em relatório.

Nos Estados Unidos as bolsas fecharam em alta, repercutindo dados de varejo que mostraram desaceleração nas vendas, o que aumenta as especulações de que o Federal Reserve não deverá elevar as taxas mais cedo do que o previsto. Os dados de vendas do varejo de julho mostraram estabilidade em relação ao mês anterior, quando tiveram elevação de 0,2%. Na comparação anual, o indicador apontou alta de 3,7%. No indicador que exclui veículos e peças, as vendas varejistas aumentaram 0,1%.

Na China, dados da produção industrial de julho mostraram avanço de 9% em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o  indicador de vendas do varejo mostrou elevação de 12,2% na comparação anual – ambos os dados ficaram dentro das expectativas.

Quanto ao câmbio, a cotação do dólar comercial ficou praticamente estável, fechando com alta de 0,01%, a R$ 2,279 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana havia subido 0,18%. Os investidores repercutiram o impacto da morte de Campos sobre a corrida eleitoral – segundo informações da agência de notícias Reuters, as questões têm afetado os mercados no momento em que os investidores mostram desconfiança sobre a forma como o governo Dilma Rousseff tem conduzido a política econômica.

As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio também afetaram o resultado do dólar. A autoridade monetária brasileira vendeu 10 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem dos contratos que vencem em 1º de setembro. Desse total, 1,3 mil têm vencimento em 4 de maio e 8,7 mil são para 3 de agosto de 2015, em operação que movimentou o equivalente a US$ 493,7 milhões.

O BC também manteve seu programa de intervenções diárias no câmbio, com a negociação de 4 mil contratos de swap cambial com vencimento em 2 de fevereiro de 2015, em operação que movimentou o equivalente a US$ 199 milhões. O BC também ofertou contratos com vencimento em 1º de junho do ano que vem, mas não vendeu nenhum.

Para quinta-feira, os agentes aguardam a publicação das vendas no varejo brasileiro. No exterior, serão publicados os dados de seguro-desemprego nos Estados Unidos, o PIB (Produto Interno Bruto) da zona do euro, da Alemanha e da França, além do índice de preços ao consumidor na zona do euro. Na temporada de balanços, aguarda-se a publicação de resultados de empresas como Banco do Brasil, Cemig, Kroton, Sabesp e Suzano, entre outras.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

2 Comentários

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  1. Estou até agora tentando

    Estou até agora tentando entender as razões de causa e efeito entre a trágica morte desse senhor e o mercado de ações. 

    Alguém encarecidamente poderia clarear isso? 

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