Vale registra prejuízo de R$ 6,663 bi no terceiro trimestre

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – A mineradora Vale encerrou o terceiro trimestre com um prejuízo líquido de R$ 6,663 bilhões, afetado pelo efeito contábil da desvalorização do real ante o dólar na dívida da empresa e aos baixos preços do minério de ferro. O montante é quase o dobro do prejuízo de R$ 3,381 bilhões registrado no mesmo período de 2014. Em dólares, o prejuízo apurado foi de US$ 2,117 bilhões – de acordo com a empresa, “a redução de US$ 3,792 bilhões no lucro líquido deveu-se, principalmente, aos efeitos no resultado financeiro da depreciação de 28% do real contra o dólar no terceiro trimestre (…)”.

De acordo com os dados divulgados pela empresa, a receita bruta totalizou US$ 6,618 bilhões no trimestre, uma redução de US$ 467 milhões em relação aos três meses imediatamente anteriores, como resultado de menores preços de finos de minério de ferro (US$ 281 milhões), níquel (US$ 136 milhões), cobre (US$ 98 milhões) e pelotas (US$ 74 milhões), parcialmente compensada por maiores volumes de finos de minério de ferro (US$ 167 milhões).

Os custos e despesas, líquidos de depreciação, foram de US$ 4,649 bilhões, representando uma redução de US$ 288 milhões em relação ao 2T15, apesar do aumento dos volumes de vendas.

Já o EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de US$ 1,875 bilhão no 3T15, ficando 15,3% abaixo do 2T15 principalmente como resultado de menores preços que impactaram negativamente o EBITDA em US$ 715 milhões. Menores custos e despesas e maiores volumes de vendas compensaram parcialmente o impacto dos menores preços no EBITDA em US$ 481 milhões e US$ 62 milhões, respectivamente. A margem do EBITDA ajustado foi de 28,8% no terceiro trimestre.

Os investimentos totalizaram US$ 1,879 bilhão, sendo que os investimentos na execução de projetos somaram US$ 1,232 bilhão, enquanto os investimentos na manutenção das operações existentes foram de US$ 647 milhões.

“Consideramos o resultado do terceiro trimestre positivo, apesar de, mais uma vez, afetado pelo cenário macro desfavorável que levou os preços ainda mais para baixo”, explicam os analistas do BB Investimentos, em relatório. “No geral, o resultado da Vale veio positivo, com a empresa administrando as variáveis em seu alcance. O maior desafio para o ano continua sendo o controle de seu fluxo de caixa, apesar de acreditarmos que as decisões tomadas pela administração, considerando desinvestimentos e redução de custos, estejam funcionando adequadamente”. Adicionalmente, o anúncio recente, em que a empresa anunciou cortes na distribuição de dividendos, foi interpretado pela corretora “como um movimento defensivo para a futura posição de caixa da companhia e seu cronograma de investimentos”.

Receita operacional bruta cai 6,6% no trimestre

A receita operacional bruta chegou a US$ 6,618 bilhões durante o terceiro trimestre do ano, ficando 6,6% menor do que no segundo trimestre. De acordo com os dados divulgados, a diminuição na receita de vendas ocorreu, principalmente, devido a menores preços de venda de finos de minério de ferro (US$ 281 milhões), níquel (US$ 136 milhões) e pelotas (US$ 74 milhões).

As vendas para a Ásia representaram 53,6% do total de vendas no 3T15, contra a participação de 51,1% das vendas registradas no 2T15. As vendas para as Américas representaram 25,7% do total, enquanto para a Europa representaram 16,8% e para o Oriente Médio, 3,4%.

A dívida bruta totalizou US$ 28,675 bilhões em 30 de setembro de 2015, significando uma redução de US$ 1,098 bilhão em relação à posição de dívida em 30 de junho de 2015. A dívida líquida diminuiu US$ 2,296 bilhões, totalizando US$ 24,213 bilhões com posição de caixa de US$ 4,462 bilhões. O prazo médio da dívida foi de 8,3 anos com um custo médio de 4,37% por ano. Os custos e despesas diminuíram para US$ 5,671 bilhões ante os U$ 5,925 bilhões do segundo trimestre.

“Impactando negativamente, apesar de um leve aumento na demanda por parte da China devido ao seu mercado imobiliário, nós ainda esperamos um cenário desafiador para 2015/2016 especialmente no segmento de minério de ferro”, diz o BB Investimentos. “As receitas futuras continuarão afetadas pelos preços mais baixos, bem como pelo excesso de oferta, resultado das novas capacidades da Rio Tinto, BHP e da Roy Hill. Somado a isso, a falta de perspectiva na recuperação da produção de aço chinesa, que veio com uma queda de 1,7% nos ano, também preocupa”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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