O debate sobre o leilão do pré-sal

Sugerido por Assis Ribeiro

Da CUT

Gabrielli, ex-presidente da Petrobrás: leiloar Libra vai na contramão da lei da partilha

Volta a modelo de concessão impede que Estado tenha a maior parcela do óleo e viola a lei aprovada em 2010
 
Carlos Lopes/Hora do Povo

Armadilha do bônus de R$ 15 bilhões feita pela ANP prejudica a estatal e está “mais próximo da concessão de FHC do que da partilha”

A entrevista de Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobrás no governo Lula, ao jornalista Paulo Henrique Amorim, sobre o leilão do campo de Libra, no pré-sal, é uma fundamentada denúncia – ainda que com a forma educada que caracteriza o entrevistado – de que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Ministério das Minas e Energia (MME), para entregar às multinacionais a maior reserva do mundo, estão, premeditadamente, “contornando”, eludindo, trapaceando a nova lei do petróleo, assinada por Lula em 2010.

Como diz Gabrielli, “quando houve a transformação do regime regulatório do petróleo no Brasil, em 2010, essa mudança ocorreu porque, com a descoberta do pré-sal, os riscos de exploração passaram a ser pequenos. (…) O regime anterior, o regime de concessão [lei nº 9.478, de 1997]era adequado para áreas de alto risco exploratório. Esse regime exige, na entrada, um bônus alto, porque o concessionário passa a ser o proprietário do petróleo a ser explorado – e, portanto, ele vai definir a priori quanto vai dar ao Estado“.

Realmente, o que motivou a lei de Lula foi, exatamente, que as imensas reservas petrolíferas do pré-sal não ficassem submetidas à lei das concessões de Fernando Henrique, que entrega todo o petróleo a quem o extrair, em leilões cuja disputa se concentra no “bônus de assinatura” – uma espécie de “luva”, paga em dinheiro. O suposto fundamento dessa lei estava em que o vencedor do leilão não sabia se ia – ou não – encontrar petróleo. Mas o pré-sal é um oceano subterrâneo de petróleo. Que sentido há nas multinacionais pagarem alguns caraminguás para procurar petróleo em um oceano de petróleo?

Com a nova lei (lei nº 12.351 de 2010), que instituiu o regime de partilha de produção para o pré-sal, ressalta Gabrielli, “a lógica da competição é outra. Como diminui o risco de exploração – ou seja, se vai ou não encontrar petróleo – o grande elemento a definir passa a ser como partilhar o lucro futuro. Então, o grande elemento deve ser a participação no lucro-óleo que deverá voltar ao Estado“.

HISTÓRIA

Nas palavras do ex-presidente da Petrobrás, “Libra é realmente um caso excepcional. Libra é realmente um prospecto extraordinário. A Petrobrás, contratada pela ANP, fez a descoberta. Fez as perfurações exploratórias iniciais, já tem uma cubagem mais ou menos conhecida com volume e potencial já conhecidos, e ele é hoje não só o maior campo do mundo, mas da História. Se você pensar em um preço de valor adicionado (preço de exploração) de 10 dólares o barril, vezes, por baixo, 10 bilhões de barris, são 100 bilhões de dólares“.

A rigor, pela nova lei, que rege o pré-sal, o campo de Libra é uma “área estratégica” (artigo 2º, inciso V da lei nº 12.351) e, como consequência, é caso em que “a Petrobras será contratada diretamente pela União para a exploração e produção de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos sob o regime de partilha de produção” (artigo 12 da mesma lei).

No entanto, a ANP e o MME não somente passaram por cima desse artigo da lei, como estão tratando Libra como se estivesse sob o antigo regime de concessão. No regime de partilha de produção, o pagamento inicial, o “bônus de assinatura”, perde importância – aliás, nem deveria existir -, pois a disputa, como diz o nome, é em torno da partilha.

A fixação do “bônus de assinatura” em R$ 15 bilhões, obviamente colocou a ênfase neste – como é característica da lei das concessões de Fernando Henrique – e não na partilha da produção. Como aponta Gabrielli, “à medida que você coloca um bônus muito alto, a partilha do lucro no futuro é menor. Ao fixar o bônus alto, você tem uma visão de curto prazo, na exploração e no desenvolvimento de um recurso que já tem o grau de confirmação muito alto – não há dúvida de que tem petróleo lá (…). Mesmo com a certeza de que lá tem petróleo, você submete todo o ganho potencial futuro do Estado a uma parcela menor – o que é ruim, no novo conceito de partilha. Nessa operação de R$ 15 bilhões, o governo vai receber de imediato, mas a consequência disso é que, no lucro do futuro, o governo vai ficar com uma fatia menor“.

