O confronto entre duas correntes econômicas

Comentário ao post “Os paralelos entre Vargas e Lula – 2

Muito oportuna a matéria. Há paralelos entre os períodos sim. São duas correntes se confrontando sim, uma liberal, que aceita a condição de dependência e subordinação. A outra corrente é intervencionista, quer independência, autonomia, sair do subdesenvolvimento, e isso só se faz usando a mão pesada do Estado.

A grande dificuldade é como “dosar” a mão pesada do Estado. Diferente dos países desenvolvidos, por aqui o Estado tem papel decisivo na economia. É o intermediário entre o mercado mundial e o nacional. É por meio do Estado que a economia gira. O que não quer dizer que o Estado tudo pode e que esteja acima do mercado. O socialismo por decreto do tipo Chavista não parece dar certo. Não tem como antecipar-se à sociedade. Usar a mão pesada do Estado só dá certo com o respaldo – e forte – de segmentos da sociedade.

Essa foi a genialidade do Lula. Não superestimou o peso da caneta. Quando entrou, lançou como bandeira a Campanha Contra a Fome. Aí Foi agregador, já começou neutralizando adversários. Quem iria ser contra erradicar a fome?

E esse vem sendo o grande acerto de Dilma. Toma medidas respaldada por setores da sociedade.

O golpismo paira no ar, sim. Não uma ditadura, mas um “golpe branco” do tipo que está acontecendo com o julgamento do mensalão, mandando um grupo de petistas para a cadeia. É visível a mudança da opinião pública depois do mensalão, Carlinhos Cachoeira antes “bicheiro” hoje foi promovido pela média a empresário, e jornalistas de todo o país viajam para ver seu casamento.

Por sorte o Brasil mudou. O Brasil antigo, da ascensão por meio do favor, das maracutaias, como diria o Lula, está ficando para trás. E a turma jovem, dentro das instituições e também fora, que ralou muito para chegar onde está, não é boba.

O perigo é um aperto na economia. Aí bate o desespero e tudo fica imprevisível.

Luis Nassif

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