Cunha teria recebido propina de contrato da Petrobras na África, aponta jornal

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – É destaque no Estadão deste sábado (26) que o deputado e presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), teria recebido propina refente a um contrato da Petrobras para a aquisição do campo de exploração de Benin, na África, alvo da Operação Lava Jato com a ajuda do empresário João Augusto Henriques, um réu delator.

Henriques disse na sexta (25) que fez, “a pedido de terceiro”, transferência bancária a um político com foro privilegiado. “Investigadores da operação afirmam que o político é Eduardo Cunha”, escreveu o Estadão.

No despacho do juiz federal Sergio Moro que determina a prisão do empresário, há a sinalização de que o político em questão já é alvo de ação no Supremo Tribunal Federal. Cunha foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo por corrupção e lavagem de dinheiro.

Segundo o jornal, Henriques, no começo, negou corrupção e arrecadação de valores ilícitos para o PMDB. Mas depois foi confrontado com documentos obtidos pela equipe da Lava Jato e acabou admitindo alguns atos. 

“Ao final do depoimento, o acusado (Henriques) admitiu que, em outro contrato da Petrobrás, relativamente à aquisição pela Petrobrás do campo de exploração em Benin, teria efetuado transferência bancária, a pedido de terceiro, para conta no exterior que pertenceria a um agente político, titular de foro privilegiado, já acusado em outra ação penal perante o Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moro.

O empresário é réu em ação penal sobre suposta propina de US$ 31 milhões na contratação do navio sonda Titanium Explorer, em 2009, por US$ 1,8 bilhão. Segundo o Ministério Público Federal, ele operou o repasse de US$ 10,8 milhões para o PMDB.

O ex-gerente da Petrobras Eduardo Musa afirmou, em delação premiada, que Henriques lhe disse que quem “dava a palavra final na Diretoria de Internacional da Petrobrás era Eduardo Cunha”.

Cunha decidiu não se pronunciar sobre as novidades da Lava Jato.

Com informações do Estadão

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

9 Comentários

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  1. Isolado ?

    Confesso qeu no começo não acreditei muito na tese do isolamento de Cunha. O cara é matreiro, esperto, muito cascudo, andou já em companhias de gente experimentadíssima nas chicanas políticas, mas há um certo zum zum zum. Uma hora ele está forte a ponto de indicar nomes para ministro da saúde ou ditar regras sobre o “impedimento” de Dilma, em seguida está sendo rifado pela mesma mídia que o beatificava no início do ano, quando era um paladino da oposição que iria impedir a governabilidade da chapa eleita, tornando-a inviável. Mas agora parece que, ou já cumpriu seu papel, e está na hora do “sai de cena”, ou cresceu demais para o gosto e projetos políticos da mídia cartelizada. Como dizem os espanhóis…”te digo que han pasado cosas ” ! Ajuda dos universitários .

  2. Nós, que aqui estamos, sem

    Nós, que aqui estamos, sem acesso a todos os dados da operação Lava à Jato, já suspeitávamos disso.
    Os  investigadores só não vêem isso porque não querem, vejamos:
    – foram descobertos alguns ofícios do deputado Eduardo Cunha questionando a nova ministra de Minas e Energia em 2003 sobre determinados contratos da Petrobras;

    – um ofício em 25 de março de 2003,Cunha pediu “informações à sra. Ministra das Minas e Energia sobre a Petrobras e a Braspetro”, o braço da empresa para encontrar e produzir petróleo fora do Brasil;

    – em 15 de julho de 2003, Cunha foi além e aprovou, na Comissão de Fiscalização e Controle, a convocação de Dilma para “explicar a posição da Petrobras nas licitações sobre plataformas de produção e exploração”;

    – 7 de agosto de 2003, às 8p1 da manhã, um novo fax foi enviado para uma nova convocação de Dilma a pedido de Cunha. O deputado queria que a então ministra fosse “explicar a posição da Petrobras nas licitações sobre plataformas de produção e exploração”e “o andamento da apuração de irregularidades encontradas nos processos de contratação” de uma empresa.

    Cunha repetia o pedido de convocação feito seis meses antes, mas queria mais. Justificando “o não comparecimento do senhor presidente da Petrobras para prestar esclarecimentos sobre a contratação das plataformas fora do país, prejudicando a indústria naval do país assim como o andamento das licitações da P-51 e p-52”.

    Ora, qualquer pessoa com um mínimo de bom senso perceberia que questionamentos como esses mas pareciam distração para ocultar preocupações maiores.
    Afinal, em menos de 3 meses de gestão o que poderia ter sido montado, quantos contratos de fato teria sido iniciados sob o novo governo do então presidente Lula?

    Esses questionamentos por si só já dizem muito, vamos sondar o quanto sabem sobre o que ocorre nos subterrâneos da Petrobras. Ao descobrir que sequer sabiam que havia um subterrâneo, os negócios sujos continuaram. 

    Esses fatos com datas, que de fato ocorreram, não leva ninguém a imaginar o porquê disso ter acontecido? Nenhum jornalista em entrevista ao Cunha teve coragem de perguntá-lo qual sua intenção àquela época com esses questionamentos?
    E se tinha alguma suspeita, porque não fez uma denúncia ou pediu uma investigação?

    https://jornalggn.com.br/noticia/em-2003-cunha-questionou-dilma-sobre-contratos-da-petrobras
     

  3. E, para minha incomensurável surpresa…

    … Aposto que Cunha vai ganhar mais 30 dias, prorrogáveis 30 vezes por mais 30 dias, para ir aditando sua defesa, a fim de incluir os fatos novos trazidos (a contragosto, mas sem prejuízo do “prêmio”) pelos delatores da tucana Lava-rastros. E, nesse ínterim, poderá continuar sua magnífica obra em prol dos interesses nacionais (exógenos) e da democracia (idem). 

  4. Cunha é tão conservador e

    Cunha é tão conservador e centralista quanto a turma do PSDB, OESP… mas Cunha não está no Instituto Millenium, não tem finesse suficiente, não é do clube. Então já são duas turmas de conservadortes centralistas brigando entre si: a dos sem berço e a dos fidalgos.

  5. Novo delator reafirma propina

    Novo delator reafirma propina a Cunha

    Jornal do Brasil

    Hoje às 17p8 – Atualizada hoje às 17p1

    Em depoimento no acordo de delação premiada sobre o esquema de corrupção da Petrobras, Fernando Soares, o Fernando Baiano, disse a investigadores que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu US$ 5 milhões em propina. A informação é do jornal “Folha de S.Paulo” deste sábado (26).

    A declaração de Baiano reforça as acusações do lobista Júlio Camargo de que Cunha recebeu dinheiro de recursos desviados em contrato de aluguel de navios-sonda para a Petrobras. Na época, a acusação de Camargo embasou o argumento do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que ofereceu denúncia contra o presidente da Câmara ao Supremo Tribunal Federal (STF).

    Segundo apuração da Folha, os termos da colaboração premiada de Baiano estão na PGR e ainda não seguiram para homologação pelo ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo. Ainda de acordo com o jornal, Baiano também fez referência ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que já é investigado pelo STF na suposta participação na mesma operação.

    Fonte:  

    http://m.jb.com.br/pais/noticias/2015/09/26/novo-delator-reafirma-propina-a-cunha/

     

     

     

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