Conferência debate instalação de usinas nucleares no Nordeste

Enviado por mpaiva

A notícia é do final de novembro : “De acordo com o Plano Nacional de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, até 2030 serão construídas duas usinas nucleares no Nordeste.”

A justificativa é surreal : “O momento atual é de desenvolver a substituição de hidroelétrica e também o acréscimo de energia, porque o Brasil, nesse momento, está crescendo. Os riscos de energia nuclear são muito baixos e são controláveis. Isso significa que é muito difícil ter um acidente”, explica Carlos Henrique Mariz, Coordenador Regional de Eletronuclear. ” !!!

Que fácil … primeiro transforma todos os rios disponíveis em hidrelétricas , desconsiderando desastres sócio-ambientais , indução de vetores de desmatamento , atividades mineradoras , etc etc .

Depois diz que pode minimizar impactos ambientais com … usinas nucleares ?

Muito difícil ter um acidente”  NÃO BASTA : usinas nucleares só são inofensivas quando NADA DÁ ERRADO  PRÁ TODA A ETERNIDADE … ou seja , já que NINGUÉM pode garantir isso , usinas nucleares devem ser banidas.

O Brasil não seria o primeiro país a fazer isso no mundo .

( PS- postei há alguns dias a notícia de que o MPF solicitou informações sobre isso à Eletrobrás )

Do G1

Conferência debate instalação de usinas nucleares no Nordeste

Até 2030, devem ser instaladas duas usinas nucleares na região. Encontro é o maior do setor da América Latina.

 
Pela primeira vez o Nordeste brasileiro sedia a maior conferência de energia nuclear da América Latina. A Conferência Nuclear Internacional do Atlântico, que segue até esta sexta-feira (29), no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, reúne presidentes de todas as estatais do país ligadas ao setor.
 
De acordo com o Plano Nacional de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, até 2030 serão construídas duas usinas nucleares no Nordeste. Uma delas deve ser instalada no município de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco. Com a construção, os impactos ambientais serão minimizados e o esgotamento da capacidade das hidroelétricas pode ser evitado.
“O momento atual é de desenvolver a substituição de hidroelétrica e também o acréscimo de energia, porque o Brasil, nesse momento, está crescendo. Os riscos de energia nuclear são muito baixos e são controláveis. Isso significa que é muito difícil ter um acidente”, explica Carlos Henrique Mariz, Coordenador Regional de Eletronuclear.
 
O evento conta com 700 projetos de pesquisa aplicadas em setores como agricultura, indústria do petróleo e medicina. Cientistas, gestores de empresas nucleares e estudantes fazem parte da discussão.
Redação

19 Comentários

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  1. Usina Nuclear

    A utilização pela França de usinas nucleares fizeram-na independente de energia. Hoje a Sra. Merkel, para angariar voto, colocou a Alemanha dependente de fornecimento por parte do Leste Eropeu; simplesmente irá desligar todas as Usinas na Alemanha. Vemos aí aonde pode ir o disparate.

    A utilização de Usinas de fissão nuclear algum dia irá mudar para fusão nuclear; portanto abrir mão desta importante, e diria que a que sobreviverá ao final de séculos,  é uma rasteira na gerações futuras.

    Os exemplos de Fukujima e Chernobyl servem exatamente para validar o nosso programa ( e mesmo o francês, que nunca teve um acidente e manteve a França independente de energia ). Os ingleses seguiram os franceses já que não outra alternativa melhor. Os russos que tinham uma sociedade ditatorial e os japoneses que entregaram os pontos é que não servem de exemplo. Estamos estrutural e conjunturalmente melhores que aqueles.

    Vejam, queimar qualquer coisa para gerar calor sabe-se tem efeitos negativos à longo, e mesmo cutro, prazo.

    Energia eólica é ótima, mas complementar; energia solar mais ainda, mas complementar também. Ou seja, temos aproveitar a energia hidraulica quando pudermos e complementar aonde não haja rios permanentes e bacias profundas com a energia nuclear, térmica, eólica, solar, de marés etc…

    Podemos construir no nordeste mais de 3 unidades até; basta haver recurso.