Obviamente, num campo com tal reserva, o lucro do futuro é muito – mas muito mesmo – maior que esses R$ 15 bilhões, que, a curto prazo, servem para beneficiar quem tem maior poder financeiro.

Com efeito, toda a lógica da nova lei está em garantir:

1º) Que as áreas estratégicas – definidas como as de “interesse nacional” – sejam não apenas operadas, mas exploradas pela Petrobrás, dispensado qualquer leilão.

2º) Que nos casos em que houver leilão, a definição do consórcio ganhador seja em função da maior quantidade de petróleo (ou gás e outros hidrocarbonetos) para a União. Essa é a essência do regime de partilha de produção: definir a maior parte possível em óleo para o país.

PRIVILÉGIO

No momento atual, a Petrobrás está desenvolvendo os campos do pré-sal que a lei reserva a ela sob “cessão onerosa” (campos pagos à União com ações da Petrobrás): “ela tem quase 15 bilhões de barris de reserva, adquiriu o direito de produzir mais 5 bilhões através da cessão onerosa, portanto, tem 20 bilhões de barris para desenvolver“, nota Gabrielli.

Nessa situação, o “bônus de assinatura” de R$ 15 bilhões privilegia quem tem maior poder financeiro – ou seja, as multinacionais.

Pois, além dos 20 bilhões de barris que a Petrobrás tem para desenvolver, pela nova lei, a empresa é a operadora única no pré-sal, com um mínimo de 30% de qualquer consórcio: “Então, ela vai ser a operadora do campo de Libra, tendo ou não aumentada sua participação de 30%. Como ela vai entrar com 30% do campo, ela vai ter que pagar 4,5 bilhões – 30% de 15 bilhões é 4,5 bilhões. Isso é um dreno importante no caixa da Petrobrás, nesse momento. Porque Libra é um campo a mais de um portfólio já bastante robusto que a Petrobrás tem hoje, talvez um dos melhores portfólios de desenvolvimento e produção do mundo“, diz Gabrielli.

A política do governo, no entanto, é entregar o “maior campo da História” a um preço irrisório para o total da reserva – o bônus de assinatura mais, nos próximos 35 anos, apenas 40% do óleo – contentando-se com a engorda de um superávit primário (reserva para juros) apetitoso para os bancos.

Eu me vejo na situação de fazer uma comparação com o processo de privatização do governo Fernando Henrique, que acelerou ou depreciou os valores de venda no processo de privatização para fazer caixa e segurar a moeda“, comentou o ex-presidente da Petrobrás.

Há, correlacionado com este, outro problema – e estratégico, por definição. A lei de Lula sobre o pré-sal evita o privilégio às multinacionais, estabelecendo, em caso de leilão, a disputa em torno de quantidades de óleo para a União, e não de pagamentos em dinheiro. Evidentemente, para o país, ter o petróleo é muito mais inteligente e vantajoso que receber uns trocados e ficar sem petróleo.

No entanto, a ANP e o MME estabeleceram, para o pré-sal, um valor para o barril (entre US$ 100,1 e US$ 120) e, com base nesse preço, um ridículo percentual mínimo de 41,65% para a União.

Para que estabelecer – num contrato de 35 anos! – um valor para o barril, se a partilha é do petróleo, ou seja, em óleo? Só existe uma razão: porque a ANP e o MME pretendem ceder o petróleo ao “consórcio” vencedor em troca de algum pagamento, ao invés de manter a parcela em petróleo, para que seja usada em prol do país. A conclusão de Gabrielli, portanto, é precisa:

“… o bônus de R$ 15 bilhões vai na contramão da ideia de que é preciso ter a maior parcela do lucro-óleo de volta para o Estado. Porque [esse bônus]é uma aproximação, do ponto de vista do efeito econômico, do modelo de concessão [de Fernando Henrique]. Mais próximo da concessão que da partilha“.

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Do Página 13

Pré-Sal: Ficção e Realidade

Por Wladimir Pomar

Oitenta entidades representativas dos movimentos sociais, com a certeza de estarem imbuídas da “vontade de defender os interesses da soberania da nação brasileira e de nosso povo, sobre os nossos recursos naturais”, enviaram carta a Dilma para suspender o leilão das reservas do pré-sal, previsto para o dia 21 de outubro de 2013.

