Marcio Pochmann redige texto longos, sustentados em análise da série histórica de dados e fundamentação político-econômica. Nem sempre são lidos com a devida atenção. Destaco as três propostas, buscando sintetizar.
Os três eixos estruturantes por uma refundação do Estado propostos pelo presidente do IPEA:
1. Integração setorial de especialidades e planejamento democrático e transparente.
questão central: as “caixinhas” setoriais que não se comunicam, concorrendo entre si. (notem que Pochmann nem se preocupa mais em usar termos técnicos e já se refere aos orçamentos setoriais como “caixinhas”, o que denota ironia).
Ampl2. Ampliação da política distributiva para a redistributiva.
questão central: a desigualdade continua a ter caráter “medieval”. (notem que Pochmann chega a caracterizar a desigualdade social como “medieval”, possivelmente devido a todos os entraves burocráticos e políticos que o IPEA teve que enfrentar para propor o avanço do modelo redistributivo).
3. O fortalecimento da cadeia de micro e pequenas empresas pelo crédito consignado, financiadas por bancos públicos e estimulada por uma nova legislação.
Questão central: “Nos últimos três anos, quase um terço do total dos recursos disponibilizados pelo BNDES foram canalizados para somente dez grandes grupos econômicos privados em processo de concentração e fusão. Se se considerar as empresas estatais, chega-se ao resultado de quase dois terços do total dos recursos (286 bilhões de reais) desembolsados pelo banco público para apenas doze grandes empresas nacionais privadas e estatais.”
Concordo com as propostas e a análise, somente não concordo com a necessidade da criação de mais um Ministério para desenvolver políticas para a Pequena Empresa e o Micro Empreendedor. Esta política deveria ser estratégica em um Ministério como o Ministério do Trabalho.
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