    Temos bons engenheiros, bons cientistas, temos um histórico que o comprova. Mas tabém temos complexo de vira-latas. Só isso já responde.

     

     

     

    1. Rasteira nas gerações futuras?

      Não existe rasteira maior, do que usarmos a energia no presente e deixarmos, para que as gerações futuras gastem trabalho e energia, na administração de montanhas de resíduos radioativos.

      “Os exemplos de Fukujima e Chernobyl” devem ser acrescentados de Three Mile Island, este não pode ser esquecido de modo conveniente, foram três acidentes graves ocorridos, em três países de grande desenvolvimento tecnológico.
       

      As resevas mundiais de urânio, com o atual nível de consumo, não são suficientes para durarem o período de três gerações; se o mundo triplicasse,  em curto espaço de tempo, sua utilização de energia nuclear, a maior parte dessas usinas ficaria sem “combustível”, antes de amortizar seus custos e muito aquém do final de sua vida útil.

  2. radiação

    Chernobyl  c-o-n-t-a-m-i-n-o-u por centenas de gerações o solo da Europa,

    Fukujima contaminou o Japão e TODO o oceano Pacifico, atum radiativo é a nova iguaria,

    não podemos ficar para trás, parece que o Atlantico ainda está pouco radiativo!!!!!!!!!!!!

  3. Usina Nuclear

    O desempenho das Usinas Nucleares Angra 1 e Angra 2, tanto do ponto de vista operacional como ambiental, comprovam a eficiência da fonte nuclear para geração elétrica. O desenvolvimento brasileiro não pode retroceder, e pelo quadro ainda de pobreza dos brasileiros, precisamos avançar na disponibilidade de energia elétrica! O que me intriga é se no quadro politico atual o Governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos vai ter a coragem de permitir a instalação dessas usinas tendo a ex senadora Marina Silva, forte opositora dessa fonte de energia, em sua chapa para as eleições de 2014! 

  4. Acho simplesmente

    Acho simplesmente ESTARRECEDOR que uma naçao incapaz de gerir politica de estado no ambito municipal, estadual e federal  para fiscalizar construçoes ditas civis , como predios, estadios , viadutos (que vira e mexe estao sendo inundadas ou desabando por falta de ficalizaçao) se ache a vontade para gerir politicas voltadas a construçoes de USINAS NUCLEARES!

    Que exigem planos elaborados, caros e constante de manutençao e prevençao e outros tantos destinados à contençao (  em caso de acidente ) , e logistica para evacuar milhares de pessoas simultaneamente !!!!!!!!

    Nao vi ninguem ate hoje falar como funcionaria ( alis ouvi nao, nao ví ) e quais os meios disponiveis para evacuar Angra dos Reis e ate mesmo regiões limitrofes à ela

    E simplesmente inacreditavel que a sociedade civil organizada aceite que antes de falar como tem gerido a politica de segurança para a Usina que ja existe o governo ainda fale em fazer outras…

     

  5. Conversar com Alemanha

    Curiosamente, as usinas que temos em Angra são de tecnologia Alemã, nação que promete fechar todas as suas usinas nucleares nos próximos anos. Estamos indo na contramão (além de começar muito tarde na “mão” original). Não concordo, por enquanto, em seguir o caminho nuclear. Cabe aqui uma explicação sobre o assunto acima, pois é sabida a capacidade dos Alemães de enxergar longe, em termos de tecnologia (combustão com hidrogênio gerado a partir da água já existe, por exemplo) e surpresas poderão vir.

    Ainda, devemos colaborar para reduzir o nosso consumo, pois ninguém precisa realmente nem da metade do que neste momento o seu registro de corrente está medindo.

  6. Fontes de energia.

    Não existe esperança de um futuro confortável sem energia, da mesma forma que não existe disponibilidade de energia sem algum custo ambiental. inegavelmente a hidro eletricidade é a fonte mais barata e menos agressiva em termos de compromisso ambiental. Entretanto sofre carência em período de estiagem e os potenciais hídricos do pais já estão praticamente comprometidos. É inescapavel a dependência futura de energia térmica . Dai não há como escapar ou da energia fóssil ou da energia nuclear. Qualquer que seja a escolha , nossa sociedade terá que aprender a mitigar seus  custos .

