Fase que mira em Dirceu e Mantega teve como origem vazamento

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Uma das razões para a mira da Operação Arquivo X, deflagrada hoje (22) pela Lava Jato, estar sobre José Dirceu e Guido Mantega, foi um vazamento de trecho de delação premiada ainda não homologado pela Justiça, mas que gerou a “confissão” do empresário Eike Batista, que é o real alvo da fase, saindo imune a mandados de busca e apreensão, condução coercitiva ou prisão temporária pelo juiz Sérgio Moro.
 
A esposa do publicitário João Santana, também um dos alvos da Operação de hoje, Mônica Moura, teria soltado o argumento carregado pelos investigadores como bandeira para esta fase: a informação de que o empresário Eike Batista teria pago US$ 2,35 milhões em dívidas de campanhas do PT, em 2013, consta em um dos anexos do acordo de delação de Mônica.
 
Ainda, a informação repassada pela esposa do publicitário não foi homologada pela Justiça. Foi o vazamento dela, por meio da repercussão à imprensa, que fez com que Eike Batista procurasse os membros da força-tarefa e “confessasse” em maio deste ano que fez a transferência para o casal de marqueteiros do PT, em um banco na Suíça.
 
Os jornais sustentam que, apesar de não homologada – e portanto não considerada legal pela Justiça -, a informação foi válida e não pode ser considerada ilegal como motivo para as prisões temporárias de hoje, porque Eike confirmou os mesmos dados espontaneamente aos procuradores da República.
 
A “espontaneidade” de Eike teve duplo efeito: salvar a própria pele, não sendo alvo de prisões antecipadas, e provar a sua postura de “colaboração”, ao supostamente entregar aos investigadores da Lava Jato o que eles já têm como mira nesses mais de três anos de investigações.
 
Apesar de não ter seus dados considerados legais pela Justiça, Mônica Moura e João Santana também provaram sua disponibilidade de “colaborar” com a Lava Jato, e após as delações premiadas e aceitar pagarem fianças, ambos foram soltos pelo juiz Sérgio Moro, no dia 1º de agosto.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

2 Comentários

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  1. Gente, sinto muito, mas tenho

    Gente, sinto muito, mas tenho que contar pra voces a novidade do ano:

    EU JA TENHO bichaiada louca complexada com a qual lidar.

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