Segundo elas, no momento da confirmação da existência das reservas do pré-sal, Lula retirou 41 blocos do nono leilão, contrariando os interesses das empresas petrolíferas transnacionais, preservando os interesses nacionais, e elaborando um novo marco regulatório muito melhor do que o  modelo de concessões praticado no governo FHC, especialmente sob a ótica do benefício social. No entanto, acham que o Campo de Libra seria um caso particular. Não deveria ser leiloado, mesmo através do modelo de partilha adotado, porque não seria um bloco, no qual a empresa petrolífera irá procurar petróleo. Seria um reservatório totalmente conhecido, delimitado e estimado em seu potencial de reservas em barris, faltando apenas cubar o petróleo existente com maior precisão.

Ainda segunda as entidades sociais, o desafio colocado diante de um volume tão grande de petróleo conhecido seria o de maximizar esse benefício para toda  sociedade brasileira. Isto poderia ser feito ao entregar o campo diretamente para a exploração e produção pela Petrobras, como previsto no artigo 12 da lei 12.351. A Petrobras assinaria um contrato de partilha com a União, com o percentual do “óleo-lucro” a ser remetido para o Fundo Social obtido por definição do governo, percentual que deveria ser bem alto, para beneficiar a toda a sociedade.

Portanto, a ANP e o Edital deveriam justificar esse leilão do ponto de vista dos interesses do povo. O MME, o CNPE, a ANP ou a EPE deveriam ter dado acesso público aos documentos explicando a perspectiva de descobertas, quanto será destinado para o abastecimento brasileiro e quanto deverá ser exportado, dúvidas que não foram esclarecidas nas audiências públicas. Mesmo entre técnicos e especialistas não haveria noção da base de calculo para chegar a um preço mínimo para a arrecadação de R$ 15 bilhões, e qual o percentual de óleo lucro a ser remetido para o Fundo Social.

As entidades reafirmaram a consciência de que as empresas transnacionais têm a intenção de se apoderarem das reservas do pré-sal e que a entrega para essas empresas fere o principio da soberania popular e nacional sobre a nossa mais importante riqueza natural que é o petróleo. Os recentes episódios de espionagem patrocinada pelo governo dos Estados Unidos da América teriam revelado o claro interesse das empresas estadunidenses em abocanhar as reservas do pré-sal. Nessas condições, as entidades reivindicaram a suspensão do leilão do Campo de Libra e a convocação de um plebiscito para que o povo decida quem deve explorar as riquezas do pré-sal e qual deve ser o seu destino.

Nesse meio tempo, porém, ocorreu algo inusitado. A Exxon, a British Petroleum (BP) e a British Gas (BG), três das maiores gigantes da área internacional de petróleo, anunciaram que não têm interesse em participar do leilão do Campo de Libra. Além disso, das 40 empresas que a ANP esperava disputarem o leilão, somente 11 pagaram a taxa de participação. Com isso, grande parte dos argumentos expendidos pelas entidades sociais desceu água abaixo, e muita gente está sem entender o que ocorreu.

Alguns especialistas do setor dizem que um dos fatores que afastaram as petroleiras americanas e inglesas teria sido a presença obrigatória de uma operadora, no caso a Petrobras, durante exploração. O problema não seria o trabalho da Petrobrás, em si, mas o fato de que as grandes empresas transnacionais só têm interesse em entrar como operadoras do negócio. Isto é algo para o qual as entidades sociais parecem não ter dado atenção. A participação obrigatória da Petrobras subordina as estrangeiras, e as transnacionais têm horror a isso. Não é por acaso que cresce a campanha contra a interferência do Estado na economia.

Executivos da Deloitte, por exemplo, reclamam que é preciso uma flexibilização do governo em relação às regras de exploração no pré-sal, para que a “indústria” não seja prejudicada caso a Petrobrás não tenha condição de fazer frente aos investimentos necessários. Como manda o novo marco regulatório, a estatal brasileira deverá ter pelo menos 30% de participação em todos os blocos do pré-sal, onde será obrigatoriamente a operadora. O que foi pensado pelo governo como uma maneira de garantir a presença da Petrobrás nas grandes reservas nacionais de petróleo é visto por parte dos grandes grupos internacionais como um entrave à ágil expansão da exploração no país. Mas este é um aspecto chave do marco regulatório do pré-sal, que garante a soberania através da participação da Petrobras como operadora e como participante em 30% de todas as áreas de exploração e produção.

Outros especialistas sustentam que o afastamento daquelas transnacionais estaria relacionado ao interesse delas em outros negócios já firmados ou futuros, como a abertura do México à exploração de petróleo. Acrescente-se a isso que as empresas norte-americanas estão investindo pesado na exploração e produção do gás de xisto em território estadunidense, que exige alta (e cara) tecnologia e está causando problemas ambientais e sociais de monta, que também custam muito caro.