  7. So acho lamentável que o
    So acho lamentável que o Nassif escolha um radical para contrapor o texto.
    Pelo amor de deus, essa polêmica sobre hidros não existe em lugar nenhum do mundo.
    Quem pode faz.
    Dito isso, sou contra a construção em planícies. Esta é uma particularidade do Brasil…água em excesso.

    Eu digo aqui neste blog há 4 anos para o pessoal fazer sua opção:nuclear ou carvão.
    Mas…ninguém acredita,.

    Essa tese de que brasileiro e povo inferior e não vai conseguir fazer o que outros já fazem comigo não cola.

    Geração nuclear é segura, já tivemos 3 derretimentos de núcleo sem vazamento de radiação. O que é a prova a de que o projeto e sistemas de contenção funcionam.

  8. Energia limpa

    Quem disse que na França nunca houve um acidente com suas usinas nucleares ? Nunca houve um acidente na proporção dos ja conhecidos, mas vira e mexe ha vazamentos, inclusive denunciados pela esquerda francesa anti nuclear e organizações ecologicas. 

    Espero que o Brasil passe longe da energia nuclear, não é essa a herança a deixar para as proximas gerações. Ha alternativas ecologicas, deveriamos ir atras delas. 

    1. A queda de um tonel no chão é

      A queda de um tonel no chão é um acidente.

      O que as pessoas querem dizer é que nunca houve um acidente relevante.

      Ta melhor assim?

       

      Gostaria de saber sua opinião sobre os acidentes onde ocorreram a fusão do núcleo e que vc absolutamente desconhece. Desconhece porque não houve vazamento de radiação o que é a prova de que FUNCIONA.

      O Greenpeace não fala nada, vc não fala nada, ninguém fala nada. Não falam porque não podem.

  9. “A média anual de acidentes

    “A média anual de acidentes em Caetité evidencia a incompetência gerencial e a insegurança técnico-operacional que caracterizam o Programa Nuclear Brasileiro. Até quando o Estado brasileiro continuará fazendo vistas grossas à devastação ambiental e aos prejuízos de trabalhadores e das populações afetadas por este programa, no Sertão da Bahia?”

    “O Sindicato dos Mineradores de Brumado e Microrregião (Sindmine) revelou, hoje, que a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) conseguiu esconder um acidente no TQ 1402, maior tanque de estocagem do sistema de produção de concentrado de urânio, que há mais de um mês está encharcando o solo com licor radioativo. E ontem foi detectado outro vazamento, num reservatório de rejeitos de altíssima concentração de urânio na área 170, onde se realizam atividades de precipitação, filtração, secagem e entamboramento desse minério. É a mesma área que foi parcialmente interditada, em julho de 2011, pelo Ministério Público do Trabalho e MTE, devido à irregularidades verificadas na INB.”

    http://racismoambiental.net.br/2013/12/bahia-mais-vazamentos-de-uranio-das-industrias-nucleares-do-brasil/

     

    Vazamento de urânio em pó, na área de entamboramento. Foto IBAMA

    Mina de urânio em Caetité

    Por Zoraide Vilasboas

    Mais um ano amargo para o Programa Nuclear Brasileiro. O balanço 2013 é mesmo degradante, encerrando com vazamentos de licor radioativo, de contaminantes químicos, supressão de vegetação e baixa produção em sua unidade industrial de Caetité, na Bahia, onde uma mineração de urânio dá inicio ao ciclo de produção de energia nuclear. Crimes ambientais e trabalhistas, constatados e denunciados, ao longo do ano, aos órgãos responsáveis pela fiscalização continuam impunes.

    O Sindicato dos Mineradores de Brumado e Microrregião (Sindmine) revelou, hoje, que a Indústrias Nucleares do Brasil (INB) conseguiu esconder um acidente no TQ 1402, maior tanque de estocagem do sistema de produção de concentrado de urânio, que há mais de um mês está encharcando o solo com licor radioativo. E ontem foi detectado outro vazamento, num reservatório de rejeitos de altíssima concentração de urânio na área 170, onde se realizam atividades de precipitação, filtração, secagem e entamboramento desse minério. É a mesma área que foi parcialmente interditada, em julho de 2011, pelo Ministério Público do Trabalho e MTE, devido à irregularidades verificadas na INB.

