Bolsa Família: o que a mídia marginalizou por uma década e o começo do fim do programa

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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A realidade dos beneficiários do Bolsa Família foi ignorada nos dez primeiros anos de programa pelos grupos de mídia, e tampouco parece importar agora que está em construção uma narrativa para justificar o esvaziamento
 

Foto: Estele Kim
 
Jornal GGN – Em meados de 2012, um grupo de estudantes de jornalismo de uma universidade privada em São Paulo decidiu produzir um videodocumentário como projeto de conclusão de curso, tendo por motivação os 10 anos do maior programa de transferência condicionada de renda do País, criado ainda em 2003, durante o governo Lula: o Bolsa Família.
 
Dada a amplitude do tema, foi necessário estabelecer um “recorte” para viabilizar a produção de uma reportagem audiovisual com até 25 minutos, atendendo aos critérios impostos pela universidade. 
 
O recorte escolhido por Bruno Martins, Carlos Simalha, Cíntia Alves (hoje repórter do GGN), Deborah Scarone, Estele Kim, Gessica Cruz e Rafael Rodrigues, sob orientação do professor Valdir Boffetti, foi abordar aspectos que, em uma década de Bolsa Família, foram absolutamente marginalizados pela grande mídia.
 
Os estudantes identificaram que, durante anos, tiveram espaço prioritário nos principais veículos de comunicação pautas como o impacto do programa nas contas do governo, o seu suposto uso eleitoral, as denúncias sobre fraudes, além de entrevistas encomendadas para passar a ideia de que quem recebe o benefício não trabalha, dentre outras visões preconceituosas. 
 
Eram (e ainda são) raríssimas as reportagens que mostram como o Bolsa Família mudou a vida dos beneficiários ao longo dos últimos anos. Ou que revelassem assistidos que não cumpriram as condicionalidades exigidas e, por isso, foram bloqueados ou expulsos do programa. Falar de pessoas que ascenderam socialmente, também com ajuda de governos, e “devolveram o cartão”, então…
 
 
O documentário Benefícios (2012) é exatamente sobre isso: histórias de famílias que receberam ou não o benefício, circundadas de entrevistas e dados técnicos sobre a política pública que já chegou a atender 14 milhões de famílias, a um custo inferior a 1% do PIB.
 
Disponível no Youtube, o trabalho conta um pouco da vida de quatro mulheres que viviam, à época, na periferia de Osasco e Diadema. São elas: Maria Afonsina, então com 43 anos, mãe de seis filhos, recebendo R$ 198 do Bolsa Família; Maria José, 38, mãe de nove, com R$ 350 de auxílio; Deise Daniane, 24, com Bolsa de R$ 252 para dividir entre quatro crianças, e Marize Prazeres, 40, mãe de um casal, a única que não precisava mais de Bolsa Família desde 2011.
 
https://www.youtube.com/watch?v=UWpG6k5gXgc height:392]
 
Como Deise morava com os pais e Marize já era praticamente uma empreendedora que empregava outras beneficiárias do Bolsa com ajuda da Prefeitura de Osasco, as duas Marias que aparecem no vídeo acima encontram-se visivelmente em estado de maior vulnerabilidade. As duas são vizinhas e amigas e, por isso, dividiam, como se vê nas imagens, desde mesmo teto construído de maneira precária, há 18 anos, até uma dúzia de ovos que mal alimentava as 15 crianças e adolescentes que brincavam por ali, num amplo quintal de terra.
 
São as duas Marias exemplo factível de que, se a criança não vai para a escola, o benefício é cortado.
 
Maria Afonsina viveu esse drama por alguns meses e Maria José, na verdade, estava com o cartão bloqueado desde 2009. Só voltou a sacar dinheiro quando regularizou a situação, após o fim das gravações.
 

Foto: Deborah Scarone
 
Afonsina costumava não segurar a emoção quando falava dos pequenos. Nos bastidores, relatou certa vez que só comprava refrigerante em épocas especiais, como o Natal. Uma garrafa de Coca-Cola era um luxo impensável, tinha de ser o mais barato do mercado. 
 
Ela revelou que, assim como a vizinha Maria José, tinha dificuldade de manter a frequência escolar dos filhos mais velhos. O motivo? Bullying. Os adolescentes queriam abandonar os estudos porque eram humilhados pelos colegas, pois repetiam roupas e sapatos desgastados pelo tempo. Às vezes, não iam estudar porque não tinham o que comer antes de sair de casa. “Tem uns que sentem vergonha do que são, do que passam, do que vivem”, explicou a mãe.
 
Não cabia, e ainda não parece caber na grande mídia, as agruras dessas duas Marias e de tantas outras que ganharam o mínimo de autonomia nos últimos anos por causa do fator dinheiro.
 
