The Economist usa de ironia para criticar Mantega

Por Fulvia di Moro

Do Brasil 247

Economist agora diz que Mantega “é um sucesso”

Lançando mão da conhecida ironia inglesa, da qual é bandeira, revista ‘The Economist’ insiste em pilotar economia brasileira; com sinal contrário, pede outra vez a cabeça do ministro da Fazenda do Brasil; na sua Inglaterra de origem, país vai perdendo o direito de estabelecer sua própria taxa de juros, a Libor, depois de um escândalo de manipulação no qual, até agora, ninguém foi punido; casa desarrumada desvaloriza piada nova e palpite velho

247 – Em artigo sobre a “medíocre economia brasileira” publicado em sua edição desta semana, a revista britânica ‘The Economist’ pede, ironicamente, que a presidente Dilma Rousseff mantenha o ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo. “Foi amplamente reportado no Brasil que nossa impertinência teve o efeito de tornar o ministro ‘indemitível’. Agora vamos tentar outra coisa. Nós pedimos à presidente que o mantenha a todo custo: ele é um sucesso”, diz o texto.

Em dezembro passado, a revista publicou reportagem para criticar previsões do ministro que não se confirmaram. “Ela (Dilma) insiste que é pragmática. Se for, deve demitir o senhor Mantega, cujas projeções otimistas demais perderam a confiança dos investidores”, sugeria a publicação (relembre). Como destaca a própria ‘Economist’ desta nesta semana, contudo, o palpite acabou fortalecendo o ministro, que recebeu apoios públicos da presidente Dilma Roussef e de ministros como Fernando Pimentel.

De positivo, para a revista, apenas a agroindústria, “mais ciência e inovação do que você poderia imaginar”, e um mercado doméstico imenso. “De todo modo, as coisas estão ficando mais difíceis para o Brasil”, critica. Na Inglaterra da ‘Economist’, contudo, as coisas não vão lá muito bem. O país vai perdendo o direito de estabelecer sua própria taxa de juros, a Libor, depois de um escândalo de manipulação no qual, até agora, ninguém foi punido.

Críticas

A reportagem desta semana critica a condução da economia brasileira, que estarua lentamente abandonando a “fórmula por trás do sucesso do país”. A revista se refere ao regime de metas de inflação, transparência nas contas públicas, meta fiscal rigorosa e uma atitude mais aberta ao comércio exterior e ao investimento privado. Segundo a ‘Economist’, a recessão global fez que os presidentes Lula e Dilma dessem as costas ao liberalismo econômico e abraçassem o capitalismo de estado chinês.

“O Ministério da Fazenda assinou grandes cheques para impulsionar o crédito pelos bancos estatais. O governo desistiu da reforma de mercado, e gastou sem remorsos. Quando o superaquecimento [da economia] estagnou, a presidente publicamente pediu ao Banco Central que cortasse os juros. Quando a inflação chegou ao teto da meta, ela disse que se importava mais com o crescimento”, diz o texto.

A revista critica ainda os cortes de tributos promovidos em alguns setores da economia, que não tiveram contrapartida em cortes de gastos do governo. “O resultado é que os investidores ficaram confusos sobre a política econômica brasileira. Essa incerteza contribuiu para um desempenho medíocre: desde 2011 o crescimento tem ficado menor e a inflação maior que na maioria dos países da América Latina”.

Luis Nassif

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador