Apagão das hidrelétricas não se concretizou, por Fernando Brito

Enviado por Irene Rir

Do Tijolaço

E o “apagão” das hidrelétricas, como vai?

Por 

 

No Brasil, com a mídia militante de oposição, existe um critério para a divulgação de notícias: só as ruins.

Por isso, o distinto leitor e a querida leitora não lêem, faz tempos, notícias sobre a crise elétrica, a não ser para algum chororô remanescente das empresas, todas indo muito bem, obrigado, com os reajustes cavalares que receberam este ano.

Não lêem, embora os dados estejam todos disponíveis a um clique de computador.

Se os nossos jornais os publicassem, saberíamos que os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste e do Centro Oeste, que respondem por quase 70% de nossa capacidade de geração estavam quinta-feira, quando escrevi este texto,  com 34,1% de seu volume máximo, contra 27,5% na mesma data de 2014.

Embora se preveja uma semana sem chuvas, com novas precipitações só acontecendo na região após o dia 25, é provável que se termine setembro aproximadamente no mesmo nível, o que é muito superior tanto ao que se registrou ano passado (25,3%) como o que os estudos no próprio Operador Nacional do Sistema, que controla o fluxo das barragens para o final do mês. O valor estimado para o final do mês, na primeira projeção para setembro, era de 27,1% e a “melhor das hipóteses” considerada de 31,4%.

Agora, o ONS estima que a 30 de setembro termine com 32,7, podendo chegar a 32,4% se as chuvas dos últimos dias do mês forem um pouco mais fortes. Para o fim de outubro, o cálculo sempre conservador do comitê do ONS estima um baixa para 28,2%. Em outubro de 2014, era 18,7%.

Dificilmente se terá, no final do período seco, em novembro um quadro em que mostre as represas entre 10 e 15% acima do desastre do nível de 16% registrado ao fim daquele mês no ano passado.

Mesmo que tecnicamente o risco de um “apagão” já tenha sido”zerado” há duas semanas, o comportamento das reservas no final do período seco abre a perspectiva de, com a chegada da estação das chuvas (dezembro/janeiro a maio) tenhamos, em 2016, níveis de armazenamento superiores a 50%, o que não ocorre desde 2013.

A situação só não é melhor porque a estação seca, no Nordeste, está sendo mais severa que há um ano, embora, em parte, isso esteja sendo compensada pela usinas eólicas, que têm gerado perto de 30% de toda a produção elétrica nordestina, aliviando a carga das hidrelétricas.

Com isso, é quase certa a retirada da bandeira tarifária vermelha, aliviando o custo da energia elétrica e, com ele, a inflação no fim de 2015/início de 2016.  Com a queda de consumo provocada pela estagnação econômica (e, este mês, ampliada pelos dias de baixa temperatura da primeira quinzena do mês) e a entrada em operação das primeiras turbinas de Belo Monte, não haverá razões de forçar a restrição de consumo de energia elétrica.

Claro que isso ainda depende do comportamento das chuvas no último trimestre do ano, que os meteorologistas projetam seja dentro da normalidade.

Normalidade, porém, parece ser a palavra mais proibida na imprensa brasileira, atualmente.

Redação

11 Comentários

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    1. Como discutir um “argumento” tão avassalador como este?!

      Os fatos, ora os fatos…

      O “legalzin” é ficar xingando da arquibancada.

      Sem limites

  1. Ano após ano, desde a entrada

    Ano após ano, desde a entrada do PT no governo, as manchetes dos jornais avisavam que o racionamento de energia (segundo eles, apagão) era inevitável.  Inclusive aqui no blog vi alguns prevendo o apocalipse energético. Seria bom que esses mesmos que previram anos de trevas para o país explicassem pra nós porque, mesmo com uma das maiores secas da história do Brasil na região sudeste e, segundo eles, a total falta de investimento e irresponsabilidade da Dilma, isso não ocorreu até hoje. 

  2. O apagão consistiu em poupar

    O apagão consistiu em poupar agua nos reservatorios e para suprir a queda de produção das hidroeletricas foram acionadas desde 2012 até agosto as 36 termoeletricas, o que provocou um sobrecusto ao sistema de 40 bilhões de dolares, de 2012 até agosto de 2015, esse foi o apagão, acha pouco?

    1. Não foi isso que a mídia

      Não foi isso que a mídia disse. Eles disseram com todas as letras que faltaria energia e teríamos racionamento. As termoelétricas foram feitas exatamente para isso. Além disso foi construída uma rede de transmissão interligando todas as regiões do Brasil e investimentos na produçâo de energia eólica que chegou a representar em um determinado mês neste ano 8% de toda a energia produzida no Brasil. Portanto, não houve apagão e nem haverá, como aquele nos tempos do FHnistão.

      1. O que tem que ver a midia com

        O que tem que ver a midia com eletricidade? Porque voce dá importancia ao que a “”midia disse”? Que coisa merreca.

