Os desafios de 2015

Seja quem for o próximo presidente da República, 2015 não será um ano de fácil digestão.

Do ponto de vista macroeconômico, há uma série de problemas exigindo soluções que são conflitantes entre si.

Há dois problemas prementes – a deterioração das contas externas e a inflação – e terceiro que são as restrições fiscais, depois do festival de isenções não planejadas dos últimos anos.

O primeiro exigirá um reajuste do câmbio em um ponto qualquer do futuro. Esse reajuste impactará a cadeia de preços – não apenas os produtos finais mas a extensa gama de produtos intermediários integrados na cadeia produtiva de diversos setores industriais.

A esse impacto se somará o reajuste represado das tarifas públicas.

***

O governo tem  uma bala única para combater a inflação – o aumento da taxa Selic.

A economia já caminha em marcha lenta e há um refluxo na oferta de crédito pelos bancos. O aumento da Selic terá impacto direto sobre o tamanho da dívida interna líquida, como proporção do PIB. E a economia em marcha lenta terá impacto sobre a arrecadação fiscal.

Haverá algum ganho fiscal com a desvalorização cambial devido ao volume de reservas em poder do Banco Central. Mas não haverá como fugir de um aperto fiscal, se se quiser interromper a elevação da dívida pública como proporção do PIB.

Tudo isso em um quadro em que o emprego, salário e renda começarão a desacelerar em função da perda de vitalidade da economia e especificamente da indústria de transformação.

***

Em outros tempos, o fantasma da hiperinflação e do descontrole fiscal era argumento suficiente para impor medidas macroeconômicas drásticas goela abaixo da opinião pública.

Hoje, não mais.

Longe se vão os dias em que a única medida de desempenho governamental era o PIB. Agora tem-se um ativo nacional valiosíssimo – a taxa de desemprego – que entrou definitivamente na avaliação de políticas públicas e a qualidade dos serviços públicos

***

Todos esses desafios terão que ser encarados pelo próximo presidente.

***

A candidatura Dilma tem uma desvantagem, uma vantagem e uma incógnita. 

A desvantagem é o inédito grau de desgaste junto ao empresariado.

A vantagem de Dilma é a continuidade, o fato de não começar um governo do zero.

A incógnita é sobre o comportamento da presidente, se reeleita. Entenderá as fragilidades do primeiro governo e tratará de acertar o rumo; ou se sentirá mais fortalecida para manter ou ampliar o estilo voluntarioso?

***

Em relação a Aécio Neves e Eduardo Campos, há um conjunto maior de vulnerabilidades. Quem for eleito enfrentará  uma herança difícil tendo que administrar todos os problemas da transição, da montagem do Ministério às alianças políticas e a falta de ascendência sobre os movimentos sociais. E, com a crise à vista, correndo o risco de frustrar expectativas no primeiro ano.

***

Por todos esses riscos em jogo, provavelmente a política econômica não variará muito, independentemente do vencedor: será cautelosa, empurrando-se com a barriga até que a recuperação da economia mundial traga uma solução externa.

Enfim, um jogo para gente grande. Mas, até agora, o que se vê é apenas uma troca de acusações e de críticas entre os pré-candidatos, sem um discurso sequer que indique uma linha estratégica de ação.

Luis Nassif

44 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Os acertos do governo na macroeconomia

    Inflação na meta

    A formação bruta de capital fixo teve alta de 6,3% no ano passado, puxada pelo aumento da produção interna de máquinas e equipamentos, o que demonstra a confiança do empresariado

    Em abril, houve ingresso de US$ 2,78 bilhões. Em 2014, até 2 de maio, entraram US$ 5,61 bilhões no país

    O goverrno tem cumprido as metas fiscais.

    A credibilidade dos investidores internacionais é comprovada pelo sucesso de vários leilões de concessões diversas.

    Onde está o descontrole de preços?

    Investimentos infraestruturais chave sendo cumpridos

    Emprego em alta

    Esse é o Estado indutor do crescimento econômico, contra a ditadura do mercado e suas exigências de “ajustes”

  2. LULA

    para mim a grande ação de Lula foi “dar dinheiro aos pobres”. foi o que nos salvou da crise da “marolinha”. (quanta página de pig foi gasta rebaixando o Lula por conta dessa marolinha)

    o pobre pega o dinheirinho e corre para o mercado.

    compra comida, carro umpontozero, vai de avião (depois de 10 anos) visitar a mãe distante, etc,

    a indústria e a arrecadação de impostos funcionam, as empresas investem.

    isso é muito melhor que a elevação da Selic, para tirar o dinheiro da economia e ….dar aos ricos rentistas ou que reduzir impostos por tempo determinado.

    É muito melhor reforçar o caixa dos aposentados.

    os efeitos negativos são: especulação com os preços (um ovo de pascoa brasileiro mais caro aqui do que no Japão!)  uma passagem de avião para o nordete mais cara do que uma semana em Aruba e as estradas cheias de carrinhos. 

    os positivos é a entrada de divisas de investimento visando esse mercado, É o pleno emprego.

    o que não dá para entender é o empréstimo de B-I-L-H-Õ-E-S para empresas estrangeiras, telefonia e outras, apenas para financiar o repatriamento de capitais.

    mas……….. isso é apenas a opinião de uma criança de tres anos!

    http://naofo.de/6nc

  3. Todos esses fatores

    Todos esses fatores econômicos são de suma importancia. Porém, a esmagadora maioria da populção brasileira não aguenta mais o nível de insegurança a que chegamos. Não há absolutamente nada mais proritário que se resolver a questão dessa guerra civil no Brasil que nos atormenta a todos. Gostaria de saber do economista qual o peso que isso acarreta nas contas públicas, inflação, fuga de capitais, custo Brasil etc…

  4. Entrega para o LULA

    Mais difícil que o cenário que o Lula pegou em 2003, impossível. FHC, o exterminador da classe média, quebrou o país 3 vezes, e ainda entregou uma bomba relógio. Quem acreditou no poder de trabalho e reação do Lula se deu bem.

  5. HISTÓRIA

    POST do NASSIF para guardar e cobrar no final de 2015.

    Será o NASSIF mais um visionários das desgraças não concretizadas??????

  6. E a mídia Nassif.

    Se Aécio ganhar não haverá mais problemas no Brasil, até inauguração de bebedouro eles vão dar destaque. Isso deve ser pesado em caso de vitória tucana. É como ocorre hoje em São Paulo, corrupção no Metrô e falta d´água e o tucano ainda tem chance de vencer a eleição,  algo que não ocorreria com um petista. Isso quer dizer que uma manobra bem feita esse futuro governo do PSDB poderá tomar medidas duras sim, e a mídia com seus economistas bem pagos poderão amenizar os seus efeitos negativos. Eu espero uma sincronia fina entre mídia e tucanos caso eles vençam, algo muito pior do que é feito hoje, isso será uma estratégia para não permitir a volta de um petista ao poder.

