Novo modelo de construção de hidrelétricas se inspira em plataformas da Petrobras

Jornal GGN – O modelo de construção das novas hidrelétricas na Região Norte do país tem um novo conceito. Trata-se de usinas-plataforma que, diferentemente das existentes em outras regiões, não pretendem – nem vão – induzir o desenvolvimento local. Inspirado nas plataformas marítimas da Petrobras, que são isoladas pelo mar, o modelo foi apresentado nesta segunda-feira (9) no seminário As Hidrelétricas da Amazômia e o Meio Ambiente, promovido pelo Jornal GGN em São Paulo.
 
De acordo com Altino Ventura Filho, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME (Ministério de Minas e Energia), a ideia é respeitar o meio ambiente, as reservas indígenas e as APAs (Áreas de Proteção Ambiental). A realidade no Amazonas é diferente, afirma o secretário, uma vez que não há presença humana atualmente, e não é desejável que as instalações para a construção das usinas se transformem em núcleos de moradia definitiva. Quando as usinas entrarem em operação, serão altamente automatizadas e demandarão pouca mão de obra para mantê-las em operação. Ou seja, não só pouparão o meio ambiente, mas serão um fator extra de proteção a ele.
Outra característica destes novos projetos é o fato de serem do tipo fio d´água, que não mudam o curso hidrológico dos rios, diferentemente das usinas com reservatórios, que guardam água no período das cheias e a soltam na seca, permitindo até a navegabilidade ao longo do ano. O objetivo é justamente minimizar o impacto negativo, quer seja à fauna, quer seja à flora da Região Norte.
 
Ventura Filho lembra que explorar a Amazônia é fundamental para o país, dado que de 35% a 40% do potencial hidrelétrico brasileiro está nessa região e, até agora, foram aproveitados somente 5% deste potencial.
Redação

1 Comentário

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  1. Usinas a fio d’agua são ótimas para construir mais termoelétrica

    Existe um probleminha em dar preferência para usinas fio d’agua.

    O páis acaba perdendo a “reserva” de energia. Então se por exemplo todas usinas fossem a fio d’agua. Quando houvesse chuva averia geração de energia. Quando parasse de chover teríamos que acionar as usinas térmicas, que são muito mais poluidoras do que uma hidroelétrica.

    Quando construímos usinas com reservatórios grandes, é como se estívessemos “armazenando” energia para os dias sem chuva. A medida que o país foi deixando de lado este tipo de reservatório foi perdendo a capacidade de “armazenar” energia para os períodos de seca. Mais ou menos o que está sendo agravado agora.

    Então deveríamos avaliar se realmente o impacto de um reservatório é maior, por exemplo, do que o dano causado pela área desmatada pelas queimadas. Ou mesmo a criação de diversas usinas térmicas pelo país por não podermos construir mais usinas hidrelétricas com grandes reservatórios, mas apenas usinas hidrelétricas a fio dágua.

    Sugiro leitura da conclusão deste trabalho:

    Evolução da capacidade de regularização do sistema hidrelétrico brasileiro

    Filipe Antonio Marques Falcetta

    Renato Carlos Zambon

    https://www.abrh.org.br/sgcv3/UserFiles/Sumarios/51846bfcc22ec4bd144ec163d43da9ef_e2ab3eb9426cfc5711edd0b3c683228b.pdf

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