    Vazamento de urânio em pó, na área de entamboramento. Foto IBAMA

    Vazamento de urânio em pó, na área de entamboramento. Foto IBAMA

    NEGLIGENCIA DA FISCALIZAÇÃO

    O Sindicato ainda não tem informação sobre o volume de líquido percolado, nem de quanto tempo o vazamento vem ocorrendo. Mas, o secretário do Sindmine Lucas Mendonça destaca a gravidade da situação, sobretudo porque o único fiscal da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), proprietária e fiscal da INB, residente na Bahia, entrou de férias e não foi substituído. A preocupação é grande porque o ano administrativo da CNEN se encerrou hoje, dificultando a vinda de fiscais de outras regiões a Caetité. Mas, com certeza, os trabalhadores da INB, o povo de Caetité, o povo do sudoeste, não merecem um presente de Natal como este!

    Se o IBAMA tivesse agido, desde que descobriu, há quase 10 meses, que a INB manteve escondido mais um vazamento grave no tanque 6307, talvez os acidentes de agora pudessem ter sido evitados.  O vazamento, ocorrido em 8 de março deste ano, liberou cerca de 2 mil metros cúbicos de líquido para o meio ambiente e os fiscais  recomendaram a aplicação de sanções porque a empresa opera descumprindo condicionantes da Licença de Operação.

    Também em março passado, eles descobriram uma grande devastação de mata, que vinha ocorrendo há oito anos, e propuseram a autuação da INB por suprimir vegetação, sem a respectiva Autorização de Supressão de Vegetação, como manda a lei.  No mesmo relatório da vistoria sobre a gestão ambiental da mineração, o órgão menciona outro vazamento de fluido, com elevada concentração de sódio, ocorrido em 21 de fevereiro passado, na bacia 1403B, devido a incompetência técnico-operacional no descarte de carbonato de sódio empedrado, que danificou a manta de contenção dos efluentes da planta.

    Resíduos contaminados cobertos com manta de PEAD ao fundo da vala aberta recentemente. Foto IBAMA

    Resíduos contaminados cobertos com manta de PEAD ao fundo da vala aberta recentemente. Foto IBAMA

    CONTAMINANTES AMEAÇAM

    Entre as criticas dos fiscais do IBAMA, está o registro da inexistência de manuais de operação, em especial, procedimentos para situações de emergências e procedimentos gerais de segurança, saúde e meio ambiente.  Anotaram que a área de estocagem de resíduos contaminados permanece inadequada, que medidas corretivas, recomendadas há anos, não foram adotadas e que os tambores com esse material continuam expostos às intempéries. Materiais perigosos, resíduos inservíveis continuam sem adequado tratamento, dispostos em valas. Plásticos, madeira, enfardados, lâmpadas fluorescentes ficam ao ar livre.

    Desde agosto do ano passado, diversos acidentes chegaram ao conhecimento público. Poucos foram comunicados aos órgãos competentes. Em 19 de agosto, houve um transbordamento de óleo BPF na área das caldeiras. Em 22 do mesmo mês, o fato se repetiu. O terceiro transbordamento de óleo combustível BPF ocorreu em 25 de agosto. Em 26 de setembro, cerca de 300 litros de óleo BPF escoaram para a rede de drenagem pluvial, transbordando para o meio ambiente. Já em 18 de outubro, uma falha na operação da INB espalhou cerca de 250 kg de urânio em pó, que estavam sendo embalados em um tambor, dos quais a empresa só conseguiu recuperar 118 kg. Em 2 de novembro, vazou ácido sulfúrico a 98% de um tanque e transbordou para o meio ambiente, chegando ao Córrego do Engenho. Este acidente paralisou a produção.

    Vazamentos de ácido sulfúrico são corriqueiros na INB. E chama a atenção, o fato dos gestores da empresa orientarem os trabalhadores a não registrar problemas em seus livros de relatório. Há um poço de monitoramento, por exemplo, o PMA-18, que desde 2010 vem detectando vazamento de solventes por baixo da planta da usina, que jamais foi controlado, apesar de todo o piso da área ter sido concretado. Este fato ilustra bem a incompetência gerencial da unidade de Caetité, que há anos não sabe de onde parte o vazamento, nem tem idéia do volume já infiltrado no solo.