 
O documentário ainda contou com a participação do cientista político André Singer, ex-porta-voz do governo Lula, que contribuiu lembrando que o Brasil tem uma “dívida histórica” com um extrato da sociedade antes abandonado pelo poder público. Logo, o Estado destinar auxílio para pessoas que estão abaixo de uma renda mínima é “condição necessária” para corrigir parcialmente esse erro, disse.
 
Floriano Pesaro, ex-secretário nacional do que seria o embrião do Bolsa Família no governo FHC disse, diante das câmeras, que só tinha duas críticas a fazer ao programa ao término de um ciclo de 10 anos: era necessário melhorar os instrumentos de fiscalização das condicionalidades (frequência escolar das crianças e acompanhamento médico e nutricional, principalmente) e construir uma “porta de saída”.
 
O FUTURO SOB A PERSPECTIVA DO GOVERNO DILMA
 
No final de 2014, o GGN recebeu a ex-ministra do Desenvolvimento Social Tereza Campello para falar do Brasil Sem Miséria, um programa com várias metas estabelecidas por Dilma Rousseff, todas concluídas antes do fim do primeiro mandato, que elevariam a situação de famílias que vivem na pobreza.
 
[video:https://www.youtube.com/watch?v=cub8bmEqBcs height:394
 
Campello apontou que, nas contas do governo derrubado pelo impeachment, cerca de 1,7 milhão de pessoas já haviam se desligado do Bolsa Família por terem melhorado a renda, e outro 1 milhão foi suspendido por descumprimento às condicionalidades, após um pente-fino que ocorreu antes da eleição de 2014 justamente para silenciar aqueles que diziam que as gestões petistas faziam vista grossa para irregularidades.
 
Os planos do governo Dilma para aperfeiçoar o Bolsa foram abruptamente abortados. E esse discurso que evidencia as fraudes no programa, contudo, não foi abandonado quando Michel Temer foi alçado ao lugar de Dilma. Ao contrário: o governo Temer, com Osmar Terra no Ministério do Desenvolvimento Social, tratou de alimentar o noticiário com varreduras que detectaram essas “fraudes” e levaram à expulsão, só no mês de novembro de 2016, de pouco mais de 1 milhão de beneficiários.
 
Hoje, segundo a pesquisadora do Bolsa Família Walquíria Leão Rego disse em entrevista ao GGN, o programa caminha para seu esvaziamento.
 
Leia mais: Governo, mídia e Judiciário controem narrativa contra o Bolsa Família
 
A mídia optou atualmente por uma cobertura que fala em fraudes, mas sem investigar o que ocorre na ponta do programa, ou seja, quem frauda e como isso ocorre bem debaixo dos narizes dos funcionários das prefeituras espelhadas pelo País, as verdadeiras gestoras do Bolsa Família.
 
Um dos indícios mais claros de que a intenção parece ser a de implodir o programa é a mudança de critério para acompanhar os beneficiários no que tange a renda.
 
Antes, sob Tereza, a atualização obrigatória era anual, por um motivo muito simples: os beneficiários, em sua maioria, são empregados informais, que muitas vezes fazem bico ou ocupam vagas temporárias para melhorar a renda da família. Um retrato do quanto conseguem faturar no final de ano ou em outras datas comerciais, por exemplo, pode fazer jus à realidade quando analisados os demais meses.
 
Mas o governo Temer decidiu que fará uma auditoria mensal usando uma nova base de dados para cruzar as informações dos beneficiários e, até janeiro, mais 1 milhão de cartões não terão mais validade alguma.
 
O número pode crescer quando do lançamento de um decreto para mudar os critérios de acesso ao programa. Ele estava previsto para outubro mas, segundo o novo Ministério do Desenvolvimento informou ao GGN, ainda está em “elaboração”.
 
É com preocupação que especialistas observam as mudanças no programa pelo atual governo. Antes encarado como potencial política de Estado, o Bolsa Família corre o risco de ser vitimado por um conluio entre Executivo, Judiciário e mídia — para quem a realidade dos beneficiários era ignorável nos dez primeiros anos, e tampouco parece importar agora que está em construção uma narrativa para justificar o começo do fim.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

14 Comentários

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  1. Era previsível que

    Era previsível que torpedeassem o programa. A narrativa para isso a mídia ja havia construido desde que o programa foi criado. Agora que estão com as mãos no timão do programa é só manipular os dados.

