Não dá pra ajudar Grécia sem programa de reformas, diz ministro

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, disse hoje (7) que sem um programa de reformas não é possível ajudar a Grécia dentro da zona do euro.

“Não há espaço para ajudar o país sem um programa”, afirmou o responsável pelo Tesouro alemão, na entrada da reunião dos ministros da zona do euro, em Bruxelas.

O encontro antecede a cúpula do fim da tarde, que reunirá os chefes de Estado e de governo dos países que partilham a moeda única e que servirá para discutir o caminho a seguir após a vitória do não, no referendo de domingo (5) na Grécia às últimas propostas dos credores.

O comissário europeu para o euro, Valdis Dombrovskis, disse que uma saída da Grécia da zona do euro não está excluída se o governo do primeiro-ministro grego Alexis Tsipras não apresentar propostas concretas que permitam negociar um novo resgate.

Ao chegar para a reunião do Eurogrupo, o comissário afirmou que a reunião de hoje não tem como objetivo discutir uma saída da Grécia da zona do euro, mas admitiu que esse cenário não pode ser excluído.

“Se a confiança não for restabelecida, se nenhum programa de reformas credível for apresentado, esse cenário não pode ser excluído”, admitiu Dombrovskis aos jornalistas.

O chefe da diplomacia polonesa mostrou-se convicto da permanência da Grécia na zona do euro, mas “sob duras condições” como as adotadas por outros países da região. “Do contrário, se poderia falar de tratamento desigual”.

Para o ministro Grzegorz Schetyna, o cenário mais favorável para os interesses da Europa passa por evitar o grexit (Greece e exit, em inglês, saída da Grécia da zona do euro), mas com a imposição de regras fixas.

“É preciso ter em conta que se a Grécia sai, a crise pode durar anos, por isso vale a pena tentar sua permanência”, afirmou Schetyna. Ele lembrou que outros países, como Portugal, Espanha e Itália, adotaram as reformas necessárias e já encaram a saída da crise.

Pesquisa publicada pelo jornal Le Parisien mostra que o povo francês é majoritariamente a favor da saída da Grécia da zona do euro, após o resultado do referendo de domingo.

Feita pelo Instituto Odoxa, o levantamento indica que depois de os gregos terem dito não às propostas dos credores e à austeridade, os franceses alteraram a sua opinião quanto à saída do país da zona do euro.

Os resultados mostram que 50% dos entrevistados são a favor de que a Grécia abandone o euro, e 49% defendem a manutenção na moeda única.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

6 Comentários

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  1. Vira o disco e toca o mesmo.

    Xoble de novo?

    Portugal pronto para sair da crise?! É sério isto? Está pronto para receber a meia milha que obrigou a emigrar?

    Se a Espanha estivesse tão pronta para sair da crise, não precisariam humilhar os gregos como fizeram. Esta humilhação não era fim, mas meio. E o principal alvo era a Espanha…

    …esta turma principalmente.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=DYqMRxCpiiQ%5D

  2. Vou perder a timidez, já que até o pior

    dos idiotas se dá o direito de incomodar quem almoça ou janta num restaurante paulistano, e vou dissertar sobre o que eu muito pouco conheço, apesar de ter ido umas 4 vezes naquele belo pais:

    1 – a estratégia da tal Troika (FMI/BCE/C.E.) fracassou (como sempre)
    para resolver o problema da relação DIVIDA/PIB, que explodiu pois o
    PIB caiu 25 % (mais ou menos), mas permitiu a saída dos bancos
    privados, que conseguiram repassar seus créditos para o BCE. O
    problema para o BCE não é a perda contábil em caso de renegociação da
    dívida grega, ele não quebra pois tem um balanço muito inflado: é o
    perigo de Portugal, depois Itália e Espanha querer também renegociar.
    Por isso que a mídia mundial adotou um tom de fim do mundo.

    2 – Tsipras fez o certo, politicamente falando dentro do contexto
    democrático, em:
    2.1. forçar a Troika em explicitar sua intransigência, e
    2.2. chamar o povo para decidir se era para aceitar a “ultima proposta”.

    E agora?