  7. Indices de Inflação

    Ha muitos anos o professor e ecoomista Adrino Benayon (UFRJ) escreveu um artigo em que demonstra que a inflação

    no Brasil é provocada pelos grandes grupos economicos que dominam a produção e distribuição das mercadorias. Os chamados oligopolios aumentam os preços ao seu bel prazer e e agigantam cada vez mais controlando sem cessar novas empresas 

    Nos ultimos anos, com o surgimento de mais de 40 milhoes da nova classe media, o volume de vendas aumentou enormemente e o custo de produção fatalmente caiu (economia de escala). Se a economia de mercado funcionasse aqui os preços cairiam ao inves de subir, mas esses oligopolios estao se lixando pra economia d escala. A alta da taxa Selic edos juros, diz ele, penaliza somente as pequenas empresas porque as grandes empresas captam juros no mercado internacional a custo zero ( a venda de carros sem juros é um exemplo disso).

    Alem disso, o aumento da taxa Selic aumenta cada vez mais o valor da divida publica e consome bilhoes que poderiam ser aplicados em investimentos sociais. E a maioria alienada discute futebol e fica vendo a banda passar!

  8. Aumento da Selic alimenta a inflação

    Ha muitos anos o professor e ecoomista Adrino Benayon (UFRJ) escreveu um artigo em que demonstra que a inflação no Brasil é provocada pelos grandes grupos economicos que dominam a produção e distribuição das mercadorias. Os chamados oligopolios aumentam os preços ao seu bel prazer e e agigantam cada vez mais controlando sem cessar novas empresas 

    Nos ultimos anos, com o surgimento de mais de 40 milhoes da nova classe media, o volume de vendas aumentou enormemente e o custo de produção fatalmente caiu (economia de escala). Se a economia de mercado funcionasse aqui os preços cairiam ao inves de subir, mas esses oligopolios estao se lixando pra economia d escala. A alta da taxa Selic edos juros, diz ele, penaliza somente as pequenas empresas porque as grandes empresas captam juros no mercado internacional a custo zero ( a venda de carros sem juros é um exemplo disso).

    Alem disso, o aumento da taxa Selic aumenta cada vez mais o valor da divida publica e consome bilhoes que poderiam ser aplicados em investimentos sociais. Enquanto isso a maioria alienada discute futebol e fica vendo a banda passar!

  9. Oh,Senhor,
    Alem  de tudo e o

    Oh,Senhor,

    Alem  de tudo e o mais

    Não deixai jamais

    Que eu fique

    Circulando 

    Em torno 

    De o meu umbiguinho.

    Oh, Senhor,

    Já que minhas 

    Dívidas são tantas,

    E, ai de mim

    Se eu as renegues,

    Não tirai,

    Senhor,

    De mim

    O dom

    E a graça

    Das minhas

    Dúvidas.

    Dai-me

    Senhor,

    O espaço

    Das multidões

    E a desventura

    Ou a aventura

    Do futuro

    Agouuro

    Ou Augusto

    Livrai-me,

    Oh, senhor

    Que não seja

    Eu,

    Um daqueles 

    Profetas

    Do Passado.

    Senhor,

    Venha o que houver,

    A gente aguenta, 

    Naturalmente,

    Como o Senhor quer,

    A gente dá um jeito.

     

    1. Em suma:
      Já que eu estou

      Em suma:

      Já que eu estou eventualmente no Rio de Janeiro, imaginem depois da Copa..

      Acabou de chegar aqui na casa de minha mãe a  F. de S. P..

      Desculpem a baixaria, mas ainda vou dar um coque no Otavinho.

      Sem barraco, né?

      Ou será que não?

      Ai,ai, caramba!

       

  10. Nassif, injeta ideologia

    Nassif, injeta ideologia nessa análise. Se o Arrocho ganhar, vão ser quatro anos de guerra. Brasil não é Minas. E não adianta o pig botar tudo para debaixo do tapete. A população não aceitará arrocho de forma resignada.

    Exatamente por isso que a Dilma tem que ser muito incompetente para perder. A coisa mais fácil do mundo é colar na testa do Arrocho a pecha de candidato da elite. Ele próprio ajuda

  11. Ah, que delícia que é ler

    Ah, que delícia que é ler coisas sensatas !

    O que está escrito nem deveria ser necessário escrever, mas é bom que alguém o escreva.

    Entre discursos tucanos que ora se propõe a tirarem a vaca do atoleiro em que a enfiaram e discursos petistas  que tentam convencer que o atoleiro é suportável, um texto sensato como esse é uma raridade.

    Nassif, seria interessante uma análise sobre 2015, enfocando o ano como sendo a data-limite dos Objetivos do Milênio, que foi o que norteou os governos brasileiros de 2000 até hoje.

    Implantamos a transferência de renda, como mandou o WB, primeiro com FHC e depois aprimorada pelo WB no governo Lula, parece que conseguimos colocar as crianças na escola, mesmo que seja para aprender muito pouco , etc

    Em contra partida, como todos os outros países, tivemos nossa dívida externa revista, parcial ou totalmente perdoada.

    Com o fim desse acordão, já estamos começando a deteriorar nossas contas externas novamente. Há algum outro acordão em vista ou teremos que sair do controle remoto e navegar sem GPS a partir de 2016.

    Se for isso, qualquer um desses que se apresenta com chances de ganhar estará fud*, e com ele todos nós.

    Mais experto, como sempre é o Lulinha “me incluam fora dessa” da Silva, que já disse que não pega esse abacaxi.

  12. OS DESAFIOS PARA 2015

    Nassif, na minha humilde e santa ignorância, acredito de que 2015 vai implodir a economia brasileira, assim como o Plano Real. A notória desvalorização da moeda já diz  tudo. O poder de compra do povo está sacrificado tanto quanto os desmandos das equipes econômicas do governo, para não dizer desgoverno. Enfim, estamos indo pras “cucuias”. 

  13. O Nassif vai censurar esta

    Ele “corajosamente” escreveu:

    “O governo tem  uma bala única para combater a inflação – o aumento da taxa Selic.”

    Só se for porque os donos da grana ficam felizes e param de aumentar o M1, M2 e M3, fora disto é arrematada besteira.

  14. Igual independentemente do vencedor?

    Nassif, creio que seja um equívoco de análise pensar só em gestão macroeconômica cotidiana. E o panorama de reformas? De forma resumida, o projeto do PSDB é fazer do Brasil um México. Reforma trabalhista agressiva, implosão do Mercosul, privatismo sem quaisquer amarras, etc. etc. etc. O espírito de dar uma no cravo e outra na ferradura do lulismo será perdido. Os tucanos haverão de martelar só na questão do neoliberalismo.