  2. Deveria me calar, mas não

    Deveria me calar, mas não consigo. O brasiliero não é nada daquilo que acha que é. É um ser estúpido, agressivo, ignorante, egoísta, cruel, imoral, preconceituoso, grosseiro e obtuso. Acha lindo fazer uma caridade de vez em quando para limpar a própria consciência imunda, mas tem ojeriza a programas como o Bolsa Família, programas que realmente procuram resolver o problema da miséria. A miséria e a tragédia social não comovem o brasileiro, desde que seja o outro quem se foda (desculpe o palavrão, Nassif). Não é e nunca foi um povo solitário. É um povo extremamente mau e egoísta.

    Brasileiros não merecem destino melhor que o desprezo e nojo que as tais “zelites” devotam a eles.

    Claro, generalizei. Existem muitas pessoas boas, mas em sua esmagadora maioria os brasileiros são assim. Sei porque convivo com todo o tipo de gente todo dia. Não me baseio em teorias estúpidas. Vejo a relidade e convivo com ela.

     

    1. Disse tudo, Marcos.

      Falta completar que a prática de dar esmolas para limpar a consciência é a norma na cabeça do médio-classista (sim, tem que dar nomes aos bois. É o médio-classista o mais racista, preconceituoso e todos os outros adjetivos que você definiu brilhantemente). quem recebe a tal esmola é o mendigo profissional, que aluga crianças na miséria para obter mais lucro nas esquinas, que compra “ponto bom” para praticar a mendigagem. Finge deficiência física para ludibriar o médio-classista e aumentar os “ganhos”. A miséria mesmo só apareceu na mídia pela força do Betinho, que nos início dos anos 90 iniciou uma campanha contra a fome. Ali eu vi o médio-classista consternado. Mas logo “esqueceu” e tudo voltou como dantes. Nunca vou entender o que leva uma sociedade ser tão tacanha com o seu próprio povo, concidadãos. Provavelmente é o mesmo fenômeno que leva alguns a trair o seu próprio país em favor de uma potência estrangeira que em nada vai nos beneficiar.

    2. Acho que a humanidade é

      Acho que a humanidade é composta de 10% a 20% de pessoas naturalmente boas, 10% a 20% de pessoas naturalmente más e entre 60% a 80% de pessoas manipuláveis, tipo “maria vai com as outras”.  A maioria da população brasileira é hoje estúpida, agressiva, ignorante, egoísta, cruel, imoral, preconceituosa, grosseira e obtusa graças à mídia oligopolizada, notadamente a Globo, que infelizmente ainda é a única ou principal fonte de informação da maioria da população brasileira e usa seu poder para manipular os 60% a 80% da população incapaz de pensar por si própria.  

    3. Deveria me calar também…

      …mas não consigo, dada a extrema violência que você usa ao caracterizar os brasileiros.

      “É um ser estúpido, agressivo, ignorante, egoísta, cruel, imoral, preconceituoso, grosseiro e obtuso.”

      Embora entenda tua indignação com os ataques ao programa e o preconceito com relação aos beneficiados, a qual compartilho contigo, esta “desqualificação” do brasileiro não é verdade.

      Tenta pensar se você, ou eu, ou a maioria dos comentaristas daqui se enquadraria na tua descrição?

      E o povo (brasileiros!) beneficado pelo BF? Se enquadra?

      A questão é mais complexa, envolve a distorção da mídia, dos políticos anti PT, de uma parcela raivosa da população que está longe de representar a maioria.

      Vai por mim. Ficar nos desmerecendo como povo não leva a nada e nem desopila o fígado. O melhor caminho, a meu ver, é o esclarecimento.

      Contra a treva da ignorância, somente a luz conhecimento e da verdade é eficaz.

       

      1. Amigo, desculpe, mas se não

        Amigo, desculpe, mas se não leu, leia de novo. Fiz uma ressalva bem clara na minha escrita e gostaria que atentasse para ela. Se se encaixa nela, ótimo. Aliás,como bem atentou, entendo que todos que aqui escrevem se encaixam nessa ressalva.

        Quanto a agressividada das minhas palavras, lhe dou razão, porque escrevi com raiva. Mas também quero que considere o seguinte: não chegou a hora de pararmos de tapar o Sol com a peneira e começarmos a admitir o que somos? O que a grande e esmagadora maioria é? Chega de nos enganar. O brasileiro, em sua imensa maioria  é assim mesmo como descrevi. 

        O primeiro passo para construir um país melhor é admitir o que a grande maioria é. Converso com pessoas de diferentes classes todos os dias. E suas falas revelam o que são. E elas são como descrevi. Cruel, chocante, mas verdadeiro.

  3. É mesmo uma tristeza ver um

    É mesmo uma tristeza ver um programa da relevância do Bolsa Família no combate à miséria e à desigualdade social brasileira ser desmontado.

