Bolsonaro fará um “governo de ocupação” sem ser necessariamente fascista

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Wanderley Guilherme dos Santos concedeu uma entrevista à jornalista Maria Cristina Fernandes, na edição do Valor Econômico desta segunda (29), avaliando que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fará um “governo de ocupação” sem precisar ser “fascista”. Ele não precisará mudar nenhuma lei para ser um governante extramente autoritário. Basta reinterpretar as normas já em vigor para reduzir as liberdades individuais e direitos.
 
“É importante entender que um governo de ocupação não é necessariamente fascista. Ele vai usar as leis que existem. Leis que estão no código penal e na Constituição e que podem ser aplicadas de uma forma perfeitamente violentadora daqueles direitos que supúnhamos adquiridos mas que não têm respaldo institucional nas leis do país.”
 
“Ele vai ocupar o país. E vai expulsar todos aqueles que gozavam de liberdade, pela benevolência da interpretação das leis por parte dos governos democráticos. Não será necessário violentar a legislação para se exercer um governo de ocupação. Ele vai tratar seus adversários como opositores do país.”
 
Na visão do cientista político que um dia anteviu o golpe militar de 1964, em todos os cantos do mundo atualmente, “as democracias estão sendo corroídas pelas leis democráticas, depende como estas são aplicadas.”
 
Para Santos, o termo fascista para se referir a Bolsonaro foi banalizado, pois o capitão da reserva não reuniu todos os elementos que caracterizam umr regime fascista, principalmente a estrutura paramilitar, a exemplo de Hitler ou Mussolini.
 
“Fascismo é uma expressão bastante trivializada que esquece aspectos fundamentais como o da organização paramilitar, toda a população organizada com uma hierarquia estabelecida e com uma estratégia de ação de violência, mas sob coordenação. Nada disso existe no Brasil.”
 
Ele ainda disse que é um erro das esquerdas derrotadas nas urnas acreditar que o eleitorado de Bolsonaro é ou flerta com o fascismo. “(…) é entrar num discurso delirante semelhante aos discursos delirantes de Jair Bolsonaro. Não existem 50 milhões de fascistas no Brasil.”
 
Na entrevista ele ainda comentou a campanha de Fernando Haddad, o papel de Ciro Gomes a partir de agora, sugeriu um plano de ação para os políticos derrotados que pretendem fazer oposição ao futuro governo Bolsonaro e indicou qual sua expectativa em relação ao Supremo Tribunal Federal.
 
Leia a entrevista completa aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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