Os investimentos na exploração e produção do Campo de Libra não se destinam apenas a cubar o petróleo existente com maior precisão. Essa exploração e produção exige uma montanha de recursos, principalmente na criação e desenvolvimento de novas tecnologias e na elevação das antigas tecnologias a novos patamares. As transnacionais americanas (e várias outras) talvez não estejam em condições de abrir duas frentes da mesma envergadura.

Nesse sentido, o problema da envergadura dos investimentos para a exploração e a produção do Campo de Libra também é algo para o qual as entidades sociais não deram a devida atenção. Essa exploração e produção envolve um montante de recursos que, segundo os especialistas na indústria do petróleo, limita em muito a quantidade de empresas que se dispõem a participar dela. A suposição de que a Petrobras pode arcar sozinha com tais investimentos é irreal. Para obtê-los, ela teria que captar capitais no mercado financeiro internacional, cujos custos, para a saúde financeira e para a soberania do país, certamente serão muito superiores aos custos pagos a qualquer parceria internacional nas condições estabelecidas pelo marco regulatório do pré-sal.

Se a exploração e a produção do Campo de Libra ficarem por conta exclusiva da Petrobras, que não possui capital para tanto, tão cedo não veremos jorrar os recursos esperados para educação e saúde. E se tivermos que colocar para um plebiscito decidir sobre o leilão do Campo de Libra, sobre quem deve explorar as riquezas do pré-sal, e sobre qual deve ser o destino do petróleo extraído, ficaremos à mercê de uma pré-aprovação do atual Congresso. Com isso, certamente poderemos viver um belo movimento democrático, mas transferiremos para as calendas qualquer perspectiva de que as riquezas do pré-sal contribuam para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil.

Do ponto de vista concreto, justamente pelo grande volume de capital exigido para a exploração e a produção do Campo de Libra, alguns especialistas supõem que a entrada das empresas chinesas pode ter afastado outros participantes. A presença dos chineses na negociação, com suas três maiores empresas estatais (China National Petroleum Corporation – CNPC, China National Offshore Oil Corporation – CNOOC, e Sinopec) tirou qualquer chance das transnacionais petrolíferas fazerem chantagem com a ANP e a Petrobras, exigindo mudanças na participação da Petrobras como operadora e boicotando o leilão. Nessas condições, a entrada dos chineses, por um lado, afugentou as americanas e inglesas, mas também garantiu a presença de outras asiáticas, europeias e sul-americanas, que não pretendem ver os chineses reforçarem sozinhos seus laços com a Petrobras.

Portanto, vários fatores podem ter influenciado as surpresas relacionadas com as empresas que pagaram a taxa de participação no leilão. No caso das empresas chinesas, o fato delas terem que se unir à Petrobras como executora do projeto representa um fator favorável para elas. Como diz um especialista, elas apenas terão que acompanhar o ritmo da estatal brasileira. Todos reconhecem que elas têm o capital financeiro e estão interessadas no óleo. Mas nem todos estão abertos para o fato de que, além de garantir suprimento futuro, a China tem interesse estratégico em que, com as riquezas do pré-sal, o Brasil dê um salto em seu desenvolvimento econômico e social.

A China sabe que não pode enfrentar sozinha o declínio econômico, social e político dos Estados Unidos e da Europa desenvolvida. Para ela, a multipolaridade é questão estratégica para manter a paz e administrar os espasmos daquele declínio. Assim, sem um grupo considerável de países emergentes com economia forte, dos quais o Brasil deve fazer parte, um mundo multipolar não passará de uma ficção. Nessas condições, a decisão chinesa de colocar suas três maiores estatais na licitação do Campo de Libra foi, antes de tudo, política e, depois, econômica. É uma pena que muita gente, no Brasil, não tenha a mesma visão e não contribua para fazer com que tiremos partido dessa situação internacional favorável.

Wladimir Pomar é militante do PT

 

Redação

29 Comentários

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  1. Esses dois artigos, cada um

    Esses dois artigos, cada um defendendo pontos de vista diferentes, são excelentes para quem quer formar a sua própria opinião sobre o assunto.

    1. é mesmo

      mas eu me pergunto se são esses 15 bilhões que vão fazer fechar o caixa do governo este ano?

      parece que tão torrando libra pensando no curtissimo prazo

  2. Continua o festival de

    Continua o festival de sandices. Libra NÃO é a maior reserva do mundo, não se está entregando naada , as multinacionais de primeira linha so setor NÃO estão no leilão porque o modelo é muito ruim. Na insuspeita Venezuela e na verdadeira maior reserva do mundo, a do Orinoco, 20 vezes maior que Libra e de exploração muito mais facil, existem 55 multinacionais, a maior concessão é a da Chevron.

