Perdeu, vagabundo…, por Fábio de Oliveira Ribeiro

Perdeu, vagabundo…, por Fábio de Oliveira Ribeiro

A prisão de Lula foi, de longe, o fenômeno eleitoral mais importante de 2018. Não porque ele foi impedido de ser candidato e sim porque reduziu aos olhos do mundo a credibilidade do Poder Judiciário. Isso além de confirmar, dentro do Brasil, a impressão de que nossa (in)justiça é seletiva e incapaz de garantir tanto a estabilidade política quanto a previsibilidade jurídica.

Nesse sentido, devemos concluir que não adiantou nada Dias Toffoli criticar as propostas constitucionais de Haddad e de Bolsonaro. Ao defender preventivamente os juízes alegando que eles garantiram a democracia, o novo presidente do STF apenas e tão somente confirmou a certeza geral de que o sistema de (in)justiça deve ser arrebentado a marretadas (proposta de Bolsonaro) ou profundamente reformado (contra a vontade de Haddad). 

Lula se tornou um símbolo internacional no exato momento em que o Judiciário decidiu desrespeitar a decisão em favor dele proferida pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. A recente nomeação do sapo barbudo como presidente honorário do Labor Party britânico apenas confirma isso. O novo status internacional de Lula já poderia ter sido notado quando ele foi visitado na prisão por lideranças políticas e intelectuais de renome na Europa e nos EUA. Qualquer que seja o novo presidente, os juízes irão pagar caro por terem interferido no processo político.

A direita espalha o terror econômico dizendo que o PT é comunista. A esquerda teme o fascismo e já provou que foi capaz de triplicar o PIB sem recorrer a medidas socializantes. O uso eleitoral do medo faz parte do jogo político. Uns acreditam que podem lucrar mais reduzindo a população brasileira à miséria como ocorreu na Argentina. Outros querem realizar um governo inclusivo e garantir a integridade territorial brasileira.

Não creio que o Exército possa sujar novamente as suas mãos de sangue por causa de um capitão amalucado que diz que a Amazônia não pertence ao Brasil. Os militares irão defender os juízes quando as prerrogativas senhoriais deles forem atacadas? Essa é a verdadeira pergunta que ninguém fez até a presente momento.

O comando do Exército tem afirmado que irá garantir a posse do novo presidente. Essa demonstração de compromisso com a estabilidade democrática deve estar causando pavor nos juízes. Eles apostaram todas as fichas no golpe de 2016 e uma coisa é certa: o sistema de poder compartilhado entre mafiosos e juízes não vai ganhar a eleição.

Bolsonaro disse que pretende colocar mais 10 ministros no STF para garantir a legitimidade de tudo que fizer. Fernando Haddad inevitavelmente terá que recolocar o Judiciário nos eixos, pois um sistema de (in)justiça imprevisível afeta negativamente os investimentos externos. Além disso, a ganância mesquinha e injustificada dos juízes se tornou um problema orçamentário.

A perseguição cruel e ilegal de Lula modificou o quadro eleitoral e beneficiou os adversários do PT. Mas ela também servirá de exemplo para qualquer novo presidente brasileiro nos próximos 200 anos. Desde 2016 os juízes brasileiros agem como se o principal objetivo deles não fosse garantir a legalidade e sim extorquir aumentos salariais e novos penduricalhos no momento em que a arrecadação fiscal declina. Nunca mais na história desse país os partidos políticos irão confiar num sistema de (in)justiça que atua como se fosse uma máfia siciliana. Porque eles deveriam fazer isso? Nem mesmo os juízes respeitáveis confiam nos seus colegas https://jornalggn.com.br/noticia/supremo-tornou-a-eleicao-mais-tumultuada-diz-ex-ministro-do-stj?

Sérgio Moro tentou interferir na eleição e foi rechaçado até mesmo por alguns dos jornalistas que o transformaram em herói quando ele começou a perseguir Lula. A roda do mundo girou e me parece evidente que ela irá esmagar o juiz de Curitiba. Isso talvez explique o desespero da mulher dele nas redes sociais. Rosangela Moro desfrutou seus 15 minutos de fama. Em breve ela será esquecida. A esposa de Sérgio Moro não voltará a ser famosa nem mesmo se resolver abandonar o marido no momento em que ele tiver que pagar o preço por ter se tornado um criminoso ao grampear a presidente da república por razões políticas.

