Os erros da seleção olímpica são os mesmo da principal, por José Paulo Kupfer

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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José Paulo Kupfer

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OK, a seleção olímpica só tem um craque. Mas de que adianta um craque isolado na ponta esquerda? Qualquer timinho de várzea consegue marcar e anular o craque isolado num canto da linha de ataque.

Os erros desta seleção são os mesmo da principal — por isso, é bem claro que os erros são estruturais. Não, não é salto alto, nem falta de empenho dentro campo. Como já se tornou praxe, o empenho vai se transformando em cada um por si, cada um tentando resolver o jogo sozinho, com chutões de fora da área ou chuveirinhos e abafa, quando o relógio começa a se aproximar do fim do jogo. É o que explica bons jogadores em seus clubes pegarem de canela nas seleções.

O que falta é planejamento e treinamento — dessas faltas resultam falhas de posicionamento, desentrosamento, pobreza nas alternativas de jogada, se é que há alguma, jogadores distantes uns dos outros e fixos, como bonecos de totó/pebolim …

Apesar de tudo, ainda dá para recuperar, nessa competição menos exigente. Mas um novo vexame — e ainda maior, justo por ser uma competição menos exigente –, claro, não pode ser afastado.

Dureza. Já não bastava torcer para o Fluminense? … rss

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

11 Comentários

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  1. Coxinhas Meritocráticos no Esporte?

    Com bilhões de pessoas assistindo pela TV, com crianças com fome de esperança aguardando por um sinal de vitoria, mesmo em qualquer esporte, depois de terem sido invadidos e massacrados pelos invasores estrangeiros ou pelo terrorismo interno, os iraquianos tinham tudo para comemorar nesse empate com o Brasil, na casa do Brasil, ontem no futebol. Os jogadores correram por um prato de comida, dividiram todas as bolas, curtiram todas as emoções e deram aos seus compatriotas um pouco de alegria e esperança.

    Do outro lado, pelo Brasil, mesmo jogando em casa e para bilhões de espectadores, entra um grupo de estrelas para mais um jogo sem graça (contra seleções de “pouco glamour”), assim como na copa América, acompanhando o relógio para concluir logo, preocupados por ter deixado o carro importado no estacionamento, aguardando o novo contrato e a nova temporada milionária na Europa.

    O boxeador Popó falava recentemente na TV o quanto foi de duro para ele, tendo que dormir até embaixo da ponte para chegar a treinar na hora certa, ainda sem dinheiro para mobilização. Hoje – segundo fala Popó, há atletas recebendo 20 mil por mês, para – em tese – poder trazer alguma alegria ao povo brasileiro, muito mais em momentos como este, e ainda em casa!

    Este é o grande contraste do Brasil, de sofredores que lutam diariamente pelo seu sustento e de outros que aguardam pelo final de semana para ir a Miami. Isso também se reflete no esporte, com alguns que sofrem e lutam por uma medalha para o Brasil, com suas famílias e vizinhos que torcem e choram desde casa ou da arquibancada, o que contrasta com outros que já ganharam tudo o que queriam e que agora defendem apenas o seu status pessoal, normalmente fora do Brasil, mesmo sendo os brasileiros hoje, em forma inédita, os anfitriões desta olimpíada.

    Brasil não possui política de esportes como ação nacional (que poderia ser irradiada até as escolas através das universidades federais), mas apenas um tipo de “bolsa atleta” para patrocinadores bancar alguns “cavalinhos” independentes, na aposta individual por marketing e medalhas. Brasil coxinha age em forma “meritocrática” até no esporte, numa espécie de seleção de talentos via “olheiro” e não de massificação do esporte para todas as crianças e jovens, de onde aí sim sairiam muitos talentos, sempre e a todo instante, apenas que com a camiseta do Brasil esculpida ou tatuada no seu corpo (não necessariamente com a marca de um patrocinador), compromissados com a sua origem e com o seu país. Esportista brasileiro não deve dar apenas lucro ao patrocinador, mas sim alegria ao seu povo.

    Embora haja exceções em muitos atletas e em muitas modalidades esportivas, eu queria vibrar pelo Brasil como foi o grito emocionante do pequeno atleta da Coreia do Norte que ontem levantou mais de 150 Kg; sentir a felicidade do povo cubano quando assiste uma vitoria de alguém com o nome de Cuba no peito. Mesmo os EUA – que ganham em tudo, ontem o seu dream team de basquete detonou o seu adversário, não apenas para ganhar e avançar no quadro geral, mas para dar espetáculo a bilhões de espectadores pelo mundo afora. Resultado de jogo a gente pode ler na mídia, no dia seguinte, mas, o espetáculo e a emoção de assistir é algo que fica na lembrança para sempre.

    Por isso é que o povo ontem, no estádio, gritou pela entrada da Marta no time.

  2. Eu sei, eu sei… é dificil

    Eu sei, eu sei… é dificil mesmo aceitar que o que foi destruído em primeiro lugar foi a cultura do futebol!