    1. O sr. (André?) Motta Araujo

      O sr. (André?) Motta Araujo como sempre desinformado ou confuso (lê mas não interpreta, toma conhecimento mas não assimila) ou utiliza-se de má fé (cooptada?) para trazer desinformação.

      Confunde campo (parte delimitada de exploração) com reserva de um país (soma de tudo)

      O tamanho das reservas do PAÍS Venezuela é de cerca de 300 bilhões de barris, A maior (“provada”) do mundo!

      O Brasil tem reservas provadas de 15 bilhões, situando-se já entre as 15.maiores do mundo.

      Com o pré-sal, podemos chegar (país) a uns 90 bilhões, o que colocaria(á) o Brasil em 9o, lugar em reservas (já está por aí em produção).

      Libra é um CAMPO, que faz parte deste todo e, sozinho, pode chegar aos 15 bilhões (inicialmente, falou-se em 26 até 42, mas assume-se 8 como provável / recuperável).

      Talvez o sr. Motta tenha as maiores reservas mentais do mundo em desconstrução do seu próprio país em detrimento de outros (native english spoken, please).

      Países onde, no mínimo, estaria preso ou fortemente vigiado por suas “agências”.

    2. Que mico do sr. MotAA.
      Ou nao
      Que mico do sr. MotAA.
      Ou nao sabe que Shell é “major” (fora a Total e as chinesas)
      Ou pensa que elas gostam de “modelos ruins”
      Ou só fala m#rda mesmo.

  3. EUA não participa do leilão

    Menos empresas que o esperado manifestaram interesse nas licitações do pré-sal no campo de Libra no Brasil

    PennEnergy | 20/09/2013

    Os exploradores de energia dos EUA não estão entre eles.

    Onze empresas estão disputando os direitos para perfurar no pré-sal do campo Libra do Brasil.

    Quatro dos nove maiores empresas de petróleo em valor de mercado, incluindo a Royal Dutch Shell Plc e Total SA estão na lista das que apresentaram os documentos de licitação para o bloco em 21 de outubro.

    A Estatal chinesa China National Offshore Oil Corp e China National Petroleum Corp, bem como a Mitsui do Japão e da Petronas da Malásia, também se colocaram na corrida.

    O bloco de Libra, que se estende por cerca de 580 milhas quadradas, possui estimativa de conter até 12 bilhões de barris de reservas recuperáveis ​​de petróleo, de acordo com a publicação do The Economic Times.

    No entanto, de acordo com a Bloomberg, mais empresas não manifestaram interesse no bloco devido à falta de dados geológicos e experiência com o modelo de partilha de produção do projeto. 

    O Brasil está leiloando Libra no âmbito do acordo de participação nos lucros que a Petrobras e seus parceiros dão ao governo, ou seja, cerca de 42 por cento da produção.

    Magda Chambriard, chefe da agência reguladora de petróleo do Brasil (ANP), espera que mais de 40 empresas manifestem interesse na licitação.

  4. Amnésia crônica
    Algumas pessoas sofrem de amnésia crônica, só pode ser isso… Será que esqueceram que antes vigorava o regime de concessão dos tucanos, derrubado por Lula em 2010, para que fosse implantado o atual regime de partilha?  O esquerdismo deveria ter um mínimo de coerência em seus delírios e escrever textos criticando o regime de partilha que vigora na Venezuela do “neoliberal”, “entreguista” e “privatista” Hugo Chávez e Nicolás Maduro.  E deveria criticar também o regime de partilha que vigora na Rússia do “neoliberal”, “privatista” e “entreguista” Vladimir Putin! E assim sucessivamente, pois o corretíssimo regime de partilha existe em vários países do globo terrestre.  Acontece que cobrar coerência do esquerdismo é uma contradição em si, infelizmente.

    1. Mentiroso !

      Largue mão de ser mentiroso e querer insistentemente comparar o camarada Chavez com os vendilhões do PT. 

      Na Venezuela vigora o regime de concessão ALTAMENTE controlado pelo Estado.

      Instrua-se, antes de falar tanta besteira. 

      http://www.menpet.gob.ve/secciones.php?option=view&idS=51

      Partilha é bom para Angola, Nigéria e outros países sem condições de investir e com pouca segurança jurídica, jamais para um país como o Brasil.

      E na Rússia, aí você pirou de vez.