    2015 só pode ficar semelhante para ambas as linhas políticas se tirarmos os fatores mais marcantes de diferença no contexto atual. Mas aí fica fácil, né?

  15. Dominada por grandes e poucos

    Dominada por grandes e poucos grupos, a economia será sempre o grande problema da nação. Indicar quais os problemas é fácil, como fica claro na matéria. Difícil é dizer o que o próximo pode fazer e quem será benficiado com as medidas.

    É de conhecimento geral que a crise causada pelos produtos financeiros podres do ‘povo de olhos azuis’ do norte tem levado países como Grácia, Espanha e Portugal à beira do abismo. Forçoso reconhecer que a Troika exigiu que o sacrifício viesse do povo, por meio de desemprego, corte de investimentos em serviços públicos essenciais, diminuição de aposentadoria e etc.

    Os causadores da crise, mais uma vez, saíram ilesos, graças a ação dos governos sob a orientação dos mercados. O mesmo mercado que pressiona para o Brasil siga o mesmo rumo. 

    Falta no artigo apontar qual seria o caminho para direcionar a solução da crise e quem sairia ganhado com isso.

     

  16. Sinceramente acho que

    Sinceramente acho que  Roussef deverá ganhar essa eleição de forma bem apertada.  No próximo governo virá a conta  dos subsídios da energia elétrica e da gasolina, preços esses que estão sendo mantidos artificialmente baixos as expensas da nação e que um dia nós o povo vamos ter que pagar a conta.

    Além disso se houver uma queda nos preços das comodites nos próximos anos, estaremos literalmente fritos.  A tendência no futuro bem próximo será de mudança no poder, o que é normal depois de alguns anos de uma determinada força política no comando do país.

    É necessário que surja no Brasil uma oposição que pense um Brasil de forma responsável, e não de novos velhos.  Há uma escassez de valores humanos, o que temos aí são políticos comprometidos com práticas velhas de comando e de ingerência política.  

    Há cerca de três dias depois da invasão do terreno perto do estádio do Itaquerão, li em um jornal as propostas para habitação dos governos postulantes a presidência da república. O governo Roussef detalhou sua política para os próximos quatro anos, Marina e Eduardo também, quanto a Aócio, sua assessoria mandou dizer que não falaria de política habitacional e que os projetos devem constar de seu planejamento de governo.  Exemplificando, o sujeito se quer se deu ao luxo de dar detalhes de sua política habitacional.  Um candidato que vem a público mostrar o velho como se fosse o novo, haja vista FHC, e dizer que se eleito executará medidas impopulares, fica evidente que não tem preparo para ganhar eleição alguma, nem essa, e nem as próximas.

    Precisamos de uma oposição com outro projeto de Brasil que não seja despejar dinheiro em vão no Haiti, ao invés de aplicar esses mesmos recursos em prol de seu próprio povo. 

    Com a palavra a oposição.

  17. O mercado e o direito a desigualdade social

    A naturreza da sociedade depende das condições de organização dos individuos que determinam a sua produção mensurável em um padrão igual, na medida que são sujeitos de um ponto de vista igual a eles.

    Os desafios de 2015 estão condicionados a que os individuos vençam essa queda de braço do Estado conta a mídia igual a troca de valores da sociedade para os especuladores.  

    Enquanto o trofeu de Dilma seria definir a economia a partir de práticas para o povo, sobre formas reais de equilibrio das atividades de produção – fundo comum para ser reeleita em 2014. Pelo contrário, o mercado já conseguiu reproduzir as circunstâncias alteradas na critica mental com espectros e fantasias na  mídia; equivalentes à transmissão de espectiativas para subordinar ainda mais a falta de estrutura da sociedade ao plano superior do mercado em 2015.

  18. Reli.
    Trêsli.
    E digo sem

    Reli.

    Trêsli.

    E digo sem grandes precipitações:

    Em primeiro lugar, o que se precipita é a chuva.

    Em segundo lugar, salto alto na grama, afunda.

    E por último, porém não por menos, a UDN, mesmo a Bossanovística, posso até respeitar, mas não tem jeito não.

    Prestem atenção!

  19. “Por todos esses riscos em

    “Por todos esses riscos em jogo, provavelmente a política econômica não variará muito, independentemente do vencedor: será cautelosa, empurrando-se com a barriga até que a recuperação da economia mundial traga uma solução externa.”

    Essa é a grande discussão que sempre fica de fora dos embates eleitorais. Após 20 anos de ciclos tucano (2 mandatos) e petista (3 mandatos), o Brasil ainda possui uma economia que depende excessivamente dos preços das commodities no mercado internacional.Na Carta Capital desta semana, a reportagem frisou bem que o Brasil está de fora, com exceção da Embraer, das grandes cadeias produtivas internacionais. Cadeias essas dominadas pela tríade EUA-Europa-Japão, ou seja, por países que incorporaram alta tecnologia aos seus processos produtivos.A matéria frisa, também, que os novos postulantes para entrar neste clube privilegiado, Coreia do Sul, Taiwan e China, tem sido altamente dinâmicos nas últimas décadas em avançar na produção de bens de alto valor agregado.Então, quando se discute política industrial, não entendo o porque ficamos nos preocupando exclusivamente com certos fatores (como infra-estrutura, carga tributária, juros, câmbio), quando vilipendiamos, ou negligenciamos, outro fator igualmente importante, a formação de capital humano e financiamento de pesquisas para incorporação de novas tecnologias.Pois, de nada adianta que todas as condições sejam favoráveis, se não conseguimos desenvolver pesquisas de ponta. A questão aqui não é só preço barato. Não é coincidência que empresas Taiwanesas e Sul-coreanas consigam entrar em mercados altamente competitivos e elitizados (como o de computadores e celulares) ao mesmo tempo em que conseguem alta pontuação nos rankings educacionais e universitários.O nosso problema é o mesmo da maioria dos países ricos em recursos naturais: poder financeiro excessivo de uma elite ligada a exploração destes recursos, que não tem muito interesse em modificar o panorama atual, bem como elites políticas míopes, sempre preocupadas com a próxima eleição, e não com a situação do país para os 20, 30, ou 40 anos. 

  20. Hoje teria mais esperanças no

    Hoje teria mais esperanças no país com o PT compondo uma oposição aguerrida e corajosa sobre o que pode e deve ser dito que se mantendo no poder.

    Ou – de outro modo – não vejo assim tantos fantasmas na eleição do PSDB, mesmo não o considerando o melhor. Até porque ganhariam a próxima, não ficariam muito tempo em Brasília. É um jogo razoável.