    PREJUÍZOS DO NUCLEAR

    A condicionante do licenciamento determina que qualquer acidente causador de dano ambiental deve ser comunicado de imediato ao IBAMA, à CNEN e ao INEMA. Mas os fiscais afirmam que “a INB continua não informando o Ibama de todos os eventos ocorridos na instalação”. E sugeriram a aplicação do Decreto nº 6.514/2008, que prevê multa de R$ 500,00 a R$ 10.000.000,00 pelo descumprimento das condicionantes do licenciamento.

    A violação de leis ambientais, de leis trabalhistas e o descumprimento de condicionantes do licenciamento é pratica rotineira na unidade baiana da INB. Isto já foi denunciado várias vezes por movimentos sociais e fiscais do IBAMA. No campo do meio ambiente do trabalho, o ano finda também com um saldo bastante negativo. Práticas antisindicais tentam impor uma cortina de silêncio sobre os problemas que acontecem na empresa e resultam em tentativas de demissão de sindicalistas e afastamento de trabalhadores, por adoecimento psicológico, vitimados por um assédio moral sem precedentes.

    A média anual de acidentes em Caetité evidencia a incompetência gerencial e a insegurança técnico-operacional que caracterizam o Programa Nuclear Brasileiro. Até quando o Estado brasileiro continuará fazendo vistas grossas à devastação ambiental e aos prejuízos de trabalhadores e das populações afetadas por este programa, no Sertão da Bahia?

    1. “não tem perigo” porque não é no seu quintal !

      “Essa retomada do programa nuclear vai aumentar a demanda por urânio. No município de Caetité (BA) está localizada a única mina em operação no Brasil. No final de 2010 a Plataforma Dhesca denunciou que a população do município convive com níveis de radiação 100 vezes maiores que a média mundial. A INB (Indústrias Nucleares Brasileiras) negou a contaminação, baseada num estudo encomendado da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).” (…)

       

      “RNP: Atualmente, que tratamento é dado ao lixo nuclear no Brasil?

      CM: Essas minas duram de dez a 20 anos. Em Caetité a previsão é de 16 anos. Ou seja, depois que a exploração termina a população fica com o passivo. E Poços de Caldas [MG] tem um agravante porque depois do esgotamento do urânio a região se tornou uma espécie de “bota-fora” do nuclear brasileiro. O lixo radioativo é um problema não resolvido pela indústria nuclear. Não existem depósitos permanentes no Brasil, todos são temporários, mas acabam se mantendo ad infinitum.”

      http://www.dhescbrasil.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=341:mina-de-uranio-pode-transformar-caetite-em-cidade-fantasma&catid=69:antiga-rok-stories

       

      Mina de urânio pode transformar Caetité em cidade fantasma

       

      Em entrevista à Radioagência NP, a integrante da Plataforma Dhesca, Cecília Mello, revela as violações de direitos identificadas durante a visita que fez a Caetité. Ela relata o caso de Poços de Caldas, em Minas Gerais, que passou de pólo turístico a cidade fantasma depois da exploração do urânio. Por fim, demonstra preocupação com a futura mina, em Santa Quitéria (CE), que já apresenta irregularidades no licenciamento ambiental.

      Nos primeiros dias do governo Dilma, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, anunciou que pretende aprovar ainda neste ano o projeto para a construção de quatro novas usinas nucleares. Atualmente, o país possui duas usinas, ambas localizadas em Angra dos Reis (RJ).

       

      Essa retomada do programa nuclear vai aumentar a demanda por urânio. No município de Caetité (BA) está localizada a única mina em operação no Brasil. No final de 2010 a Plataforma Dhesca denunciou que a população do município convive com níveis de radiação 100 vezes maiores que a média mundial. A INB (Indústrias Nucleares Brasileiras) negou a contaminação, baseada num estudo encomendado da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

      Em entrevista à Radioagência NP, a integrante da Plataforma Dhesca, Cecília Mello, revela as violações de direitos identificadas durante a visita que fez a Caetité. Ela relata o caso de Poços de Caldas, em Minas Gerais, que passou de pólo turístico a cidade fantasma depois da exploração do urânio. Por fim, demonstra preocupação com a futura mina, em Santa Quitéria (CE), que já apresenta irregularidades no licenciamento ambiental.

