Ilustração: Cabral
Jornal GGN – Nos próximos dias 28 e 29 de outubro, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc irá promover a série de palestras “Michel Foucault e as artes”, em São Paulo. O encontro, com o objetivo de destacar a importância da arte para Foucault e sua perspectiva arqueológica na análise dos diversos campos artísticos, contará com a participação de Alessandro Francisco, Diogo Sardinha, Fabienne Brugère e Guillaume Le Blanc. O evento, na sexta-feira e no sábado, acontece das 14h às 18h.
Michel Foucault, em 1969, publicou a obra “A arqueologia do saber”, na qual aborda a análise dos discursos que estudou até então. Destacando que é possível realizar outras arqueologias que não aquela dos saberes, Foucault indica propostas como: uma descrição arqueológica da sexualidade, uma análise arqueológica da pintura ou sobre o saber político. Entretanto, deixando também em aberto o campo específico da arte.
Dentre essas arqueologias sugeridas por Foucault, as que se debruçam sobre as artes são as menos discutidas e, por mais que o tema tenha se multiplicado e gerado discussões, nem todos os caminhos foram explorados com profundidade, por exemplo a direção das análises sobre as relações entre o pensamento de Michel Foucault e a música.
Com isso, o público poderá participar de encontros que destacam a relevância das artes segundo o filósofo. Dentre os palestrantes está o economista e professor da PUC-SP, Alessandro Francisco; o filósofo português Diogo Sardinha presidente do Collège International de Philosophie de Paris, além de redator-chefe da Revista Rue Descartes; a professora da Université ParisVIII Vincennes-Saint-Denis, Fabienne Brugère; e Guillaume Le Blanc, professor de Filosofia da Cátedra de Filosofia prática da Université Paris Est Créteil.
O Centro de Pesquisa e Formação (CPF), unidade do Sesc São Paulo, trabalha na produção, formação e difusão do conhecimento, com o objetivo de desenvolver estudos nos campos cultural e socioeducativo.
Confira a programação:
Dia 28 de outubro, sexta-feira, das 14h às 18h
Michel Foucault e Pierre Boulez: um diálogo interrompido
Michel Foucault tem na música a expressão estética sobre a qual menos se dedicou. Todavia, a música ocupou um papel importante em sua vida, seja por sua relação com as composições de Bach, Mozart e Mahler seja por um diálogo com Pierre Boulez, pianista, regente e compositor. Com base nos escassos excertos dele a que se tem acesso, ousaremos compor algumas problematizações entre o pensamento de Foucault e a música indicando algumas implicações deste diálogo.
Com Alessandro Francisco.
Foucault e a literatura: O caso Baudelaire
Numa passagem que data de 1970, Foucault compara Baudelaire com Nietzsche. Porém, em 1984, ele o aproxima de Kant, estabelecendo uma ponte entre a filosofia do Esclarecimento e a arte moderna. Que sentido têm estas operações? E em que medida elas se distinguem das interpretações da vida e obra de Baudelaire feitas por outros dois filósofos, Jean-Paul Sartre e Georges Bataille, que Foucault não cita, mas sem os quais não entenderemos seu discurso? Recordaremos o quanto ele criticou Sartre e elogiou Bataille. Porém, o caso Baudelaire nos permite ver que esta posição mudou ao longo dos anos.
Com Diogo Sardinha.
Dia 29 de outubro, sábado, das 14h às 18h
Foucault e a pintura
Há sentido em evocar uma teoria da pintura ou da imagem em Foucault? Retomaremos o que Foucault escreve sobre Velazquez, Magritte, Manet ou Fromanger para discutir algumas pistas: a influência do modernismo ou do formalismo, com a história da arte que lhes foi associada, a influência do surrealismo e a influência de um pensamento do fora, com Blanchot e Bataille.
Com Fabienne Brugère.
A vida como obra de arte?
Em seus últimos escritos Michel Foucault, sugeriu que a vida podia ser considerada obra de arte. Esta hipótese abre a perspectiva de uma estética da existência que curto-circuita parcialmente as fronteiras da arte e da vida. Mas qual é exatamente o preço a pagar referente a esta reviravolta? Não se assiste a uma certa heroicização da vida ordinária, intimada a se içar até as normas da arte? Pode-se pensar a vida como obra de arte em um contexto democrático e no quadro de uma política da subalternidade?
Com Guillaume Le Blanc.
Serviço
Local: Centro de Pesquisa e Formação – CPF Sesc
Endereço: Rua Dr. Plínio Barreto, 285 – 4º andar. Bela Vista – São Paulo
Classificação: 16 anos.
Número de vagas: 70.
Inscrições: As inscrições pela internet podem ser realizadas até um dia antes do início da atividade. Após esse período, caso ainda haja vagas, é possível se inscrever pessoalmente em todas as unidades. Após o início da atividade não é possível realizar inscrição.
Para se inscrever clique (aqui).
Investimento: R$ 50,00 (inteira); R$ 25,00 (aposentado, pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública); R$ 15,00 (trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo credenciado no Sesc e dependentes).
*Atividade com tradução em libras: a solicitação deve ser feita no ato da iinscrição, com no mínimo dois dias de antecedência da atividade, pelo e-mail [email protected]r.
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Esta muito subversivo…
Tudo certo, mas está esquisito…
Isso ai não é subversivo não?