    Sobre discursos, a oportunidade é para dizer mais uma vez.: é lamentável que a chamada “blogosfera progressista” se omita quanto ao real problema das coisas: a falta de rumo do país não é de agora com a Dilma, vem de longa data.

    Com esse cúmplice perfeito do PIG – culpado de todos os malres – e o governo muito ruim do FHC, formou-se na outra ponta (o lado dos bons defensores de fracos e oprimidos) um ufanismo quase maluco e certamente equivocado que considerou o período lulista uma fase de ouro do progresso brasileiro.

    Embora seja inegável vários e admiráveis avanços, essa idéia na realidade das coisas jamais se justificou e proporciona até os dias de hoje um vácuo crítico. 

    Problemas estruturais permanecem intocados enquanto há histeria em relação a crescimento, índices, taxas que ao final produz falácia tais como “sétima potência econômica mundial”, ” nova classe média”, “melhores índices de emprego”…

    Em resumo: o governo Dilma é uma continuação melhor que o do Lula em vários aspectos – por exemplo, na racionalidade administrativa – com a diferença de contar agora com um cenário econômico internacional adverso.

    Seria o que vocês gostariam que fosse SE nos oito anos anteriores tivéssemos aproveitado o veraneio. Seria o caso de sacudir o sistema educacional com melhores salários para os professores (coisa que estados e municípios NÃO CONSEGUEM e a arrogância governista é incapaz de perceber); aumentado os gastos com o SUS; construído um aparato logístico nas cidades e nos estados, redirecionado a questão da segurança aumento dos gastos sociais, etc.. etc..

    Enfim, pela enésima vez: salário mínimo e políticas de transferência é ÓTIMO. O problema é sua sonora insuficiência em relação a super problemas. 

    1. Atores burros ou desafio grande?

      Ouço sempre muitas críticas mencionando que falta um projeto de país para os atores da política partidária. Gostaríamos, todos, de ver mais esforço nesse sentido. Mas é importante lembrar que o desafio do Brasil, e qualquer país em situação análoga, não é fácil. Se na época do grande Celso Furtado já era difícil, hoje fica ainda pior.

      As economias do mundo não são mais fechadas, e temos de concorrer com o trabalho barato asiático, enfrentar as tormentas do financismo internacional, etc etc. O projeto neoliberal é, no fundo, entrar na competição por trabalhadores em condição mais precária e rezar para o Deus Mercado fazer o resto. E o Deus Mercado cobra muitos sacrifícios! O lulismo não foi por essa via, e isso já é algo notável. Poderíamos esperar uma resposta pronta de antemão? Quantas vezes na vida é possível saber 100% de antemão, racionalmente, como sair de uma tremenda enrascada?

    2. Falta Rumo, Norte e Estrela

      Falar que só falta Rumo e fazer o jogo do lado contrário, pois o problema não se resolve só com Rumo, ou só com Norte, ou só com Estrela, nem mesmo com somente dois destes componentes.

      Só quando o Brasil tiver Norte, Rumo e Estrela funcionando concomitantementes de forma harmônica e equilibrada, ai sim, as dificuldades, mazelas, mal feitos e outros probleminhas nacionais poderão ser equacionados dentro de uma configuração holistica que produza linhas de ações críveis e exequíveis.

      O Resto é só mais diversionismo.

      Pão & Circo se preferirem.

  21. Alternância no poder.

    Alternãncia no poder é a única coisa boa de uma possível vitória tucana, por isso poderíamos pagar um preço altíssimo como por exemplo o pré-sal. Eu espero que a campanha seja propositiva, que se discuta ponto a ponto, para que os candidatos se comprometam com o país, ninguém pode levar essa eleição de graça sem assumir compromissos, inclusive a Dilma, que é com certeza muito superior aos outros candidatos. O que falta a Dilma é  esperteza política 

    1. O poder não alterna, meu

      O poder não alterna, meu caro.

      Ou ele deriva da força bruta (tirania), ou de deus (monarquia) ou do voto popular (democracia).

      O povo elegeu o PT e pode continuar elegendo continuamente o PT enquanto quiser, pois o poder é do povo. Não há alternância de poder numa democracia, pois o mesmo sempre será do povo.

      Condicionar o poder do povo à mudança do partido no governo é uma forma delicada de dizer que se quer fazer o poder derivar de outra fonte que não o povo. 

  22. 2015?
    Se gringos e russos

    2015?

    Se gringos e russos entrarem em guerra por causa da Ucrania e o conflito se tornar global todas as previsões econômicas para 2015 serão frustradas. No atual contexto, prefiro nem discutir 2015. Melhor ir tocando a vida aqui e agora, pois o futudo de mim (e do Brasil) independe.  

  23. Possibilidade de mudança ou mais do mesmo?

    Esse texto do Nassif só reforçou a minha visão de que o blogueiro se enganou” com Serra e está “enganado” ou “se deixando enganar” pela (falta de) qualidade da búlgara.

    1. Discordo

      Nesta não, como na minha mensagem ” O Nassif vai censurar esta” mostro que ele se alinhou de coração e mente com a banca rentista e seus interesses inconfessáveis.

  24. Resumindo, quem vencer está

    Resumindo, quem vencer está ferrado em 2015. E nós é que vamos pagar o pato.

    O Lula entregou um carro a 120 Km/h e a Dilma quebrou as 4ª e 5ª marchas. Agora o carro está e se esgoelando a 60 Km/h.

    Torço pela Dilma, mas ela precisa rever conceitos e saber ouvir algumas criticas com mais sabedoria. Se isso  não acontecer ela corre o risco de entrar para a história popular como a presidenta que estragou o legado do Lula, o que acho que seria uma tremenda injustiça com ela.

  25. 2015

    O primeiro desafio será o de trazer de volta alguma credibilidade à contabilidade oficial e aos índices oficiais. A gestão Mantega/Dilma solapou todos índices, com a sua matemática… vamos deixar no “criativa” para evitar processos, mãozinhas na cintura e pezinho batendo no chão com ar ofendido. Porque, a meu ver, a palavra correta para definir a “gestão” dos índices seria outra. Aliás, grande força ao IBGE, que ao contrário dos demais, não curvou a espinha. Honradez é assim: ou você tem ou não tem.

  26. Desafios por desafios – 25 de Março

    Matéria da Folha de hoje, a Dilma provavelmente já perdeu a eleição se houver uma chapa de oposição, com discurso e praxis contra o governo na eleição.

    O ambiênte, não só o econômico, como claramente fala a matéria sobre o ânimo festivo para  a Copa no Brasil,  se deteriora a uma enorme velocidade, por enquanto a campanha só com candidatos que defendem os lucros astrônomicos dos bancos e a alta da Selic, ou seja, do mesmo jaez rentista, não existe discurso de oposição. Mas logo vão surgir.

