Gilmar, que soltou Paulo Preto, nega liberdade a 2 homens presos por tentativa de furto

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil
 
 
Jornal GGN – O ministro Gilmar Mendes, que concedeu um habeas corpus ao operador do PSDB Paulo Preto há alguns dias, decidiu não conferir o mesmo benefício a dois homens do interior paulista que estão presos há 8 meses sem julgamento, por tentativa de furto.
 
Segundo reportagem do Estadão, João Evangelista Martins e Paulo César Martins fazem parte de um trio que foi flagrado pela Guarda Civil Militar de Arujá tentando assaltar uma loja de joias com uma chave falsa. A GCM acionou a Polícia Militar que prendeu os três em flagrantes antes do furto ser concluído.
 
A reportagem ainda informa que os dois que buscaram um habeas corpus são réus confessos e que ainda não foram condenados pela Justiça, mas seguem presos sem perspectiva de julgamento. Isso, na visão da defesa, como trata-se de crime de “baixíssima complexidade”, é possível considerar que os réus “já cumpriram período elevado de prisão em regime fechado”. 
 
Além disso, todo esse tempo preso sem julgamento configuraria constrangimento ilegal. 
 
Mas, na visão do ministro Gilmar Mendes, a tese não se sustenta pois não “há constrangimento ilegal por excesso de prazo quando a ação penal segue marcha”. O magistrado negou o habeas corpus alegando ser “incabível”.
 
Na semana passada, Gilmar Mendes concedeu HC a Paulo Preto, após a imprensa noticiar que o suposto operador do PSDB teria intenções de fazer delação premiada com o braço da Lava Jato em São Paulo.
 
Paulo Preto foi preso no início de abril, sob suspeita de comendar esquema de desvio de recursos públicos na Dersa.
 
O Ministério Público Federal já havia sustentado que a prisão era necessária porque há indícios de que Paulo Preto poderia obstruir a Justiça. Testemunhas relataram que foram ameaçadas e outras, que trabalham para a família de Paulo Preto e foram suspostamente beneficiadas no esquema ilegal, teriam mudado de depoimento quando a filha do ex-diretor da Dersa indicou um advogado.
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Ora, qual o espanto? O gilmau

    Ora, qual o espanto? O gilmau é o gilmau e sabe muito bem quais amigos e amigos dos amigos que precisa manter fora da cadeia e da delação. Vá que o cara preso delate algum amiguinho do coração, ou algum correligionário, ou, até mesmo, alguém de cima da casa-grande. Então, ele só faz o bem a quem lhe convém. Os outros, ora, os outros que se lasquem.

  2. A não-notícia.

    Esse é um conceito trabalhado por Wilson Ferreira em sua trincheira do cinegnose.blogspot.com.

    É um termo associado ao estudo de semiologia feito por ele.

    Confesso ser fã desses textos e seguidor do blog.

    O que temos acima é uma não-notícia clássica, ou uma ação diversionista plantada para distrair o eixo central da questão!

    Infelizmente, nem o GGN escapa.

    Pode-se acusar gilmar mendes de um monte de coisa, algumas mais ou menos correspondentes a sua conduta, mas nunca poderemos ascusá-lo de incoerência.

    Aliás, nenhum dos juízes do stf. Todos estão seguindo à risca o papel designado a cada um deles, uns com mais ou menos “brilho”, mas cada qual fazendo o que se espera deles.

    Infelizmente, no desespero que nos assola, passamos a “torcer” desesperadamente por uma espécie de arrependimento, ou algum surto de bom caratismo que transforme a conduta daquela corte e seus integrantes, a cada sinal dúbio que nos é favorável, suspiramos com esperança.

    Nunca em tempo algum da História, esperança esteve tão próxima da tolice.

    gilmar é o que é.

    O stf idem.

    Já é um espanto que o caso desses dois presos tenha chegado tão longe!

    A situação deles não é novidade nas masmorras medievais brasileiras, ao contrário, é regra!

    E que se esperava do stf e de gilmar? Justiça?

    Então, minha gente, onde o espanto?

    ‘Cês tão de sacanagem, né não?

    O Estado brasileiro, onde quer que se manifeste, não é ineficiente, ou injusto, ele é SELETIVO! E para exercer tal nível de seletividade ele (o Estado) pratica uma eficiência incomum!

    Não é nada fácil manter tanta gente pobre e preta nos IML, nas cadeias, alijadas de qualquer forma de direito e justiça, usurpada em sua vontade popular por golpes, sem uma sofisticação invulgar.

    Não é para qualquer país sequestrar impunemente, sem uma gota de sangue derramada, o presidente que mais moveu gente das camadas mais pobres até as camadas menos pobres (para não dizer médias, ao gosto da ortodoxia da “academia” economicista).

    gilmares, moros, globos, marinhos, etc., são casos que poderiam ser estudados e ensinados em Langley, Virgínia (sede da CIA), ou em qualquer outro centro de vigilância do Império e seus associados. 

    Nós somos phoda!

     

  3. É o Gilmar Mendes, líder tucano no STF, sendo ele mesmo.

    Alguns mais empolgados chegaram a acreditar no surto de “grarantismo” que vinha acometendo GM. Na verdade ele estava apenas se capitalizando para proteger os amigos e aliados de partido. Eu escrevi isso quando GM votou favoravelmente ao HC que beneficiou José Dirceu, que a juizeca substituta do torquemada das araucárias hoje mandou novamente encarcerar. Se não soubesse previamente do rsultado, é provável que GM tivesse votado contra o HC, assim como votou ilegal e inconstitucionalmente, ao negar ao Ex-Presidente Lula o direito líquido  e certo de assumir como Ministro de Estado da Casa Civil, em março de 2016.

  4. Habeas corpus é algo que GM
    Habeas corpus é algo que GM reserva apenas a ocasiões especiais e amigos especiais. Mas uma hora a casa desse canalha cai

  5. Hierarquia e coerência

    Hierarquia porque vamos comentar pela ordem

    1.o – Gilmar é ministro do STF. Enquanto magistrado tem por ofício aplicar a lei segundo sua interpretação dos fatos, das provas relativas a eles, das circunstâncias desses fatos, da natureza das pessoas envolvidas e, finalmente auxiliado pelas suas razões de foro íntimo formar  o seu juizo.

    2.o – Paulo Preto é acusado de ilícito penal, sem flagrante delito, sem violência ou grave ameaça, sem confissão e sem antecedentes criminais(suponho). A acusação que lhe pesa é a de subtração de quantia de grande vulto:”Crime de alta complexidade”

    3.o – Os dois ladrões foram surpreendidos em flagrante delito, são réus confessos e, provavelmente,  têm antecedentes criminais.Cometeram uma tentativa de delito e sua ação é um crime de ” Baixa complexidade “

     

    Coerência porque vamos buscar pelo provável raciocínio do julgador.

    1- Como esses ladrões, conseguiram trazer seu pedido até o STF,  se perguntará Gilmar? (São, no mínimo, clientes da Defensoria Pública, pensará)

    2- Por que cargas dágua eu tenho que dar liberdade a dois pés de chinelo que não tem nem como pagar honorários a um criminalista “respeitável”?

    3-Quem tem que julgar ladrão de galinha são os juízes de primeira instância. Eu tenho gente muito mais importante pra julgar, conclui Gilmar.

    Que audácia, dirá desgastado o Gilmar!!!

    Assim, o título da matéria mostra-se mais sensacionalista que coerente, buscando, talvez, uma comoção que não se justifica nem mesmo para os mais incautos leitores.

     

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