      Radioagência NP: Cecília, o que você constatou na visita a Caetité?

      Cecília Mello: O quadro é de temor, angústia, incerteza por parte da população. O relato dos moradores é que está havendo uma incidência de câncer desproporcional. Conversamos com um médico de um hospital da região que se mostrou preocupado com a quantidade de diagnósticos que ele tem feito de neoplasias, de cânceres em pessoas entre 30 e 40 anos.

      RNP: Como você analisa o estudo de um pesquisador da Fiocruz que nega qualquer relação entre a exploração de urânio e os casos de câncer?

      CM: Como você vai tirar qualquer conclusão, se tem uma base de dados com 1/3 dos óbitos, no mínimo, que você não sabe qual é a causa. O quadro de desinformação é grave. O fato de as pessoas saírem do município para buscar tratamento em Vitória da Conquista, em Salvador ou em São Paulo faz com que a gente não consiga rastrear o que está acontecendo com a saúde da população. Se você tem algum problema e vai para São Paulo, você diz que é morador local para ter atendimento. É preciso ser feito um estudo epidemiológico consistente para acompanhar os riscos que a população está submetida.

      RNP: Que medidas devem ser adotadas para amenizar os impactos sofridos pelos moradores que vivem no entorno da mina?

      CM: Essa população tem que ser indenizada porque eles sofrem os impactos não só na saúde. A gente viu casas completamente rachadas. Caetité faz parte do semiárido, mas como todos sabem, o semiárido brasileiro é um dos mais chuvosos do mundo. Eles têm técnicas de construir cisternas e guardar essa água. Ali se produzia arroz, que é uma cultura que demanda muita água. Hoje, a produção está muito reduzida, estigmatizada, ninguém quer comprar mandioca, gado, leite e queijo da região.

      RNP: Atualmente, que tratamento é dado ao lixo nuclear no Brasil?

      CM: Essas minas duram de dez a 20 anos. Em Caetité a previsão é de 16 anos. Ou seja, depois que a exploração termina a população fica com o passivo. E Poços de Caldas [MG] tem um agravante porque depois do esgotamento do urânio a região se tornou uma espécie de “bota-fora” do nuclear brasileiro. O lixo radioativo é um problema não resolvido pela indústria nuclear. Não existem depósitos permanentes no Brasil, todos são temporários, mas acabam se mantendo ad infinitum.

      RNP: Que impactos a extração de urânio provocou em Poços de Caldas?

      CM: O caso de Poços de Caldas, que era uma região turística conhecidíssima, muito valorizada no Sudeste, um lugar onde os noivos iam passar a lua-de-mel hoje em dia está totalmente abandonada. Eu tive a oportunidade de passar por lá e parece uma cidade fantasma. Hoje o que se vê é um legado, um impacto sobre a saúde da população grave a ponto de duas vereadoras da região denunciarem a incidência de câncer desproporcional em relação ao resto do estado de Minas Gerais.

      RNP: Caetité pode ter o mesmo destino?

      CM: Teme-se que Caetité se torne uma nova Poços de Caldas. Por isso a nossa atenção especial a esse caso. Não é possível que o Brasil, que tem uma legislação ambiental supostamente avançada, continue investindo ou estimulando atividades que expõem o meio ambiente e a saúde da população a riscos que já deveriam ter sido superados.

      RNP: As construções das novas usinas nucleares anunciada pelo governo federal podem agravar o problema?

      CM: Com a retomada do programa nuclear brasileiro se configurou a intensificação das atividades de mineração, não só lá em Caetité, mas em Santa Quitéria (CE), que promete ser a próxima mina de urânio. Estamos muito preocupados e atentos ao licenciamento dessa mina de urânio, que foi feito pelo órgão estadual de maio ambiente, o que é ilegal porque todas as atividades que têm a ver com o ciclo nuclear devem passar obrigatoriamente pela esfera federal, pelo Ibama.