    O Povo não é Bobo.

    O PMDB deve preparar o seu candidato para assumir a campanha de tiro curto que se iniciará logo depois da segunda semana da Copa.

    Lojistas da 25 de Março temem encalhe de produtos para Copa

    INGRID FAGUNDEZ

    DE SÃO PAULO

    09/05/2014 02h00

     

    Lojistas da 25 de Março, a rua de comércio popular mais

    famosa do Brasil, já consideram a possibilidade de

    produtos para a Copa do Mundo encalharem nos estoques

    após o evento.

     

    O ritmo de vendas está menor que o da Copa de 2010, na

    África do Sul, segundo a Univinco (união dos lojistas da

    rua e adjacências).

    O menor otimismo dos lojistas vem desde a preparação para o evento. Segundo a

    associação, alguns empresários investiram menos para este Mundial. Até a

    decoração das vias da região, feita com três meses de antecedência na última Copa,

    não está sendo planejada.

     

    A estimativa inicial da entidade era de crescimento de 8% nas vendas em relação ao

    último torneio. Mas a calmaria na 25 de Março até o início de maio pode empurrar

    esse índice para baixo.

     

    Com 16 pontos de venda na Grande São Paulo, a rede Armarinhos Fernando

    investiu pesado em produtos para a Copa, segundo o gerente da loja da 25 de

    Março, Ondamar Ferreira. Agora, lida com a possibilidade de que bandeiras fiquem

    no estoque.

    É complicado dizer que não tem esse risco. Tanta manifestação e essa

    desmotivação acabam atrapalhando o comércio”, afirma.

    Além dos protestos, o gerente da loja Festabox, Célio Silva, aponta o cenário

    econômico como outro entrave.

    Há dois anos, Silva diz que a previsão era de alta de 40% nos negócios na

    comparação com 2010. Após mudanças na economia, que incluíram juros mais

    altos, aumento da inflação e crédito caro, a estimativa caiu para 20%.

    “Na Copa anterior havia uma explosão de negócios. Agora não há explosão.”

    Apesar da queda, o gerente prevê que o investimento de R$ 1 milhão será

    recompensado no próximo mês.

    “Se me perguntasse há 20 dias, estaria mais receoso. Mas maio entrou com boas

    vendas no feriado.”

    A esperança é que as próximas semanas tragam os consumidores que ainda não

    apareceram. “Agora estamos vendendo razoavelmente bem, com o 1º de Maio e o

    Dia das Mães, mas esperávamos um movimento mais forte. Ainda pensamos que

    isso vai acontecer”, diz o gerente da Armarinhos Fernando.

    Segundo ele, em 2010, os 15 dias antes da Copa foram os mais lucrativos. A

    expectativa é que isso se repita, mas o ambiente, por enquanto é de frustração.

    “Esperávamos que a Copa, por ser no Brasil, fosse mais lucrativa para o comércio”,

    diz

     

    Julia Chequer/Folhapress

     

    1. Copa pode travar o comércio

      Para a Experian, a Copa pode travar o comércio

       

       

       

      09 de maio de 2014 | 2h 08 O Estado de S.Paulo

      A informação, vinda de Londres, surpreendeu muita gente por contrariar a convicção generalizada de que a realização de um evento esportivo gigantesco como é a Copa do Mundo de futebol é altamente rentável para o comércio em geral, principalmente para o varejo.

      A informação partiu do presidente mundial da Experian, empresa inglesa controladora, no Brasil e em diversos países, do serviço de consulta ao crédito, a Serasa. Don Robert prognosticou que o torneio de junho-julho será um fator negativo para os negócios da Experian-Serasa. Ela vive das consultas recebidas a respeito da situação do crédito de milhares de correntistas bancários ou fregueses das lojas. Portanto, quando se espera ou se prevê uma queda no movimento do comércio, evidentemente o faturamento dessa empresa também poderá cair.

      “No curto prazo, estamos diante de uma série de ventos contrários pontuais, principalmente em um ambiente moderado de negócios no Brasil durante a Copa do Mundo”, disse Don Robert, num comunicado formal a investidores britânicos.

      O efeito imediato foi uma queda de 6,5% nas ações da Experian na bolsa londrina. No dia seguinte, ou seja, ontem à tarde, o papel ensaiou uma recuperação, mas valorizou-se apenas 0,2%. A previsão algo pessimista sobre o comércio brasileiro no curto prazo foi a principal razão da queda das ações da Experian.

      Dias atrás, tanto a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio) como a Confederação Nacional da Indústria divulgavam pesquisas falando de quedas tanto nas intenções de consumo da população quanto na disposição dos próprios comerciantes sobre os rumos da atividade no curto prazo, neste ano.

      A preocupação agora revelada pela empresa inglesa é, portanto, em certa medida, compartilhada por parte, pelo menos, do comércio brasileiro. Durante um mês, no meio do ano, com jogos em diversas cidades brasileiras, muitos varejistas temem a queda do movimento nos dias que medeiam as partidas da seleção brasileira, com a agravante de que nesses dias haverá, forçosamente, feriados informais.

      Apesar de tudo, a Experian reafirma sua aposta no mercado brasileiro a médio e a longo prazos: “Enquanto a Copa do Mundo coloca desafios específicos no primeiro semestre, estamos bem posicionados para continuar a crescer, no Brasil e em toda a região, no médio prazo”, conclui o balanço da empresa.

       

      1. Os shopping centers estão em vias de extinção?
                 

        deadmall

        Os shopping centers estão em vias de extinção?

        Um dos maiores ícones do capitalismo está em decadência. A época do apogeu dos shopping centers já passou e há sinais eloquentes de que esse modelo de negócio está acabando — assim como o fim do consumismo excessivo.

        Nos Estados Unidos, onde eles foram inventados, cerca de 15% no shoppings vão falir ou serão transformados em outros espaços comerciais nos próximos dez anos, segundo a Green Street Advisors, empresa americana ligada a empreendimentos comerciais. Outra empresa do ramo, a CoStar Group, calcula que, em média, 35% dos espaços das lojas dos shoppings americanos estão ocioso.

        Essa situação inspirou um trabalho fotográfico do artista Seph Lawless sobre os shoppings abandonados nos EUA (sephlawless.com/black-friday-2014) e algumas reflexões bombásticas. “Dentro de 15 anos, os shoppings americanos estarão completamente anacrônicos, uma aberração que durou sessenta anos mas que deixou de atender às necessidades do públicos e das comunidades”, disse Rick Caruso durante a convenção anual da Federação Nacional de Varejistas dos EUA— ele é o dono da Caruso Affiliated uma das maiores empresas a operar negócios imobiliárias no setor de varejo.

