O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse hoje (7) que sem um programa de reformas não é possível ajudar a Grécia dentro da zona do euro.
“Não há espaço para ajudar o país sem um programa”, afirmou o responsável pelo Tesouro alemão, na entrada da reunião dos ministros da zona do euro, em Bruxelas.
O encontro antecede a cúpula do fim da tarde, que reunirá os chefes de Estado e de governo dos países que partilham a moeda única e que servirá para discutir o caminho a seguir após a vitória do não, no referendo de domingo (5) na Grécia às últimas propostas dos credores.
O comissário europeu para o euro, Valdis Dombrovskis, disse que uma saída da Grécia da zona do euro não está excluída se o governo do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras não apresentar propostas concretas que permitam negociar um novo resgate.
Ao chegar para a reunião do Eurogrupo, o comissário afirmou que a reunião de hoje não tem como objetivo discutir uma saída da Grécia da zona do euro, mas admitiu que esse cenário não pode ser excluído.
“Se a confiança não for restabelecida, se nenhum programa de reformas credível for apresentado, esse cenário não pode ser excluído”, admitiu Dombrovskis aos jornalistas.
O chefe da diplomacia polonesa mostrou-se convicto da permanência da Grécia na zona do euro, mas “sob duras condições” como as adotadas por outros países da região. “Do contrário, se poderia falar de tratamento desigual”.
Para o ministro Grzegorz Schetyna, o cenário mais favorável para os interesses da Europa passa por evitar o grexit (Greece e exit, em inglês, saída da Grécia da zona do euro), mas com a imposição de regras fixas.
“É preciso ter em conta que se a Grécia sai, a crise pode durar anos, por isso vale a pena tentar sua permanência”, afirmou Schetyna. Ele lembrou que outros países, como Portugal, Espanha e Itália, adotaram as reformas necessárias e já encaram a saída da crise.
Pesquisa publicada pelo jornal Le Parisien mostra que o povo francês é majoritariamente a favor da saída da Grécia da zona do euro, após o resultado do referendo de domingo.
Feita pelo Instituto Odoxa, o levantamento indica que depois de os gregos terem dito não às propostas dos credores e à austeridade, os franceses alteraram a sua opinião quanto à saída do país da zona do euro.
Os resultados mostram que 50% dos entrevistados são a favor de que a Grécia abandone o euro, e 49% defendem a manutenção na moeda única.
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Xoble de novo?
Portugal pronto para sair da crise?! É sério isto? Está pronto para receber a meia milha que obrigou a emigrar?
Se a Espanha estivesse tão pronta para sair da crise, não precisariam humilhar os gregos como fizeram. Esta humilhação não era fim, mas meio. E o principal alvo era a Espanha…
…esta turma principalmente.
[video:https://www.youtube.com/watch?v=DYqMRxCpiiQ%5D
Vou perder a timidez, já que até o pior
dos idiotas se dá o direito de incomodar quem almoça ou janta num restaurante paulistano, e vou dissertar sobre o que eu muito pouco conheço, apesar de ter ido umas 4 vezes naquele belo pais:
1 – a estratégia da tal Troika (FMI/BCE/C.E.) fracassou (como sempre)
para resolver o problema da relação DIVIDA/PIB, que explodiu pois o
PIB caiu 25 % (mais ou menos), mas permitiu a saída dos bancos
privados, que conseguiram repassar seus créditos para o BCE. O
problema para o BCE não é a perda contábil em caso de renegociação da
dívida grega, ele não quebra pois tem um balanço muito inflado: é o
perigo de Portugal, depois Itália e Espanha querer também renegociar.
Por isso que a mídia mundial adotou um tom de fim do mundo.
2 – Tsipras fez o certo, politicamente falando dentro do contexto
democrático, em:
2.1. forçar a Troika em explicitar sua intransigência, e
2.2. chamar o povo para decidir se era para aceitar a “ultima proposta”.
E agora?