    São décadas e décadas de idolatrice, historinhas de sucesso pra domesticar jovens, pedaladas, embaixadinhas, finalizações e passes errados em níveis absurdos (basta ver a média de passes errados dos campeonatos dos últimos dez, quinze anos), cavação de faltas e marcação de maricas (me perdoem os mariquinhas) e lavação de dinheiro e sonegação de impostos em série.

    Tenho sérias dúvidas de que seja possível formar uma seleção que preste nos próximos dez anos.

  3. Craques pernas-de-pau.

         Os ¨craques¨atuais ,são fruto da parceria entre midía,empresários e CBF. Basta uma jogada,um passe, um gol para que o mesmo seja elevado a um deus. Bem, depende do empresário e da midia. Esta trajetória mirabolante ,o leva ao destino final; Europa. Passado algum pouco tempo,a decepção , percebem o engôdo , e o retorno. Salvo raras exeções. Como eleva-los a esta categoria ,se até então não ganharam absolutamente nada , nem um titulo sequer? Não se firmaram em seus times ,e que dirá na Seleção. Cá prá nós , o nosso futebol ,entrou em decadência com a chegada inevitavel da tv, e o famigerado contrato com a Nike.Perceberam que até os nossos craques , os ¨deuses negros¨andam escassos? Falta mercado na Europa branca?

  4. Campinho de Pelada

    Em 1986 o jornalista Oldemário Touguinhó, em sua colonua no Jornal do Brasil, reclamou que as fábricas de craques estavam acabando. Surgiram as escolinhas, para os tubarões faturarem. Aí o modelo virou sub-europeu e a brasilidade, que “não se aprende na escola” (samba, futebol,,,) foi prás cucuias. Não à toa, o mesmo Kupfer escreveu artigo certeiro na Copa, denunciando a geometria espanhola que tomou conta do mundo. Um pouco de criatividade, holandesa, pos o teorema a perder. Quando o Parreira, Coutinho, Camerino, ditadura enfim (Esefex), afogaram a criatividade e mataram a iniciativa e a espontenidade de nossos craques, por uma fincenceirização criminosa, trouxeram um glossário colonizado: overlapings, full-time, interval-training, ponto-futuro, que os meninos das escolas públicas nunca iriam entender. Foram os primeiros coveiros, nesse aspecto. A cartolagem tradicional, ascendentes de Teixeiras, Marins, Euricos, Raymundos, têm o traço do coronelismo todo nosso. Mas os internacionalizados são mais vira-latas. O resultado dessa conjuntura vimos na Copa e vemos agora. E olha que ainda temos remanscentes por aí. Aqui em Juiz de Fora, outro dia, eu vi, numa pelada no Bairro Floresta, um craque verdadeiro brincando numa pelada. Fiquei extasiado. Lembrei do Geraldo Assoviador e de outros. Fosse nos tempos dos olheiros apaixonados e o Sr. Walcy (?!?) faria com ele como fez com o Andrade, sem ganhar um tostão, muito pelo contrário. Então tem jeito.

    1. o que dizer quemconfunde

      o que dizer de quem confunde esporte com posse de arma para uso particular?? é pra chorar. o que a sociedade debate é a posse de armas nas mãos de cidadãos comuns. e não o esporte.

  5. “OK, a seleção olímpica só

    “OK, a seleção olímpica só tem um craque.”

     

    Os torcedores estão procurando quem é esse craque até agora…

  6. Acho que o futebol brasileiro

    Acho que o futebol brasileiro deve ser utilizado como estudo de caso sobre o impacto do neoliberalismo nas atividades humanas, afinal, em que outra instituição pode-se encontrar a ganância cega, corrupção cavalar, imediatismo, idolatria estéril, meritocracia duvidosa, impunidade comprada pelo dinheiro e a quantidade de asnices que se fala todo dia sem se saber absolutamente nada?

    O que está acontecendo não é acidente. É o resultado do que acontece quando os interesses mercantilistas e imediatisatas (neste caso, Globo, dirigentes e empresariado) vem antes do estratégico. Achavam que a fonte nunca ia secar, mas secou e eles destruiram nosso futebol. Pena é que poucos tem a coragem de apontar e dizer isto, e os que dizem são silenciados.

  7. Enquanto os clubes forem

    Enquanto os clubes forem comandados pelos dirigentes  reféns  ou cúmplices  da gang CBF/Globo/Federações/Dirigentes Corruptos  não há solução para o nosso futebol.

         Os atletas de volei ,  de basquete e outros fundamentos  treinam frequentemente os fundamentos do  esporte que paraticam  .  No futebol,  o garoto do sub-18 já acha que sabe tudo…. Aí,  estamos cansados de ver atletas  profissionais de futebol que mal sabem cabecear, chutar em gol, fazer um passe certo,  marcar com eficácia, “ver” o jogo…Futebol de base ?  Feito para as TV’s fabricarem falsos craques, e os “interessados ” ganharem polpudas comissõews na venda dos passes de nossoas promessas de jogadores de futebol…

  8. O futebol  poderia estar

    O futebol  poderia estar  para o Brasil  como o cinema, a música, o basquete está para os Estados Unidos : fonte de riquezae empregos.

      Tirando os jogadores dos 20 clubes da primeira divisão….Quanto desemprego, quanta desolação..!

     

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