        É verdade que o boom dos shoppings ainda se manifesta em países como a China e a Índia. E até mesmo no Brasil há crescimento: segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), existem 500 shoppings no País e, até o fim do ano, serão 530. Mas não há otimismo no setor. Segundo o informativo setorial de shopping centers do Ibope Inteligência, “a taxa média de vacância nos 36 shoppings inaugurados no ano passado foi de 50%, ou seja, de cada duas lojas uma estava fechada por falta de locatário.

        O cenário é ainda mais assustador entre os shoppings inaugurados no segundo semestre. A taxa média de ocupação em 21 shoppings inaugurados a partir de setembro foi de apenas 38%; alguns shoppings inaugurados no último trimestre do ano tiveram taxas de ocupação inferiores a 20%”.

        Esse início de crise tem inspirado reflexões sobre o modelo de negócio até de quem depende dele — como, por exemplo, a cadeia de lojas Gap, dos Estados Unidos. “Nós já estamos assumindo a decadência dos shoppings. É um modelo de negócio que funcionou durante um curto espaço de tempo”, disse Glenn Murphy, o CEO da Gap, em recente entrevista, referindo-se aos aspectos negativos dos shoppings — estacionamentos lotados, preços e custos elevados, ambiente fechado e concentração de pessoas em áreas reduzidas.

        Murphy alerta para uma tendência irreversível: o aumento significativo das compras online. No último trimestre o ano passado, atingiu 6% do total gasto em varejo, praticamente dobrando em relação ao mesmo período de 2006.

        Mas essa é apenas a superfície da questão. A verdade é que, desde a crise financeira de 2008, o varejo nos Estados Unidos tem perdido força progressivamente, ao mesmo tempo em que começam a surgir movimentos, reflexões e pensadores que combatem o consumismo excessivo que tem caracterizado a última década. “O modelo consumista atingiu seu limite e se tornou uma atividade preocupada apenas com resultados imediatos, produzindo um estupidez sistemática que impede uma visão em longo prazo”, diz o filósofo francês Bernard Stiegler, autor do livro “Uma Nova Crítica à Política Econômica”.

        Esse discurso tem sido sustentado por algumas facções e grupos dedicados à questão do aquecimento global, referindo-se aos recursos naturais finitos e a necessidade de transformação da sociedade de consumo. Ou como diz Amitai Etzioni, professor de política internacional da Universidade George Washington: “O consumo excessivo, que nos leva a comprar casas maiores, carros mais caros, roupas mais transadas e tecnologias mais fascinantes prometem felicidade, mas nunca entregam. Apenas provocam o desejo de mais, sempre mais. E aos poucos começa a roubar sua vida e consumir nossos recursos limitados”.

         

  27. O Jogo anda muito pesado… Olha a nova dos Ingleses

     

    London 2016? Plans to move Rio Olympics to UK amid concerns over Brazil’s preparations

    “Olympic officials have secretly asked if London would be in a position to take over hosting the 2016 games from Rio de Janeiro amid major concerns with the city’s preparations.”

     

     

    http://www.independent.co.uk/sport/olympics/london-2016-plans-to-move-rio-olympics-to-uk-amid-concerns-over-brazils-preparations-9345626.html

  28. Caro Nassif, sou obrigado à

    Caro Nassif, sou obrigado à constatar que a sua caminhada na escolha do lado politico, vai clareando cada vez mais. Como já comentei, em outro artigo, foi igualando os candidatos e seus projetos ou a falta deles; Uma partitura sem tenor, prosseguiu com a falta de “método”, de um “modelo” do atual governo. Agora me parece, adquiriu contornos mais nítidos de oposição ao atual governo, com um discurso, que reproduz, mantras da oposição e da grande imprensa, tais como; “descontrole das contas externas”, “descontrole da inflação”, “desconfiança dos empresários” e culmina com a” herança difícil, (maldita?), que os candidatos da oposição receberão se vitoriosos. Profetizas até o aumento do desemprego. Relendo, artigos anteriores, constato, suas denuncias sobre o “alarmismo” e mesmo “terrorismo econômico”, que a oposição e a grande mídia proferiam, inclusive sobre a inflação. Ora o que mudou; A dívida pública/pib, continua em baixa, enquanto profetizas o aumento, o emprego continua em alta , com uma taxa de desemprego de dar inveja ao resto do mundo. A entrada de capital continua alta, bem como nossas reservas. A industria de equipamentos e bens de capital, com altas, normalmente com oscilações normais. A industria teve crescimento nos últimos trimestres, lógico com as oscilações normais. Fico esperando, que seu próximo artigo , vá profetizar para o apagão de energia. Gostaria de lembrar, que este discurso , recrudesceu, bem como os ataques ao governo e em especial à presidenta Dilma, pós manifestações de junho passado. Até esta data, a oposição se conformava, como a grande mídia , da vitória da presidenta Dilma e apenas restava o “mensalão”. Ganharam fôlego, apareceu o “escândalo ” da Petrobrás, os “doleiros”, ” não vai ter copa” e etc. Foi construido um “senso comum publicado”, para alimentar uma linguagem oposicionista. Infelizmente, tenho de reconhecer, a contaminação deste discurso, mesmo por liberais, que estão se transformando em seu oposto neoliberal.  

    1. Não ao Fla X Flu no debate político econômico

      Ser contra taxas de Juros Pornográficas não é ser nem liberal nem neoliberal, é ser coerente com o desevolvimento do Brasil por seu povo com cabeça erguida e orgulhoso do seu país e suas instituições.

      Reduzir a nós contra eles é de uma desonestidade acachapante, aqui no blog não.

  29. Perdeu a fé, Nassif ?

    Companheiro, justo você, que sempre foi defensor inveterado e multiplicador(pelas opiniões)dos governos desenvolvimentistas, que mais do que ninguem, sempre entendeu o foco social dos últimos governantes, que reverteram o “câncer” que invadia o organismo do corpo social brasileiro, com estas políticas de inclusão das massas ao mercado consumidor, via políticas de micro economia, vem agora, prenunciar um cataclisma, se esta prática não for modificada, dando lugar a uma política mais voltada, à macro-economia ?

    Estas práticas, que ousaram tirar o Brasil do eterno berço explêndido, no qual deitara-se em 1889, quando do início da República, só foram alteradas, e muito alteradas, com o advento do PT ao Poder, e nada garante-nos, que esta safra de “viúvas” do neo-liberalismo, que tenta por todos os meios legais e ilegais, retomar o domínio do país, terão a mesma coragem e competencia, de fazer, o que o PT e seu compromisso com o social, tiveram.

    Convenhamos, com a economia global ajudando ou não, se a Dilma não conseguir, estes aventureiros, não conseguirão, e o país, não pode correr o risco, de um retrocesso.  