      De São Paulo, da Radioagência Np, Jorge Américo.

       

       

        

       

      1. “não tem perigo” porque não é no seu quintal – 2

        “Pela rota tecnológica tradicional seriam necessários cerca de 700 anos para a descontaminação total do terreno”, diz a nota divulgada pelo BNDES.”

        “Apesar de ter sido encerrada, a extração de minério na unidade de Poços de Caldas deixou um grande passivo ambiental: são 45 milhões de toneladas de rejeitos e água contaminada acumulada nas cavas da mina.”

        http://www.valor.com.br/brasil/2967094/bndes-da-r-96-milhoes-projeto-para-tratar-solo-contaminado-em-mg

        11/01/2013 às 17p5

        BNDES dá R$ 9,6 milhões a projeto para tratar solo contaminado em MG

        Por Rafael Rosas | Valor

        RIO  –  

        O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) autorizou a concessão de apoio não reembolsável de R$ 9,6 milhões para o desenvolvimento de solução tecnológica que vise recuperar solos contaminados e tratar águas contaminadas por metais pesados em consequência da mineração de urânio. Os recursos, do BNDES Fundo Tecnológico (BNDES Funtec), destinam-se à Fundação Parque de Alta Tecnologia da Região de Iperó e Adjacências (Fundação Patria).

        Orçado em R$ 10,8 milhões, o projeto, que tem como instituição tecnológica a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e como empresa interveniente a Brasil Ozônio Indústria e Comércio de Equipamentos e Sistemas Ltda, contempla atividades de pesquisa e desenvolvimento e a construção de uma planta piloto na unidade de tratamento de minérios das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Poços de Caldas (MG). A Brasil Ozônio é responsável por contrapartida de R$ 1,2 milhão.

        Apesar de ter sido encerrada, a extração de minério na unidade de Poços de Caldas deixou um grande passivo ambiental: são 45 milhões de toneladas de rejeitos e água contaminada acumulada nas cavas da mina.

        “Pela rota tecnológica tradicional seriam necessários cerca de 700 anos para a descontaminação total do terreno”, diz a nota divulgada pelo BNDES.

        Segundo o banco de fomento, em 2006 foi elaborado plano que reduziu esse prazo para 20 anos, mas com custo estimado de R$ 400 milhões, em razão da baixa eficiência da solução tecnológica prevista na época. O projeto apoiado pelo BNDES vai testar a descontaminação dos solos e da água por meio da injeção de gás ozônio.

        No sistema de tratamento proposto, a água contaminada recebe injeção de ozônio para oxidação dos metais pesados, que são retirados para posterior reaproveitamento. A água segue para um tanque, onde é adicionada cal para decantação dos metais remanescentes.

        Para as montanhas de rejeitos, a ideia é injetar diretamente o gás nas montanhas de resíduos para eliminar a bactéria Thiobacillus ferrooxidans, catalisadora de reações que produzem ácido sulfúrico.

        Estruturado para ser executado ao longo de 24 meses, o projeto destina cerca de R$ 1 milhão para 12 bolsas a pesquisadores das instituições de ciência e tecnologia participantes. Serão adquiridos equipamentos e contratados sete profissionais com dedicação exclusiva, pelo período da execução do projeto, além de serviços de terceiros e consultoria.

         

         

  10. Existem riscos que

    Existem riscos que simplesmente não se pode correr … é suficiente saber que numa amostragem de 1 acidente que seja (foram mais) , 100% das consequencias são inomináveis , inviabilizando localmente a vida por milhares de anos, colocando em perigo regional ou mundialmente cadeias alimentares , gerando lixo radioativo impossível de se manejar , etc etc .

    http://www.liveleak.com/view?i=040_1384817880#CKqviR2BvtzhVrAr.01

  11. USINA NUCLEAR

    em um país com uma péssima administração q toda hora tem uma obra caindo como foi o caso daquele viaduto amenos q seja estádios! acha q vai conseguir construir uma usina nuclear?! só pondo a populaçao em risco ou ate fazendo quedas de energia se depender dela? não atualmente com esse governo não daria para fazer isso.

     

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