O destino da Bolívia e a extração de minérios estão intimamente ligados

Jornal GGN-Na economia há sempre um ciclo que dá a alguns o poder por algum tempo. As transições, entretanto, são inerentes ao processo histórico e econômico das sociedades. No século 20, a Bolívia foi o principal fornecedor de estanho ao mercado internacional. Durante a segunda guerra mundial, o país contribuiu com a venda do minério a um preço irrisório. Simón Patiño, era o homem por trás do negócio e assim permanceu até a primeira metade do século 20. Além dele, outros dois empresários atuaram com a venda do minério: Carlos Aramayo e Mauricio (Moritz) Hochschild. O estanho, no entanto, foi aos poucos substituído pelo gás.

Abaixo um texto que relembra um pouco da história econômica que envolve o período de extração do estanho na Bolívia. O artigo foi enviado pelo Blog Luís Nassif online, hoje, às 9h40 da manhã.

Re: Fora de Pauta

dom, 16/06/2013 – 09:28 

http://ocastendo.blogs.sapo.pt/660218.html

OS BARÕES DO ESTANHO DA BOLÍVIA – A Bolívia tem sua identidade e destino ligados ao minério, primeiro a prata e depois, a partir de meados do século 19, o estanho. O minério foi determinante em sua política e economia até a primeira metade do século 20. Três empresários emblemáticos estão ligados a esse negócio, sua ligação terminando em 1952 quando o Presidente Victor Paz Estenssoro nacionalizou as empresas privadas e criou a COMIBOL como estatal detentora das minas.

Simón Patiño – Mestiço de índio com espanhol começou do nada e chegou a ser um dos cinco homens mais ricos do mundo por volta de 1940. Patino era o maior minerador já antes da Primeira Guerra, mudou-se para Paris e tinha grande poder politico, era praticamente o “dono” da Bolivia, foi Ministro da Bolivia na França e controlava partidos e Presidentes bolivianos.

Teve cinco filhos e seu principal herdeiro foi outro personagem famoso, celebridade da alta sociedade europeia, Antenor Parino que casou-se na nobreza europeia com uma Borbon espanhola. Os Patino investiram bom dinheiro no Brasil, criando em São Paulo a empresa BRASTEMP.

Simón Patiño, o patriarca, morreu em 1947 em Buenos Aires, após a nacionalização das minas os Patino mantiveram suas refinarias de estanho na Inglaterra e nos EUA sob o nome de Consolidated Tin Smelters Ltd.

Carlos Aramayo – Barão do estanho menor que Patiño, tinha a Compagnie Aramayo de Mines en Bolívia, com sede em Genebra, foi Embaixador em Londres e Paris e Ministro da Fazenda e Chanceler, morreu em 1981 em Paris, homem culto e interessado nos destinos da Bolívia, a Compagnie ainda existe em Genebra, no mesmo endereço, como um fundo de investimentos.

Mauricio (Moritz) Hochschild – Judeu alemão de Freiberg, engenheiro de minas, emigrou para a Bolivia logo após a Primeira Guerra, criou uma empresa de mineração que foi bem sucedida, durante a Segunda Guerra conseguiu trazer para a Bolivia cerca de 3 mil refugiados do nazismo, teve sérios problemas políticos e por isso chegou a ser preso e condenado à morte na Boíivia, depois da nacionalização foi para o Chile onde desenvolveu uma importante mineração na região de Antofagasta, a Hochschild Mining. Ainda antes da nacionalização fez investimentos no Brasil, criando a importante empresa de metais BRASIMET.

Os barões do estanho e o estanho como produto perderam importância na economia e na política da Bolívia, substituídos pelo gás descoberto na região de Tajira por brasileiros. Hoje o setor de mineração voltou a ser importante na Bolívia, mas com grande diversificação de minerios, de exploração basicamente privada e com um metal promissor, o lítio, despontando como futuro.

Redação

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