  30.   Nassif e colegas,
      Fuçando

      Nassif e colegas,

      Fuçando no sótão do blog, encontrei um comentário meu de dezembro de 2010 a respeito de 2014. Precisaria de uns ajustes, mas acho que no geral deu pra passar no Instituto Mãe Dinah, rs.

    https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-papel-e-as-chances-do-psdb?page=1

    André LB

    Acredito ser muito “otimista” a visão da maioria dos comentaristas a respeito do papel do PSDB. Estão todos acreditando que o PT já errou o que tinha para errar e que o PSDB não vai mais dar uma dentro. Acredito ser importante lembrar do seguinte:

    1) Cenário econômico externo. Apesar do importantíssimo e recente-antes-tarde-do-que-nunca desenvolvimento de um mercado interno mais forte no Brasil e da pequena inserção no mercado externo, estamos sujeitos a uma nova rodada de problemas econômicos mundo afora. Na Europa a crise ameaça se alastrar ainda mais, os EUA passarão alguns anos sem absorver mais do que estão fazendo agora e o FED já sinalizou que pretende insistir no aumento da base monetária do dólar e a China, nosso grande mercado de commodities, emite alguns sinais de bolhas internas. o biênio 2012-2013 pode trazer um crescimento econômico bem menor ao Brasil, com reflexos eleitorais em 2014.

    2) Cenário econômico interno. Ampliando o dito acima, uma pequena diminuição do valor das commodities aliada ao esgotamento do modelo de ampliação do crédito – que em breve pode ser mais controlado, como o próximo presidente do Bc já sinalizou – podem não só diminuir o crescimento econômico como também criar entre a população a sensação de “esgotamento do modelo”: em, digamos, 2013 já terão se passado cerca de 6-7 anos de melhora econômica quase contínua, e uma maior dificuldade em financiar um carro novo causa descontentamento.

    Camb3) Câmbio. O atual cenário aponta para um maior ferramental à disposição do BC, mas será interessante ver o efeito do Pré-sal sobre o câmbio e contas públicas. Não à toa já se fala em exploração gradual das reservas petrolíferas.

    4) Ausência de maior debate político. À primeira vista pode parecer exagero para alguns, já que ainda estamos sob as impressões da guerra suja deste ano, mas mal se discutiram projetos, o que de resto não atrai muito o eleitor médio brasileiro, talvez (acredito ser o caso) ainda vítima da desarticulação sócio-político-institucional empreendida pelos militares, cenário que apenas décadas de vida democrática CONTÍNUA podem reverter. Enfim, a ausência desse debate tende a transformar os partidos em tábua rasa ideológica, saltando aos olhos em demasia o lado prático/midiático das administrações – “rouba mas faz” é uma síntese perfeita e ainda válida (mais recentemente, “é caro mas funciona”, etc).

    5) Apoio midiático. É muito difícil não enxergar o apoio da grande mídia ao PSDB ou, em outras palavras, que a mídia mostra muito mais escândalos ocorrendo no PT/base aliada que no PSDB/base aliada. Ao se passear pelos comentários de leitores dos veículos escritos, verifica-se ser consolidada a visão dos mesmos que o PT é muito mais corrupto. Verdade ou não (acredito que não) e independente do número de leitores/assinantes desses meios estarem diminuindo, a visão da mídia ainda é um fator, e assim se manterá ainda durante o período 2011-2014. Por exemplo, aposto 5 pra 1 que a grande mídia focará as mazelas brasileiras na Copa do Mundo de 2014.

    5a) Mídia. Espera-se um enfraquecimento da mesma, mas isso não ocorrerá tão em breve. O Marco Regulatório não sairá como esperado: é importante lembrar que o fiel da balança no Congresso, o PMDB, conta entre seus quadros muitos controladores de rádio e televisão, que se encarregarão de diluir muito do teor modernizante do projeto. Claro, entrarão novos grupos no mercado de mídia, mas não terão força ou interesse de desempenhar um papel distinto do da “velha mídia” antes de 2014.

    6) Escândalos políticos. É muita ingenuidade acreditar que durante a próxima legislatura não estourará algum escândalo político entre a base aliada. O atual sistema político não só permite, mas incentiva tais acontecimentos, seja qual for o presidente/primeiro-ministro/monarca. Óbvio, haverá exploração política do(s) episódio(s), na tentativa de diminuir o peso de Dilma e de Lula (“foi ele que botou ela lá”).

    7) Oposição. A oposição diminuiu de tamanho, mas sua estridência não demorará a se fazer sentir. Vitórias nas eleições municipais serão vistas como “derrota do governo” (federal), e provavelmente a disputa Alckmin-Aécio passará a esquentar nesse momento, depois de 1 ano e meio em banho-maria. Difícil especular o que vem depois, mas acredito que a eleição municipal de São Paulo será importante termômetro: ganhando o bloco PSDB/DEM, ponto para Alckmin; ganhando outro bloco (difícil pensar em alternativa ao bloco do PT), ponto muito maior para Aécio.

    8) Aécio. Ele é ponto específico do tabuleiro oposicionista. Penso ser sintomático que a Folha passou a abrir espaço para críticas à gestão estadual paulista (e não diretamente a Serra, cuja gestão só é personificada em casos positivos), ao mesmo tempo em que Aécio é entrevistado no Roda Viva (Tv do governo paulista) e aparecendo com largo sorriso em fotos nos jornais. Não tenho visto o Jornal Nacional, mas não sei se ou como ele tem aparecido, o que seria interessante verificar.

    Minha conclusão: será difícil, mas não impossível, para a presidente Dilma manter o clima de otimismo em relação ao futuro nos anos finais de seu mandato. A oposição começará a se mexer para valer em 2012, iniciando para já um tímido mas crescente apoio ao “renovador” Aécio. Acredito que seu sucesso vai depender dos fatores que descrevi, mas esperem sentados um fim do PSDB. Acredito que o partido já bateu no fundo do poço e inicia ano que vem um fortalecimento – em novas bases, mesmo que ilusórias. O descalabro dos governos FHC já está muito esquecido, tanto que vem lentamente ganhando força a versão de que o “Plano Real de FHC foi o que permitiu o avanço do Brasil de Lula”. Se importa a alguém, considero o PSDB um partido nefasto, mas o que acho não importa.

    1. O mundo gira e a Luzitânia roda!

      Gostei do artigo e também das previsões do André. Junto outro que vai no assunto de se melhorar o pais, ressalto o final da segunda citação do McCallum, onde citando outro autor fala da necessidade na análise política de modelos estruturais, ou seja, Astrologia, Geometria e Tarot.

