Na Bolsa, existe um mundo além do Ibovespa

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Diante de um quadro em que o índice oficial da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) tem sentido os efeitos da desaceleração do mercado de commodities e sofrido com as incertezas econômicas domésticas, quem trabalha com ações o dia inteiro tem uma redomendação: o investidor deve separar uma lupa e acompanhar com atenção os movimentos de papéis fora do índice. Ali ele pode encontrar boas alternativas para sua carteira, principalmente no médio e longo prazo.

“A Bovespa anda muito de lado (isto é, permanece estacionada, com pouca movimentação). Depois da queda no começo do ano, ela está oscilando entre 55 e 60 mil pontos”, explica Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora. “Então, nesse momento, talvez o investidor que tenha interesse no curto prazo tenha mais dificuldade para montar sua estratégia. Mas acho que o momento é interessante para quem quer montar carteira em médio e longo prazo”.

Diante disso, a primeira coisa a se levar em consideração é que o índice Ibovespa não representa a bolsa como um todo. O indicador é considerado um parâmetro para negociação, e reflete apenas a movimentação de 71 ativos de 65 companhias, em um espectro de 366 empresas que possuem ações na Bolsa de Valores de São Paulo.

“O Ibovespa é só um indicador. Então, existem oportunidades mesmo em um cenário mais conturbado, e que podem trazer retornos bem atrativos. O investidor deve ver as empresas como um todo, e não só o Ibovespa”, recomendam os analistas Bruno Piagentini e Marco Aurélio Barbosa, da corretora Coinvalores.

Elad Revi, analista da corretora Spinelli, ressalta que alguns segmentos apresentaram altas pontuais recentemente. “Tirando o setor de commodities, existem companhias nos segmentos de varejo, papel e celulose, educação, consumo, e inclusive algumas empresas de energia elétrica, setor de construção, material de construção, entre muitas outras ações que não fazem parte do índice, mas têm certa liquidez e apresentaram um desempenho razoável”.

Quanto ao ritmo descasado em relação a outras bolsas mundiais seguido recentemente pela bolsa brasileira, Revi afirma que a interpretação mais correta a se fazer é que o Ibovespa apresenta uma alocação diferenciada das demais, uma vez que as commodities – que puxam o mercado brasileiro – são voláteis por si só. “Na realidade, não diria para o investidor se assustar quando ver o Ibovespa caindo, mas fazer uma boa lição de casa, acompanhando as ações de volatilidade e procurando papéis focados na economia interna, ou menos expostos à conjuntura internacional”.

Em termos conjunturais, os analistas da Coinvalores comentam que o governo tem adotado medidas para sustentar o ritmo de crescimento da economia, considerado pouco sustentável . “As medidas de estímulo colocadas ao longo de 2012 são direcionadas para o lado da oferta, principalmente por parte das empresas industriais – o setor que mais sentiu o baque econômico dos últimos anos”. Para conseguir um crescimento sustentável, é preciso ter um nível de investimento adequado à sua dinâmica econômica, e os analistas afirmam que o governo tem acompanhado tal questão.

“Esperamos a reação de indicadores industriais, em especial da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que está relacionado aos investimentos. Associando esse quadro com a recuperação da economia dos Estados Unidos e a melhor assimilação do mercado do novo crescimento chinês, a bolsa deve apresentar um desempenho favorável este ano, e a economia também”, finalizam Piagentini e Barbosa.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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