       

  5. leilao do campo de Libra

    Desde manhãzinha estou na internet visitando blogs para tentar formar opinião sobre o acerto ou desacerto do leilão de Libra nos moldes em que será executado. Minha conclusão até o momento é de que se trata realmente de problema com influência de numerosas e complexas variáveis. Apesar da clareza dos dois artigos, acho que para nós, povo, ainda que com certo grau de instrução, fica muito dificil pesar os prós e contras. Cecilia Binder. 

  6. Leilão de Libra

     

    Dois textos excelentes que dão um panoroma bem interessante do leilão. 

     Resumo: Esta bem claro que a Petrobrás fara uma parceira com as chinesas. A Petrobrás tem o interessse no financiamento que a China pode injetar nesse projeto e nas refinarias ociosas. E a China está interessada em segurança energética a preço de custo. O país tera um excedente em produção nos proximos anos, conforme dados da EPE, no entanto não terá capacidade de refino, o que a china tem de sobra. Parceria bem casada para os dois lados.

  7. A Exploração do Campo de Libra e os Desdobramentos na Economia

    “Estima-se que os investimentos no pré-sal para os próximos 30 anos movimentem US$ 1,7 trilhão (cerca de R$ 3,7 trilhões) no país — considerando efeitos diretos na cadeia produtiva de petróleo e gás, impactos indiretos em outros segmentos da economia e aqueles induzidos pelo aumento da renda dos trabalhadores. Para se ter uma ideia do que representa esse montante, o PIB (conjunto de bens e serviços produzidos) do país em 2012 atingiu R$ 4,4 trilhões. No mesmo horizonte de 30 anos, estima-se a criação de 87 milhões de empregos, também com impactos diretos, indiretos e efeitos da esperada alta de renda. Libra será fundamental nesse futuro.

    Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/economia/investimentos-no-pre-sal-para-os-proximos-30-anos-movimentarao-us-17-trilhao-10440618#ixzz2iMH9LsOV 
    © 1996 – 2013. Todos direitos reservados a Infoglobo Comunicação e Participações S.A. Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem autorização. “

    http://oglobo.globo.com/economia/investimentos-no-pre-sal-para-os-proximos-30-anos-movimentarao-us-17-trilhao-10440618

  8. O cerne da questão

    O cerne da questão não é o bônus de assinatura. É o timing para explorar Libra e o financiamento necessário.

    A Petrobras, como disse Mantega em entrevista na semana passada vem se capitalizando há algum tempo para arcar com o bônus de assinatura, tem caixa para isso.

    Agora para explorar Libra ai são outros quinhentos. R$ 100 bi para explorar e produzir esta acima da capacidade da empresa que ja esta comprometida com vários outros projetos. 4,5 bi ou 15 bi são valores pequenos ante o valor de investimento necessário.

    Há duas opções para obter o dinheiro necessário a exploração, uma parceria com a China que entraria com o dinheiro em troca de Petróleo e participação nos lucros, ou um financiamento externo, feito não pela Petrobras, que já esta no limite de sua capacidade de endividamento, mas pelo governo brasileiro, que com o inciso 12 da lei contrataria a Petrobras para a exploração e financiaria a exploração e produção do campo.

    Tendo em vista que a decisão é a de explorar agora. Qual opção é mais vantajosa ?

    Um financiamento externo pagaria juros sobre todo o capital necessário a taxas internacionais.

    Uma sociedade dividiria uma parte dos lucros com os chineses, que entrariam com grande parte do dinheiro necessário a exploração e produção e provavelmente o fariam com juros menores do que os praticados internacionalmente, pois eles tem a necessidade estratégica de garantir reservas de óleo.

    Essa é a conta que deve ser feita. E o governo federal ao que parece aposta que a parceira com os Chineses é mais vantajosa. Uma suposta troca de emails a esse respeito foi publicada na internet ( http://paulometri.blogspot.com.br/ ) essa semana :

    ““Senhores

    Em continuação aos acordos preliminares que chegamos, durante minha viagem à China, após conversar com as autoridades do meu país, estou pronta para fazer a seguinte proposta oficial de acordo: 1. A empresa dos Senhores, representando os seus bancos coligados, financiará a participação adicional de 20% da nossa empresa, que, assim, passa a ter 50% do capital do nosso consórcio. A empresa dos Senhores ficará com os outros 50% do consórcio.2. Este financiamento será pago com o fornecimento do nosso produto, da parcela que nos cabe, durante o tempo necessário até o abatimento completo, à empresa dos Senhores.3. As remessas mensais mínimas serão calculadas multiplicando-se o número de dias do mês por 300.000 unidades por dia.4. Sobre o saldo devedor, incidirão juros à mesma taxa da valorização das Letras do Tesouro Americano.5. Os abatimentos mensais do saldo devedor da nossa empresa terão o valor fixado em dólar com o preço do produto no mercado internacional no mês em questão. Os Senhores terão preferência para a compra de quantidades adicionais da nossa produção pelo preço do mercado internacional da época.Se os Senhores estiverem de acordo com esta lista de compromissos, podemos fechar este acordo e formar o consórcio. Ainda teremos que submeter nossa proposta ao órgão regulador do Governo responsável por este setor, que só se prende, para aprovação, ao valor da taxa sobre o lucro líquido do consórcio. Portanto, seria recomendável colocarmos um percentual em torno de 65% para garantir a aprovação. Assim, seremos imbatíveis.Aguardando a resposta, despeço-me.

