Raio X das Eleições: SP, o reduto do antipetismo

Na comparação entre votos totais e prefeituras conquistadas, fica nítida a penetração do centrão apenas em municípios menores.

Agora que o Tribunal Superior Eleitoral está disponibilizando as planilhas com totalizações, vamos fazer um levantamento das eleições de São Paulo no 1º turno.

Aqui, o ranking da votação geral [pra prefeito e vereadores?]. O segundo colocado foram os votos nulos. E o primeiro, o PSDB, conseguiu 22,5% dos votos totais. 

No corte dos partidos, por tamanho do eleitorado das cidades, há conclusões interessantes.

  1. DEM, PMDB, PL, PTB, PSD, que constituem o centrão, crescem nas pequenas cidades e quase desaparecem nas maiores.
  2. O PT também não tem nenhuma expressão nas cidades com menos de 30 mil eleitores. E o PSOL só aparece nas cidades com mais de 100 mil eleitores graças à votação na cidade de São Paulo.

Na comparação entre votos totais e prefeituras conquistadas, fica nítida a penetração do centrão apenas em municípios menores. No gráfico vê-se que o centrão conquistou mais prefeituras que votos. E partidos mais programáticos, mais votos que as prefeituras.

Luis Nassif

5 Comentários

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  1. O estimado editor insiste neste slogan.
    Sabe-se lá qual o motivo.
    SP é o reduto atávico de todo conservadorismo brasileiro.
    Foi o último a abolir a escravidão.
    Colocou sua milícia nas ruas em 32.
    Desde então destila o golpismo como profissão.
    Antipetismo?
    Bah!
    Getúlio deveria ter dizimado o todos.
    SP é contra qualquer posição política que ameace os interesses deste capitalismo de terceira linha que eles imaginam ser relevante.

  2. Já foi explicado, o tal crescimento do centrão em grande medida foi por cooptação de quadros de outras legendas.

    Outro dado é que o antipetismo já virou lugar comum. Conheço muitas e muitas pessoas com pouca educação formal que até pouco tempo atrás nao tinham o menor interesse por politica, e hoje verberam esses slogans antissociais com fluência: Cuba, Venezuela, valores da família, meritocracia, e, claro, DHs humanos pra vagabundo são ditos com facilidade em qualquer conversa face a face ou por zap.

    Um dia a esquerda partidaria vai perceber. Quem sabe eles convencem os donos da comunicação a mostrarem “o outro lado”, né?

  3. Hei você aí de cima.Que TAL nós dois filiarmos ao PDN-Partido Dos Nulos.Molinho molinho,como mastigar água.De largada,sem precisar fazer campanha,já temos 12% dos votos.Vamos nessa?

  4. Sou leitor assíduo do GGN há muito tempo e acompanho sempre que posso a TV GGN. É com surpresa que leio o estimado editor do GGN utilizar neste texto o termo/conceito (?) “antipetismo”. Fez eco com o Leonardo Avritzer, cientista social, que publicou hoje artigo no portal UOL (“antipetismo versus experiência administrativa”) utilizando o mesmo termo/conceito (?). Aqui mesmo no GGN li e acompanhei o prezado Nassif argumentar, mostrar, demonstrar e contestar o processo arquitetado pelas forças reacionárias para destruir os partidos políticos, tendo o PT como alvo principal. Difundido desta forma, naturalizado por profissionais que sabem sua origem, o “antipetismo” parece que “brotou” na natureza ou que é consequência exclusivamente de ações de seus integrantes. O título deste texto não espelha o conteúdo do texto. O pior é isto: naturalizar um termo/conceito (?) forjado por forças golpistas, difundido à exaustão pelos jornalhões. Notar que algo parecido não se aplica a outros partidos. Não está demonstrado que preferir um partido implica ser contra outro(s). Não pelo menos por meio das perguntinhas capciosas do DataFolha.

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