        Em casa tinha um guarda que dizia “”Mas deu no reporti””, o que para ele era a verdade revelada, é uma baliza micha.

        As termos não geram 3.000 MW, geram DEZ vezes mais. E este ciclo de termos começou POR CAUSA do apagão de FHC quando houve uma febre de projetos para construir termos na correria, algumas até sem prever que não tinha gás.,

        a Merchant da El Paso, com 1.600 MW foi daquela época,  assim como a Candiota no Sul, de 1996, a Jorge Lacerda, de 97, a Juiz de Fora, de 99, a Cuiabá de 97. A usina da AES de Uruguiaina de 606 MW, com gás argentino, foi de 2000, ficou paralisada por 11 anos e agora volta a funcionar parcialmente.

         

    2. Voce faria diferente? Trocaria 12 por meia dúzia de 3?

      Ou deu apagão na sua cuca?

      Quanto custaria um apagão de verdade? E represas exauridas que talvez só se recuperassem em 3, 4 ou 5 anos? E  ter que usar estas termelétricas sem nehuma alternativa de contngência?

      O fato é que nos tempos neoliberais o fenomeno similar da Natureza foi bem mais brando e o resultado foi um racionamento de quase um ano que sequer foi valorado¹

      Um governo incompetente (a não ser para vendoar patrimônio público aos amicci, pego completamente desprevenido, pois sequer acompanhava suas responsabilidades mínimas comma nação.

      O foco era pura, apenas e obssessivamente vendoar, vendoar, vendoar…

      O colega esclareceu o que um governo responsável (não o de FHC, evidentemente) deve fazer:

      1) Aumentar a capacidade (ex: mais hidrelétricas e outras; 2) Diversificar (ex: eólicas); 3) Integrar (nunca há secas em todo o país); 4) Contingenciar (= prevenir e ter margem de manobra).

      Tudo isso foi feito e ainda houve uma desoneração de tarifas que foi sabotada e a Natureza não deixou ser mantida agora (mas poderá sê-lo no futuro).

      Custo não depende so de competência e vontade política, embora ajude.

      Ou seja, O apagão tucano e o não apagão não tem comparação.

       

      PS: isso tudo assumindo seus números como verdadeiros, que são uma fração do custo de energia consumida no país. Parece até a condenação de 15 anos do Vaccari por ~4 milhões declarados oficialmente versus os trilhões que a Petrobrás faturou nos seletivos 10 anos “investigavazados”. Ou mesmo os 14 milhões (>3x) do aécioporto do titio…

  3. Porque não houve apagão

    Apesar da estiagem de 13/14, a maior dos últimos 80 anos e muito superior a do tempo de fhc, não houve apagão porque:

    A Dilma impllantou um parque termico espetacular;

    O parque eólico que não existia antes chegou a 3.000 Mw, equivalente a três furnas em plena geração;

    Com um espetacular plano de concessão construimos algo como 20000 km de linhas de transmissão que interligam norte, centro oeste, sul e centro sul, etc.

    Interligamos o acre e a região norte do país (manaus e o amapá) á a rede de trasnmissão do país e estamos chegando ao boa vista em roraima que está a 900km ao norte de manaus. Estamos interligados a argentina, ao uruguai e ligando boa vista vamos a venezuela que já chega lá com uma linha que vem de guri. Interligamos toda a america latina.

    E, devido a ação dos moços que interrompem as obras por qualquer motivo e divulgação no jn bandido, estão em fase de termino duas das maiores hidrodreletricas do mundo: madeira e monte belo; duas da maiores  linhas de tranmissão por corrente conntíniua do mundo; a energia élolica vai crescer até algo como 17.000 MW ( quase duas itaipus) até 2018; e começamos uma nova itaipu na região do Tapajos.

    Vamos licitar algo como 10.000 MW de usinas que venceram a concessão anterior neste ano e nos próximos 5 anos teremos mais 20.000 voltando ao poder público.

    Tudo isto com  uma diminuição de 25 % do preço da energia com a retirada de taxas que não tinham mais razão de existir.

    Falam em crise mas a enrgia elétrica é abundante em em franca queda de preço para o futuro recente.

    Conclusão: o governo Lula Dilma é uma fábula. Só.

     

  4. EU CANSEI DE OUVIR

    Eu cansei de ouvir na CBN  a ser anunciado o apocalipse. Foi uma das razões que deixei de ouvir essa radio da globo, so podia ser dela. Voces têm alguma duvida que não farão um mea cupa. Podem esperar sentados.

  5. Previsões da mídia de oposição:

    O fracasso na organização da Copa (‘não vai ter Copa’) não se concretizou.

    A hiperinflação não se concretizou.

    A derrota de Dilma na eleição em 2014 não se concretizou.

    O fracasso do PAC não se concretizou.

    O fracasso dos programas sociais não se concretizou.

    O fracasso do Mais Médicos não se concretizou.

    O “caos aéreo” não se concretizou.

    Mas os derrotados nas urnas acham que vai prosperar o golpe paraguaio/hondurenho…

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