    Saudações”.

    Se isso for verdade podemos supor que o capital para explorar libra virá 50 % dos sócios chineses e os outros 50 % vriam financiados a juros das letras do tesouro americano ??

    Em caso positivo avalio que é mais vantajoso para o Brasil a associação com os chineses, pois nenhum outro financiamento internacional será tão barato.

     

  9. A Estranha Ausência das Companhia Americanas

    “Por outro lado, Libra atrai não apenas as atenções, mas também boa parte da inveja do mundo, especialmente dos Estados Unidos. Espionando abertamente, o que parece ser uma contradição, o Brasil e, mais precisamente, a Petrobras, os americanos não pediram desculpas pela bisbilhotice de forte conotação comercial e assumiram uma atitude inesperada. As grandes multinacionais petrolíferas do país, assim como suas co-irmãs do Reino Unido, não apareceram para disputar o leilão. Apesar das suspeitas de informação privilegiada – ou talvez por causa delas -, essas ausências se deram logo na rodada de inscrições.”

    http://www.esmaelmorais.com.br/2013/10/no-epicentro-do-leilao-guido-ve-us-180-bi-com-a-privatizacao-do-campo-de-libra/

  10. Massa de manobra

    O que sei com total certeza, é que a maioria dos petroleiros está em greve por causa da sua campanha salarial, pois a anos a Petrobras só oferece correções pelo IPCA. Eles sabem que mais uma vez estão sendo usados como massa de manobra política, mas não há meios de evitar, visto que ao contrário do que muita gente pensa, o arrocho (em vários sentidos) vigora a muito tempo. Todos os anos os movimentos em potencial por salários foram furados pela FUP/CUT que detém o poder na maioria dos sindicatos. Agora para resolver seus problemas sentimentais ideológicos com o governo, impulsionaram um movimento que está forte, se aproveitando de circunstâncias que já estavam maduras a anos, visto que era a própria central quem “brecava” greves para valer via acertos de gabinete. Misturar política com campanha salarial é uma velha tática… A outra central minoritária (FNP), embarcou no movimento, porque por ela o mesmo já deveria ter ocorrido a uns 4 anos no mínimo… 

    Agora esperamos todos os próximos capítulos do imbróglio (seria a fase do “acerto”?). As ações sindicais contra esse leilão já deveriam ter acontecido quando da decisão de fazer-lo a muito tempo atrás, pois todos sabem que a decisão não é da Petrobras, mas sim do governo. E fica claro que o leilão vai ocorrer de qualquer maneira. Enquanto isso a grande imprensa se diverte com o sangue que verte entre “companheiros”… Aguardemos os próximos dois ou três dias e tudo ficará mais claro. Veremos quem está sendo sincero, e quem está usando a categoria… Pois os que perdem dinheiro e põem a cabeça no facão são os trabalhadores petroleiros!

    Um abraço.

    PS 1: a propósito, eu também sou contra leiloar o campo Libra, mas misturá-lo à campanha salarial é uma…

    PS 2: a Petrobras já mandou avisar que apresenta contra poposta salarial hoje, mas é claro que não vai falar de Libra.

  11. Tá bom , tudo pra Petrobras e todo dinheiro dos impostos também?
    Cadê no artigo análise da capacidade de investir ?
    Dar tudo a Petrobrás e quem vai DAR A MONTANHA DINHEIRO PRA ISSO?
    Entãoi tá saimos das maos das Multi e caimos nas mão dos Banqueiros internacionais !
    Escapa da M e cai na B?
    O Brasil não é só Petrobras , as demandas sociais são muitas, o dinheiro é pouco e esperar é arriscado !.
    No regime de Partilha o óleo é extratégicamente apropriado pelo Estado Brasileiro e é uma grande moeda geopolítica, podemos refinar NA MEDIDA DAS NOSSA S POSSIBILIDADES E PODEMOS EXPORTAR PRA PAÍSES QUE NOS INTERRESAR negociando CONTRAPARTIDAS .
    Não existiria pré-sal sem Governo Lula
    Quem ressuscitou a indústria Naval? r. Governo Lula!
    Quem exigiu , cada vez mais, percentual de fornecimento a industria local? Gov. Lula e Dilma.
    Quem poderá usar a capacidade do Pr-e-sal para a volta da Industrialização?
    r> Um Governo que pense o Brasil ,em que as pessoas analisem com vizão ampla e não vendo as coisas sómente EM SEU MUNDINHO CORPORATIVO !

