No G2O, Haddad defende nova “globalização socioambiental” para enfrentar pobreza e crise climática

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Na primeira reunião de ministros de Finanças do G20, Haddad também defendeu a tributação de super-ricos e a reforma da governança global

Segundo Haddad, o não enfrentamento desses temas terá como consequência a ampliação das crises humanitárias e imigratórias. | Foto: Diogo Zacarias/MF

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (28), na abertura da 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais da Trilha de Finanças do G20, em São Paulo, que a pobreza e a desigualdade precisam ser enfrentados como problemas globais por meio de uma nova “globalização socioambiental“.

Precisamos entender a mudança climática e a pobreza como desafios verdadeiramente globais, a serem enfrentados por meio de uma nova globalização socioambiental”, afirmou Haddad, de forma remota, após ter sido diagnosticado com Covid.

Segundo o ministro, o não enfrentamento desses temas terá como consequência a ampliação das crises humanitárias e imigratórias. Neste sentido, o Brasil busca promover no G20 o combate à fome, a luta contra a pobreza e desigualdade, além do desenvolvimento sustentável e a reforma da governança global, a fim de contribuir com a construção dessa nova globalização, “centrada na cooperação internacional”. 

O ministro reiterou que “não há ganhadores na atual crise da globalização” e ressaltou que crise climática ganhou força e se tornou uma “verdadeira emergência“, de forma que “países mais pobres devem arcar com custos ambientais e econômicos crescentes, ao mesmo tempo que veem suas exportações ameaçadas por uma crescente onda protecionista”.

Neste cenário, o Haddad destacou que é preciso que países de todo o mundo se unam para taxar as grandes fortunas, uma vez que o abismo que separa os super-ricos dos mais pobres também está relacionado também à questão climática.

“Chegamos a uma situação insustentável em que o 1% mais rico detém 43% dos ativos financeiros mundiais e emitem a mesma quantidade de carbono que os dois terços mais pobres da humanidade”, disse. “Precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem a sua justa contribuição em impostos. Além de buscar avançar as negociações em andamento na OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico] e ONU [Organização das Nações Unidas], acreditamos que uma tributação mínima global sobre a riqueza poderá constituir um terceiro pilar da cooperação tributária internacional”, defendeu.

O ministro também ponderou que a desigualdade social deve estar no centro dos planejamentos econômicos. “Acreditamos que a desigualdade não deve ser apenas tratada como uma preocupação social, um mero corolário da política econômica. A nossa política é centrar a desigualdade como uma variável fundamental para análise de políticas econômicas. Queremos desenvolver as ferramentas analíticas mais adequadas para isso”, disse.

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Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

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