    Infelizmente o atual governo e seus apoiadores querem que o Brasil permaneça indefinidamente na condições de subdesenvolvido, celeiro de mão de obra barata para as multinacionais e subserviente aos interesses das grandes potências.

    Uma grande base de miseráveis e desempregados da pirâmide social brasileira impede que os integrantes dos andares superiores da pirâmide cobrem direitos, pois são facilmente substituídos pelos miseráveis e desempregados da base da pirâmide, que lá estão por falta de oportunidade e não por demérito próprio.

    Isso explica o empenho desse governo em minimizar o alcance do Bolsa Família.  

  4. O melhor aspecto desse

    O melhor aspecto desse programa não é nem tanto do ponto de vista humanitário. Ele melhorou e muito a economia.

    Foi um dinheiro que entrou no mercado e fez muita diferença!

    Bons tempos foram 2011, 2012… Os níveis de desemprego chegaram aos padrões da Holanda ou Suíça com 4%.

    Quando o povo está gastando o empresário investe, investindo, tem que contratar. Daí o desemprego diminui drasticamente.

    Cortando esse “gasto” o desemprego aumenta.

  5. Esse dinheiro injetado no

    Esse dinheiro injetado no mercado através das mão dos pobres impulsionou em muito a economia.

    Foi e é um dinheiro injetado periodicamente durante mais de uma década no mercado.

    Isso faz muita diferença!

    Quando o povo está gastando o empresário investe, investindo, tem que contratar, contratando o desemprego diminui.

    Nesse caso do Bolsa Família, o povo que esteve e está gastando esse dinheiro é a classe pobre, logo, o empresário que está investindo para atender essa demanda é o empresário de pequeno capital.

    Observe que, as micro e pequenas empresas são responsáveis por quase 70% das vagas de empregos do País.

    Cortando esse “gasto”, não há dúvida, o desemprego aumenta.  

  6. Hóstia

    O que mais salta aos olhos é a indiferença e a mesquinharia da elite brasileira.

    Adoram visitar a Europa e os países mais desenvolvidos, onde não se vê miséria e mendigos pelas ruas. Ao voltar ao seu país, torcem o nariz e maldizem os ¨feios¨ e os pobres fedorentos que os incomodam; dão de ombros, desdenham e se fecham a esse mundo cão em seus condomínios fechados.

    No Natal e nos domngos, deixam cair algumas esmolas e rezam, ou oram, pelos desgraçados do mundo.

    Uma ou duas vezes por ano se reúnem em algum chá beneficente e doam alguns colares e anéis para as instituições de caridade. Condoídas, são tratadas como celebridades pelas TVs e jornais.

    Uma dessas escreveu em sua coluna sobre a tragédia que foi encontrar o seu porteiro em Paris.

    _Voltem pra onde nunca deveriam ter saído e tirem esse maldito peão nordestino desse lugar que não os pertence. Que ousadia e petulância a dessa gentinha acatingada!

    Um representante dessa gente nefasta, com um salário de algumas dezenas de milhares de reais, aproveta-se de um desses programas sociais destinados aos indigentes desta terra em benefício próprio, para aumentar o seu patrimônio.

    Quando? Quando vai explodir a ira santa e justiceira do povo brasileiro? 

    Quantas Madres Tereza vale um só Che Guevara?

     

     

    1. hóstia…..

      Foi apenas a respeito do Bolsa Família ou alimentamos uma hipocrisia nacional e desejamos uma certa “justiça” apenas quando nos convém. Onde estão os defensores dos Direitos Humanos, das Mulheres, da Infância e Juventude, da Justiça? Elize Matsunaga está sendo julgada após 4 anos encarcerada sem este mesmo julgamento. E se fosse inocentada? Quem devolveria estes 4 anos? Usando de muito poderio econômico e desta aberração, algum juiz (cujo nome não foi revelado) tomou a guarda da sua filha de 1 ano a transferindo à família do paí e impedindo o contato e convivio com a mãe, por todo este período. Onde está escrita esta lei? Um crime contra a sociedade, contra a mãe, mas principalmente contra a criança. Estão procurando cúmplices, premeditação que nunca houve para a expansão conveniente da pena. Caro sr. Juiz (e gente toda que diz que Feminícidio é barbárie, mas se cala neste momento). Peguem as condenações dos últimos mil casos no estado de SP a respeito de feminícidio, onde o homem premedita o crime, compra uma arma ilegalmente, mas antes, agride, espanca, estupra, multila, ameça, muitas vezes sequestra até finalmente cometer o assassinato e vejam o tamanho das penas e a celeridade dos processos. Não justifico o assassinato. Não justifico também a lei ser usada como convém ao momento e às pessoas envolvidas. Não justifico também tamanha hipocrisia nacional.     

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