    fAZER PARCERIAS EXTRATÉGICAS , POIS, A TAREFA É hercúlea !
    O Brasil não acaba na Petrobrás , mas, o que fizer-mnos com ela nos levará ou não ao desenvolvimento, industrial ,tecnológico e social.

    1. Do artigo, o segundo:
      “Essa

      Do artigo, o segundo:

      “Essa exploração e produção envolve um montante de recursos que, segundo os especialistas na indústria do petróleo, limita em muito a quantidade de empresas que se dispõem a participar dela. A suposição de que a Petrobras pode arcar sozinha com tais investimentos é irreal.”

  12. A discussão que não é feita no leilão de Libra

    Certamente que o destino e a forma de partição do produto e dos lucros do empreendimento são, sem dúvida alguma, de importância exponencial, mas, e a questão concernente a quem deve explorar, no sentido exato do termo, qual a dimensão da concretização da exploração??

    Cito inicialmente apenas a manchete de alguns dias atrás, em que o superávit primário somente resultou positivo em razão da comercialização de plataformas de petróleo.

    Outra, a previsão de investimentos no Porto de Rio Grande (RS), na construção de plataformas de petróleo na ordem de vários bilhões.

    Tais previsões com a entrada em exploração do pré-sal deve ser  re-estimada em dezenas de bilhões.

    Desta forma, sendo a PETROBRAS o operador, ou seja, quem explora, e estando legal e contratualmente previstas as contrapartidas de nacionalização dos produtos e materiais necessários a exploração, qual será a real participação dos lucros da referida estatal e por via indireta, do governo.

    Já foi dito centenas de vezes, que a mudança de paradigma da PETROBRAS não se resumiu a determinação governamental de que se fizessem plataformas no Brasil, mas, fundamentalmente porque a partir daí se desenvolveu um know-how nacional  na produção de tais instrumentos.

    O desenvolvimento da indústria naval e petrolífera no Brasil, somente com este direcionamento para a produção nacional, já foi excepcional, o que comprovaria que,  tanto quanto a definição de para quem vão os lucros ao final apurados, é o fato que indubitavelmente, o maior lucro é do PAÍS que desenvolve tecnologias, cria um inteligência – cada vez mais reconhecida no setor, dá empregos e, ainda, até mesmo, no campo dos lucros, em razão de ser quem operacionaliza a produção, é quem obterá, efetivamente, a maior parte dos lucros monetários.

    Finalmente, a desistência de petrolíferas americanas, que certamente não teria ocorrido se fosse ”um negócio da china” passou a dar outra conotação ao leilão, passou a ser um negócio para a China.      

  13. lembra da kate lyra??

    “brasileiro é tão bonzinho!!”

    não consegui apagar a imagem de meu cérebro, depois de ler o comentário do wladimir, chinês é tão bonzinho.

  14. EXPLORAÇÃO DO PRÉ-SAL À LONGO PRAZO

    EXPLORAÇÃO À LOOONGO PRAZO DO PRÉ-SAL

    A melhor forma de explorar petróleo é como faz Cuba: durante décadas da guerra fria “extraía” petróleo da antiga URSS. Agora extrai da Venezuela. Com a perda do fornecedor, depois da queda do ‘muro’, quem sabe o Brasil substitua a Venezuela em dificuldades, com o presidente caindo de Maduro – a saber – da bicicleta. São companheiros.

    A melhor forma de “explorar” o Pré-sal é política como o governo está fazendo: deixando lá nas profundezas – livre de espionagem – até que o FED decida pela retirada dos estímulos. O barril em queda – hoje com excesso oportunidades (Pré-sal, Golfo do México, Shale gás, etc.) suaviza despesas da Petrobras com importação de combustíveis. As grandes petrolíferas americanas têm ofertas mais promissoras do México –em vias de privatização da Pemex – e da Argentina no gás de xisto. De qualquer forma, a presença dessas petrolíferas dificultaria o arranjo de consórcio único, por isso indesejadas, sob alegações fúteis de espionagem.

    Por aqui, vale o ditado: “fazer sociedade com pobre é o mesmo que pedir esmola pra dois”.

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