Partido de Macron denuncia presença de Steve Bannon em Paris

O partido República em Marcha de Emmanuel Macron denunciou hoje a presença em Paris de Steve Bannon, o ex-estratega político de Donald Trump, e as suas ligações à União Nacional (extrema-direita francesa), referindo-se a um "ataque à soberania"

Foto: Reuters

do Notícias ao Minuto

Partido de Macron denuncia presença de Steve Bannon em Paris

Tranquilamente, Steve Bannon coloca as suas malas em Paris na sua suíte no Bristol a 2.500 euros por noite para fazer ganhar [Marine] Le Pen [líder da União Nacional]. É um ataque à soberania da eleição dentro da linha estratégica dos nacionalistas […] de vomitar”, escreveu o diretor de campanha do República em Marcha (LREM), Stéphane Séjourné, na rede social Twitter, numa referência às eleições europeias que vão decorrer dentro de poucos dias.

O porta-voz da campanha do partido do presidente francês (Macron), Pieyre-Alexandre Anglade, qualificou igualmente, numa entrevista televisiva, a presença de Steve Bannon em França para apoiar a União Nacional (ex-Frente Nacional) de Marine Le Pen como “extremamente grave”.

Numa entrevista dada ao jornal Le Parisien no hotel Bristol, na capital francesa, Bannon afirmou que veio para Paris porque “de todas as eleições que irão acontecer no próximo fim de semana na Europa […] França, é de longe, a mais importante”.

O ex-estratega político do Presidente norte-americano (Donald Trump) referiu que estará em causa “o posicionamento mundial” de Emmanuel Macron.

“É um referendo a ele e a sua visão para a Europa”, declarou Bannon, que prevê um “terramoto” no próximo dia 26 de maio, dia em que França vota nas eleições europeias.

Na semana passada, parlamentares franceses pediram uma comissão de inquérito à União Nacional de Marine Le Pen, na sequência de uma reportagem sobre ligações do partido de extrema-direita a Steve Bannon.

Dois senadores e dois deputados confirmaram à agência France Presse (AFP) o seu apoio ao apelo para uma tal comissão, lançado pelo ex-ministro de direita Fréderic Lefebvre, dirigente do partido Agir, aliado da maioria do Presidente Emmanuel Macron.

Os parlamentares querem determinar se o partido incorreu em “alta traição” com uma potência estrangeira, na sequência da publicação de uma reportagem no canal France 2 que mostra dois dirigentes da União Nacional, Louis Aliot e Jérôme Rivière, a proporem a Steve Bannon assistir a reuniões entre Marine Le Pen e altos funcionários de França.

Le Pen reagiu denunciando “uma pobre manobra eleitoralista de um movimento que está prestes a perder o primeiro lugar nas sondagens”, numa referência ao LREM, de Macron, que lidera as sondagens com uma pequena vantagem sobre a União Nacional.

Steve Bannon teve um papel central na campanha presidencial de Donald Trump e foi nomeado conselheiro do Presidente dos Estados Unidos, cargo de que se demitiu em agosto de 2017.

Em 2018 lançou em Bruxelas a fundação The Movement (O Movimento) para criar uma rede de partidos populistas europeus com vista às eleições para o Parlamento Europeu (PE), que se realizam entre 23 e 26 de maio.

Redação

4 Comentários

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  1. As manifestações do movimento difuso jalecos amarelos vão desaguar na provavel vitoria da extrema-direita francesa para o parlamento europeu. Os macronistas estão nervosos com esse recado forte antes das proximas presidenciais.
    Alias, o roteiro da Caravana Lula Livre Europa esta previsto ir ao Parlamento Europeu no dia 27 de julho, dia da posse dos novos deputados… Se der extrema-direita, não sei como vamos ser recebidos.

  2. Tem de fazer campanha mesmo enquanto este senhor estiver representando a destruição das democracias entre tantas outras maldades, infundindo redes de intrigas e disseminação do ódio. Um país atento, impediria a sua entrada, se bem que eles já tem outros meios assim como já criaram, como no caso do Brasil vários cupins a roerem a democracia.

  3. Este safado pronive toda esta destruição da democracia apenas para enriquecer seus patrões, especialmente Robert Mercer.
    A França ainda tem chance, basta olhar para as merdas que esta direita vem espalhando pelo mundo.

  4. Não minha cara Maria Luisa. O que leva a direita para cima é exatamente a intransigência do governo Macron, isto é falado tanto pelos círculos de esquerda como de direita.

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