Lava Jato pede dados do STF contra PT e PP, e ignora PSDB

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – A equipe de procuradores da Lava Jato na primeira instância, sob o comando de Sérgio Moro, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento de provas contra dez parlamentares, buscando abrir ações de improbidade administrativa. Apesar de o STF ter provas contra membros de diversos partidos, como o PMDB e o PSDB, os procuradores miraram, sobretudo, em políticos do PT e PP.
 
O pedido da força-tarefa de Curitiba, sob a coordenação de Deltan Dallagnol, recebeu o aval do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi quem protocolou a solicitação formal ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato na Suprema Corte.
 
Isso porque ações cíveis de improbidade administrativa incluindo políticos como alvos são competências da primeira instância, cabendo ao Supremo apenas as ações penais contra aqueles que possuem o chamado foro privilegiado.
 
Apelando a essa brecha legislativa, Teori acatou ao pedido de Janot e compartilhou os dados contra deputados e senadores à equipe de Sergio Moro. Mas os investigadores não pediram o acesso aos autos de todos os políticos. 
 
A lista de dez inclui os senadores Gleisi Hoffmann (PR-PR), Benedito de Lira (PP-AL) e Fernando Collor (PTC-AL) e os deputados federais Vander Loubet (PT-MS), Luiz Fernando Faria (PP-MG), José Otávio Germano (PP-RS), Roberto Britto (PP-BA), Nelson Meurer (PP-PR), Athur Lira (PP-AL) e Aníbal Gomes (PMDB-CE).
 
Em tentativa de amenizar a restrição seletiva do acesso às provas, os procuradores da República que trabalham com Sergio Moro informaram que ainda deverão avaliar se cabe a abertura das ações. Mas valorizaram a necessidade de se investigar aqueles parlamentares, especificamente, que não inclui, por exemplo, José Serra (PSDB-SP), Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), também alvos de inquéritos da Lava Jato. 
 
“O material probatório produzido é extremamente relevante, pertinente e necessário para possibilitar a instauração de apuração na esfera de responsabilização por ato de improbidade administrativa ao fim do enquadramento das condutas de agentes públicos e terceiros envolvidos, notadamente porque complementam e auxiliam na compreensão do complexo esquema de desvio de verbas públicas em detrimento da Petrobras”, diz o pedido.
 
Até o momento, a Lava Jato já abriu ações de improbidade relacionadas ao doleiro Alberto Yousseff, aos ex-dirigentes da Petrobras relacionados ao PT, Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco e à Eduardo Cunha, sua esposa Cláudia Cruz, ao operador do PMDB João Augusto Rezende Henriques e ao ex-diretor Jorge Zelada.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

13 Comentários

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  1. Será que o Cunha foi poupado

    Será que o Cunha foi poupado até hoje pela Lava jato porque ele, tal qual Dallagnol, é evangélico? Sabe como é que, quando religião mistura com justiça,  para religiosos como Cunha e Dallagnol, Deus perdoa. 

    E em nome de Deus os messiânicos de Curitiba prendem até “fugitivos” em hospital. Hipócritas, nazistas e canalhas.

     

  2. Justiça da Republiqueta das Bananas

    É isso o que é nossa justiça: minúscula instituição que age conforme os interesses dos seus. Como em todas as republiquetas latinas e pelo mundo afora. E pior é que nós estamos pagando essa corja imunda…

  3. Ué, mas o desMoronado não é

    Ué, mas o desMoronado não é de vara criminal? Então, que estaria a fazer, agora, nesse angu civil? Mais uma dos desembargas golpistas na regional quartinha?

  4. FIM

    Gente, boa parte dos paises do mundo – talvez a maioria – não tem poder judiciário. Enquanto não aprendermos que a justiça deve ser um serviço público, e não essa coisa que é hoje no Brasil, pouco adianta reclamar. Os membros do Executivo e do Legislativo respondem ao povo, nas eleições.  Se o povo não gostar, a carreira acabou. No nosso judiciário, eles não prestam contas a ninguém e seus cargos são praticamente vitalícios. Isso tem que ter um fim.

  5. “Nada De Novo No Front”

    Nassif: certo estão esses meninos. Se a Farsa-Tarefa tem por objetivo defender aqueles 2/3 de bandidos do Congresso, bem como (essa é principa) prender Lula, prá quê ficar sabendo daquela multidão de ladrões do PSDB/DEM/PPS e maioria do PMDB? Nem a Farsa-Jato tá dando bola pra esse detalhe. Você ouviu sobre prender Cunha? Ou a mulher dele, aquela que gastava até US$75,000.00 em compras na Rue de Tivoli, e depois ia tomar cafe no palacete de FHC, na Av. Foch, ali pertinho? O Dinheiro, e sabido por todos, vinha das contas na Suiça. Mas os garotos sabem que ISTO NÃO VEM AO CASO. E mesmo que viesse, nesse 13×1 do TRF4, a coisa muda. Agora, chamar esses meninos de gogoboys, como ouvi dizer na semana passada, isto me irritou um bocado. É injusto e ofensivo… 

  6. Prisão do lula
    A prisão do Lula está marcada para quinta feira próxima para repercutir bem nas eleições.
    A militância deve defender seu líder.
    Salvador seria um bom lugar, estratégico, para protege-lo dos bandidos de colarinho preto

  7. O que a reportagem não fala é

    O que a reportagem não fala é que esses nomes do PSDB são todos de foro privilegiado por tanto devem ser julgado e e requerido investigação através da própria PGR e STF. Inclusive o nome do Aecio está nas mãos do STF já faz tempo, o problema é que como sabemos o STF é um órgão lento que não julga ninguém. Desde que a Lav Jato começou só tem crescido a lista de nomes nas mãos deles e até agora nada.

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