    Acho que cada ator tem seus problemas:

    3 – Tsipras deve lidar com 2 dilemas:

    3.1. o povo grego não quer mais a Troika mas quer ficar na U.E. e
    conservar o Euro. Isso é impossível já que Troika, Alemanha e França
    não podem aceitar isto.

    3.2. dentro do seu partido Syriza, há quem quer ficar na U.E. e há
    quem quer sair do Euro, mesmo se isso for levar a uma exclusão da U.E.
    Tsipras precisa se equilibrar até forçar um lado a concordar com o
    outro.

    Pessoalmente acho que não há saída de longo prazo para a Grécia dentro
    do euro, e portanto dentro da U.E. Tsipras tentará ser expulso. Vai
    ser cada vez mais irritante para a U.E. A saída do ministro da
    economia é só a troca do “irritador” delegado.

    4 – A Troika, Alemanha e França tem um problema pior: estão crescendo
    as forças políticas contra o euro e o sistema europeu atual:
    4.1. Plebiscito sobre saída do Reino Unido da U,E, (lembrando que o

    R.U. não entrou no euro e não quer de jeito nenhum): os gregos

    mostraram que dá para dizer “não”, e ninguém morre no dia seguinte.
    4.2. Há na França e na Itália uma força politica crescente contra o
    euro, apesar de ainda minoritária. A decisão do povo grego pode dar
    momentum para esta força…

    Agora o fato é que tinham razão os economistas alemães que fizeram um
    abaixo assinado contra a criação do euro, explicando basicamente que
    não fazia sentido cada pais perder a sua liberdade cambial, e os
    países mais fracos (Grécia, mas não só) usar a moeda do mais forte ia
    levar a desequilíbrios impossíveis de serem sanados.

    E agora José? Não sei mas a Europa na minha humilde opinião vai
    conhecer um desconstrução lenta e pouco segura…

     

     

     

    1. Boa análise

      Concordo totalmente. Para os Gregos o melhor negócio é o Grexit, e ainda por cima depois do referendo poderão voltar à sua moeda e jogar a culpa nos credores pela miséria financeira do país. A tática de atrasar as negociações vai nesse sentido (a única proposta de Tsa-Calotes em Bruxelas hoje era o pires na mão): fazer seus compatriotas aceitarem um fato que já está praticamente consumado. E quanto aos alemães, se sabe que o Euro foi o preço cobrado por Mitterand para aceitar a reunificação do país em 1990. Se ainda tivessem o marco, o poder econômico deles seria ainda maior do que já é hoje. Mas a imprensa alemã também joga pesado contra a Merkel, como se vê na capa da Der Spiegel dessa semana.

       

       

  3. Esta como o Fluminense

    Não deu para levar em campo, (61% eh, eh) vai para o tapetão.

    A Grécia já acenou que admite conversar, mudou até de interlocutor, pois o antigo possuia o mal hábito de falar a verdade e na lata.

    É questão de tempo, arrombaram a porteira e agora os outros miudos vão quere o mesmo tratamento dos gregos.

    Portugal, Espanha, Irlanda e Italia  observam com carinho…

    Então é o seguinte: escolham bancos ou Europa, ademais Putin já corteja os gregos. Acaba uma Cuba criam outra?

  4. A Alemanha não tem moral para

    A Alemanha não tem moral para criticar a Grécia, diz Thomas Piketty. Para Piketty, a Grécia deveria usar a mesma solução da Alemanha que não pagou sua dívida externa nem depois da primeira nem depois da segunda guerra mundial. A Alemanha, depois da segunda guerra mundial, nos dez anos q se seguiu, conseguiu sair de uma dívida de 200% do PIB para 20%, com perdão de dívida e tudo mais.

    “A dívida Pública é um mega esquema de corrupção institucionalizado”, diz Maria Lucia Fattorelli.

    Maria Lucia Fattorelli, ex-auditora da Receita Federal do Brasil, convidada pelo Syriza para analisar a dívida grega. Sistema atual provoca desvio de recursos públicos para o mercado financeiro. Ela fará parte de um Comitê pela Auditoria da Dívida Grega com outros 30 especialistas internacionais.

     

    Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira, atualmente em 334,6 bilhões de reais, e provoca a necessidade do tal ajuste.

    Leia a entrevista completa na CartaCapital. Entrevista mais clara do que esta, impossível, aí, só desenhando.

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