Acho que cada ator tem seus problemas:
3 – Tsipras deve lidar com 2 dilemas:
3.1. o povo grego não quer mais a Troika mas quer ficar na U.E. e
conservar o Euro. Isso é impossível já que Troika, Alemanha e França
não podem aceitar isto.
3.2. dentro do seu partido Syriza, há quem quer ficar na U.E. e há
quem quer sair do Euro, mesmo se isso for levar a uma exclusão da U.E.
Tsipras precisa se equilibrar até forçar um lado a concordar com o
outro.
Pessoalmente acho que não há saída de longo prazo para a Grécia dentro
do euro, e portanto dentro da U.E. Tsipras tentará ser expulso. Vai
ser cada vez mais irritante para a U.E. A saída do ministro da
economia é só a troca do “irritador” delegado.
4 – A Troika, Alemanha e França tem um problema pior: estão crescendo
as forças políticas contra o euro e o sistema europeu atual:
4.1. Plebiscito sobre saída do Reino Unido da U,E, (lembrando que o
R.U. não entrou no euro e não quer de jeito nenhum): os gregos
mostraram que dá para dizer “não”, e ninguém morre no dia seguinte.
4.2. Há na França e na Itália uma força politica crescente contra o
euro, apesar de ainda minoritária. A decisão do povo grego pode dar
momentum para esta força…
Agora o fato é que tinham razão os economistas alemães que fizeram um
abaixo assinado contra a criação do euro, explicando basicamente que
não fazia sentido cada pais perder a sua liberdade cambial, e os
países mais fracos (Grécia, mas não só) usar a moeda do mais forte ia
levar a desequilíbrios impossíveis de serem sanados.
E agora José? Não sei mas a Europa na minha humilde opinião vai
conhecer um desconstrução lenta e pouco segura…
Boa análise
Concordo totalmente. Para os Gregos o melhor negócio é o Grexit, e ainda por cima depois do referendo poderão voltar à sua moeda e jogar a culpa nos credores pela miséria financeira do país. A tática de atrasar as negociações vai nesse sentido (a única proposta de Tsa-Calotes em Bruxelas hoje era o pires na mão): fazer seus compatriotas aceitarem um fato que já está praticamente consumado. E quanto aos alemães, se sabe que o Euro foi o preço cobrado por Mitterand para aceitar a reunificação do país em 1990. Se ainda tivessem o marco, o poder econômico deles seria ainda maior do que já é hoje. Mas a imprensa alemã também joga pesado contra a Merkel, como se vê na capa da Der Spiegel dessa semana.
O título da matéria poderia ser
“não dá para salvar o paciente sem cortar a cabeça”, o sentido seria o mesmo.
Esta como o Fluminense
Não deu para levar em campo, (61% eh, eh) vai para o tapetão.
A Grécia já acenou que admite conversar, mudou até de interlocutor, pois o antigo possuia o mal hábito de falar a verdade e na lata.
É questão de tempo, arrombaram a porteira e agora os outros miudos vão quere o mesmo tratamento dos gregos.
Portugal, Espanha, Irlanda e Italia observam com carinho…
Então é o seguinte: escolham bancos ou Europa, ademais Putin já corteja os gregos. Acaba uma Cuba criam outra?
A Alemanha não tem moral para
A Alemanha não tem moral para criticar a Grécia, diz Thomas Piketty. Para Piketty, a Grécia deveria usar a mesma solução da Alemanha que não pagou sua dívida externa nem depois da primeira nem depois da segunda guerra mundial. A Alemanha, depois da segunda guerra mundial, nos dez anos q se seguiu, conseguiu sair de uma dívida de 200% do PIB para 20%, com perdão de dívida e tudo mais.
“A dívida Pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”, diz Maria Lucia Fattorelli.
Maria Lucia Fattorelli, ex-auditora da Receita Federal do Brasil, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega. Sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro. Ela fará parte de um Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais.
Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira, atualmente em 334,6 bilhões de reais, e provoca a necessidade do tal ajuste.
Leia a entrevista completa na CartaCapital. Entrevista mais clara do que esta, impossível, aí, só desenhando.