O mundo pode ter o primeiro trilionário em até 10 anos enquanto a pobreza não acabará nos próximos 229 anos. É o que calculam cientistas da Oxfam, no relatório Desigualdade S.A, divulgado nesta semana, enquanto ocorre o Fórum Econômico Mundial.
Não só em termos de população, como de nações, o relatório mostra que 7 de cada 10 maiores corporações do mundo têm um CEO ou acionista bilionário. E que essas empresas valem mais do que o PIB de todos os países do continente africano e América Latina, juntos.
“Os super-ricos concentram cada vez mais riqueza e poder. Isso agrava as desigualdades globais de maneira absurda”, relata a diretora-executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia, ao explicar a relação entre os indivíduos que concentram riquezas e os países.
“O poder corporativo e monopolista desenfreado é uma máquina geradora de desigualdade. Pressiona trabalhadoras e trabalhadores, promove a evasão fiscal, privatiza o Estado e estimula o colapso climático”, apontou.
Ainda, de acordo com ela, no Brasil a desigualdade tem outras camadas, paralela à desigualdade racial e de gênero: “nossos super-ricos são quase todos homens e brancos”, disse, completando que é preciso “enfrentar esse pacto da branquitude entre os mais ricos”.
O relatório mostra que no Brasil, em média, o rendimento das pessoas brancas é mais de 70% superior à renda de pessoas negras, e que 4 dos 5 bilionários brasileiros mais ricos tiveram um aumento de 51% de sua riqueza desde 2020, ao mesmo tempo, 129 milhões de brasileiros ficaram mais pobres.
A Oxfam ainda compara que a pessoa mais rica do Brasil tem uma fortuna equivalente à metade de todos os bens de toda a população de pobres do país.
O documento foi apresentado às nações mais ricas do mundo em Davos, na Suíça.
Leia a íntegra do relatório, abaixo:
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