Os políticos disputam eleições. Uns ganham outros perdem. Os juízes não disputam eleições, mas eles serão os grandes derrotados em 2018. Dentre eles, Sérgio Moro certamente será o juiz mais derrotado. Ele arriscou tudo acreditando que o sistema de poder criado em 2016 ganharia a eleição. Agora terá que se resignar a sofrer as consequências da derrota. Lula foi capaz de transformar sua prisão numa vitória. Qualquer que seja o resultado da eleição Moro não conseguirá fazer isso. Perdeu, vagabundo…

 

Fábio de Oliveira Ribeiro

8 Comentários

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    1. No comando da Prefeitura de

      No comando da Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad demonstrou ser conciliador. Não acredito que ele sentirá qualquer prazer ao enfrentar o sistema de (in)justiça. Mesmo assim, estou convencido de que ele será obrigado a fazer isso. 

      1.  
        Resumindo, Haddad é Frouxo

         

        Resumindo, Haddad é Frouxo pra cacete !!!

        Mas e o que tem para hoje, infelizmente !!! 

        Até pq tem os contratos do pré-sal que precisariam ser rasgados e não serão. O pré-sal que seria a mola do nosso desenvolvimento foi perdido.

        Mesmo que revertamos o golpe, o Brasil já foi sabotado pelas próximas décadas… o máximo que conseguiremos é evitar o Boça de chegar ao poder e manter os nossos direitos. Evitar que o país se desenvolva pelas próximas décadas, isso eles conseguiram.

        Reverteriamos o golpe, mas já perdemos a Guerra híbrida para os EUA

         

        1. Muito pelo contrário.
          Na

          Muito pelo contrário.

          Na Prefeitura, quando necessário, Haddad se mostrou firme.

          Mas há uma diferença qualitativa entre ser firme (o que implica respeitar as competências atribuídas a cada um dos órgãos do Estado) e ser autoritário (impor a própria vontade com a baioneta na barriga do adversário, como pretende fazer o Coiso).

          1. Haddad levou volta dos

            Haddad levou volta dos molecotes do MPL

            A Polícia do Alckmin agrediu os Junhistas e toda a impopularidade foi revertida para ele !!! Ele foi o grande PErdedor daquelas manifestações e Alckmin o vencedor.

            Seria poético Haddad nos tirar do Caos que ele nos pôs (Não por intenção ou culpa, talvez por inabilidade).

            Mas não o vejo rcuperando o que foi roubado de nós, mas para lhe fazer justiça, acho que nem o Lula rasgaria esses contratos.

            Dentro do PT, Só o Dirceu acho que faria isso, mas esse é carta do Bralho nessa encarnação.

             

  1. Judiciário…

    Texto perfeito. Temos um Judiciário cheio de FDP’s, Meliantes que usam toga, tentam mostrar uma cultura que lhes passa longe e são tão ou mais corruptos e bandidos que os que condenam.

     

    Sergio Moro é um CANALHA ele e sua propineira Perua, chamada “Ro”. Espero que pelo menos uma vez na vida do Brasil a justiça exista e esse palhaaço, que nem a lingua pátria sabe usar, de modo escrito ou falado; seja condenado.

  2. Não vejo isso. Derrota só se

    Não vejo isso. Derrota só se o supremo for totalmente reformulado !!! Eles gostaram do poder e não vão abrir mão. Acho até que para eles a vitória de Haddad é melhor que a do Boça, porque o Haddad eles conseguem manter refém e o Boça não (Só que eles são reféns dos compromissos com os EUA).

    O PCC tem vaga cativa lá até 2043. 

    O Supremo tem que ACABAR !!! Ou ser profundamente reformulado.

    O judiciário tem que ser profundamente PENALIZADO em termos salariais. PErdas de penduricalhos de forma a custar menos que a metade do que custa hoje !!!

    E infelizmente,com HAddad ganhando a eleição não vai acontecer, pq o PT é frouxo e jamais teria apoio para isso. PRecisariamos de uma espécie de “Tribunal de Nuremberg” do golep de 2016, julgando crimes que não estão previstos no código penal, com penas não previstas, como prisão perpétua e pena de morte !!! Quandoos códigos form elaborados, não existia guerra híbrida.

    O Brasil foi traído. 

    Por baixo, sentenciaria a morte Temer, Moro, Cunha, Carmem Bruxa, Raquel Dodge, Dallagnol, José Serra, que deu o pré-sal, Thompson Flores, Gebran Neto. 

     Isso para começo de conversa e foram os que lembrei na hora. Ainda nem falei nos nomes na imprensa.

  3. O elo invisível que une os golpistas.

    Ninguém é capaz de identificar, ou se sabe, não se atreve a declarar. Qual seria o “elo oculto” que unifica membros do judiciário, parcela de  políticos, empresários, mídia e forças externas a dar sequência ao processo golpista ?  O que sabemos é que são contra o povo e os anseios do Brasil. 

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