Lava Jato mira em “operador dos operadores” do PMDB na Petrobras

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A Operação Lava Jato deflagrou a 38ª fase, denominada Operação Blackout, com mira em operadores financeiros e diretores da Petrobras, relacionados a caciques do PMDB. Entre os peemedebista indiretamente arrolados estão Renan Calheiros (AL), Jader Barbalho (PA), José Sarney e Silas Rondeau, ex-ministro de Minas e Energia.
 
A etapa da Lava Jato realizou dois mandados de prisão, contra Jorge Luz e Bruno Luz, lobistas da Petrobras ligados aos políticos. Os dois estão nos Estados Unidos e foram incluídos na lista de procurados da Interpol. A PF também cumpriu 16 mandados de busca e apreensão.
 
Jorge Luz foi apontado pelos investigadores como o “operador dos operadores”. Atuando na estatal desde o governo de José Sarney, em 1986. 
 
As delações que motivaram a 38ª fase foram dos ex-diretores da estatal, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró, o lobista Fernando Baiano, além do ex-senador Delcídio do Amaral. Os delatores narraram a proximidade dos operadores, pai e filho, com os políticos do PMDB.
 
Segundo Delcídio, a proximidade de Jorge Luz com a estatal era tão grande que estacionava seu carro em vaga reservada para diretores da Petrobras. Cerveró mencionou que ambos podem ser considerados os idealizadores do esquema de corrupção do PMDB na diretoria Internacional.
 
Segundo Cerveró, os operadores viram na diretoria uma boa oportunidade para obter recursos ilícitos para as campanhas eleitorais do PMDB. E admitiu ter pago, pelo menos, US$ 6 milhões em propina ao PMDB, em 2006, por meio de Jorge Luz.
 
Este repasse, narrou o ex-diretor, teria sido acertado em um jantar na casa de Jader Barbalho, em Brasília, com a presença de Renan Calheiros, Paulo Roberto Costa e, também do ex-presidente da Transpetro e nome do PMDB, Sérgio Machado.
 
Jorge e Bruno Luz usavam contas em paraísos fiscais na Suíça e Bahamas para os repasses de propinas, contaram os delegados da Polícia Federal e procuradores da República. Ainda, os operadores mantinham uma relação próxima com o lobista João Augusto Henriques, apontado também pela Lava Jato como o operador do PMDB no esquema.
 
“O caráter serial dos crimes, com intermediação reiterada de pagamento de vantagem indevida a diversos agentes públicos, pelo menos dois diretores e dois gerentes da Petrobras, em pelo menos cinco contratos diferentes da Petrobras, aliada à duração da prática delitiva por anos e a sofisticação das condutas delitivas, com utilização de contas secretas em nome de offshores no exterior (cinco já identificadas, sendo quatro comprovadamente utilizadas para repasses de propinas), é indicativo de atuação criminal profissional”, disse Sérgio Moro em despacho.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

7 Comentários

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  1. A dificuldade para achar postagens e comentáios no GGN

    Caros,

    Peço desculpas por trazer um assunto não relacionado, mas acredito ser importante.

     

    Trata-se da dificuldade de localizar postagens antigas, pois estãs não ficam organizadas por ordem cronológica (o usual em blogs) e à tarefa impossível de acompanhar as ricas discussões visto que não recebemos notificações sobre a repercussão dos comentários: assim há o duplo trabalho de localizar a postagem perdidada e de vasculhar as postagens

    Assim por favor:

    1. Coloquem no site a opção de ordenar postagens do portal por ordem cronológia

    2. Adotem o Disqus para gerenciar os comentários, pois é a melhor ferramenta para acompanhá-los por reuní-los em uma única báse de dados monitorável

     

    Grato.

  2. Será?

    Certamente há melhores e maiores explicações que confirmem o suposto fenômeno “Se hay gobierno, soy contra” da operação Lava a Jato.Mas , no governo petista havia a “seletividade” vermelha. Os ex-aliados tomaram o poder e a operação policial aparentemente mudou o foco seletivo.Falta os tucanos.

  3. Grandes estruturas são incontroláveis.

    Os golpistas não se deram conta de uma coisa, que grandes estruturas são praticamente incontroláveis. Quantos delegados de polícia e procuradores estaduais e federais há no Brasil, há uma galera, e cada um imbuído no espírito “Deixa que eu chuto”, é uma pelada (jogo de futebol) sem treinador e juiz, todos querem entrar e termina jogando 15 contra 16, ou seja, a coisa está se tornando incontrolável e quem acha que vai conseguir acabar com isto, o supremo de frangos?

  4. E dai que mirou a operação no

    E dai que mirou a operação no PMDB. Não vai dar em nada. Jucá, Jader Barbalho, Sarney. Todos protegidos no PGR. STF.STE .PF.STJ. 

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