      Choques reais e choques monetários…juntos – observações aleatória sobre bitcoin, Lucas, Marschak e, claro, política monetária

      Publicado em maio 9, 2014 por 1

      One source of difficulty in formal empirical studies of monetary policy effects on real variables has been the common practice of focusing attention on real responses to policy innovations—i.e., unexpected components —in vector autoregression (VAR) studies. [McCallum, B.T.,here]

      O que dizer da distinção entre choques reais e monetários quando o governo norte-americano, de forma inteligente, aceita a inovação do bitcoin? Pois é. A criação do bitcoine similares é um choque tecnológico, mas é também um choque monetário. Digo, você injetou mais moeda de forma descentralizada e temporalmente aleatória na economia. A princípio, isto tornaria a oferta de moeda mais instável do que a demanda, penso. Bem, como seria de se esperar, políticos, que são tão racionais quanto nós, facilitaram o fluxo de bitcoins…para eles.Seria legal agora que pudéssemos investigar uma galera da Papuda. Será que eles têm bitcoins também? Old bottles… Suspeitas à parte, a questão sobre como medir o choque monetário do bitcoin é algo a ser pensado, não? McCallum já chamava a atenção para a dificuldade, em termos do debate acerca da demanda de moeda (a equação (4) do texto, reproduzida a seguir) e dos choques tecnológicos já em 2002.

      mt −pt = γ0 +γ1γt +γ2Rt +εt

      Agora que você se lembrou da famosa equação, eis o trecho interessante:

      Indeed, it would seem almost to suggest the opposite—for the theoretical rationale for (4) is built upon the transaction-facilitating function of money, but the technology for effecting transactions is constantly evolving. And since technical progress cannot be directly measured by available variables, the effects of technical change (not captured by a deterministic trend) show up in the disturbance term, εt. But the nature of technological progress is such that changes (shocks) are typically not reversed. Thus one would expect a priori there to be an mportant permanent component to the εt process, making it one of the integrated type— and thereby making mt −pt not cointegrated with yt and Rt.

      Podemos ver que McCallum, ao discutir a questão do progresso tecnológico, deu-nos uma pista para como poderíamos começar a entender o problema. Temos que estudar mais séries de tempo, cointegração e pensar melhor no sistema de equações que usamos. Ok, não é um conselho fácil, mas nem inventar o bitcoin foi fácil, não é? Fica esta dica para o debate sobre o choque que é (ou os choques que são) a introdução do bitcoin no modelo. Mas vamos aproveitar que o autor é bom e citar outro trecho!

      “Eu já sabia. Pelo menos o Lucas deve ter lido meu artigo…”

      Ah sim, em um outro excelente momento do texto, ele mostra seu conhecimento da evolução histórica do pensamento econômico. Vejam que trecho ótimo:

      Now clearly the switch from the fixed-lag to the rational expectations hypothesis was the consequence primarily of theoretical, rather than empirical, analysis. At the time it seemed a rather drastic step, but after the fact it has come to be recognized as an entirely natural extension of the usual approach of neoclassical economic analysis to an area of economic activity (expectation formation) that had previously been treated in a non-standard manner. Today, many economists trained after 1980 appear, empirically, to have difficulty in even contemplating any other expectational hypothesis. Also, it should be remembered that Lucas’s critique itself was not new, but merely a (brilliantly persuasive) application of Marschak’s (1953) fundamental insight that policy analysis requires a structural (as opposed to reduced-form) model.

      Marschak é um autor bem mais antigo, nascido em Kiev (Ucrânia, Putin, Ucrânia…) e, como você pode ver, não era um sujeito qualquer. Não digo para sair por aí correndo para ler artigos dele, mas pense na questão que sempre destaco aqui: a importância do capital humano na formulação e condução da política monetária. De certa forma, o genial Bryan Caplan já pensou em algo assim quando publicou aquele artigo que sempre cito aqui sobre a idea trap (versão para iniciantes aqui, para alunos que já fizeram pelo menos um ano de curso e não temem as letras do alfabeto em combinações algébricasaqui). Só para você ter um gostinho do que Caplan intuiu:

      The current paper presents a simple political– economic model of the interaction of growth, policy, and ideas to explain this puzzle. Growth, policy, and ideas are mutually reinforcing, given a key assumption about the impact of growth on ideas. Countries tend to have either all ‘‘good’’, all ‘‘mediocre’’, or all ‘‘bad’’ values. An important implication is that social forces do notinexorably drive economically unsuccessful countries to reform. In my model, policy ‘‘turn-arounds’’ instead arise due to large random disturbances that shock economies into better equilibria. While this conclusion is somewhat counterintuitive, it is much more consistent with the empirical failure of the convergence hypothesis than the optimistic ‘‘learning’’ model (Williamson, 1994a).

      Pense nisto um pouco. Não é o que ocorre no Brasil? Sai uma equipe econômica que coloca a economia no lugar, entra outra que parece não ter lido nem um livro-texto básico. Não há porque a política econômica ser sempre melhor do que a anterior porque ela é feita por seres humanos. Logo, diria o leitor de Buchanan, precisamos de amarras constitucionais para não dependermos de anjos, né? Eu adoraria falar mais disto, mas notei que isto está se transformando em outro post.

       

  31. Com todo respeito ao grande

    Com todo respeito ao grande Luis Nassif mas essas constatações hoje  após 5 anos do início da crise são óbvias e tomadas concientemente pelo governo e a deterioração dos indices macroeconomicos temporariamente faz parte do planejado em 2008, ou seja, tomar medidas anticiclicas o que iria deteriorar as contas públicas por um período com o governo aumentando os gastos com crédito para compessar a falta no momento, por ex, em troca de manter a economia funcionando e os empregos . Outra opção era  a  do Serra e FMI que afundou a europa e esta fazendo com que a crise esteja demorando a passar mais que o previsto e provavelmente foi o que piorou a nossa situação. Em todo caso podería ser feito um paralelo para saber como estariam os dados do PIB. desemprego, inflação, etc se o Lula tivesse seguido o caminho mais facil,o dos mercados e FMI. Se em 2008 o Serra dizia e todos tinham a desconfiança que poderímos quebrar na crise e se hoje estamos bem como dizer que o governo está errado. É o mesmo que dizer que o Felipão errou ao não levar o Romário para a copa de 2002 sendo que ele trouxe o título de lá.

  32. Bala na agulha

    Nao entendo,  um dia o Nassif diz que mecher na SELIC tem resultado ZERO na inflacao e consumo, e hoje diz que é a unica arma contra a inflacao

    A arma contra a inflacao, Nassif, é a simplificacao tributaria para quem se comprometer a contratar mais e produzir mais. Isso mesmo, uma simples troca: reducao de imposto revestido em fortalecimento da empresa.

    Nada de usar o dindin para mandar para a matriz. Tem que ser gasto AQUI.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador