Os novos sinais de cartel praticados pela CPTM

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Jornal GGN – Em meio à divulgação de formação de cartel para o fornecimento de equipamentos e serviços para o sistema de transporte metro-ferroviário do Estado de São Paulo, a CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) comprará novos trens para a rede. Informações do site “Diário do Centro do Mundo” mostram que, no último dia 03 de julho, foi publicado um aviso de homologação de concorrência número 8085132011. “Com esta publicação, sabe-se que a CPTM comprará de dois consórcios internacionais 65 trens pelo valor de R$ 1,8 bilhão”, diz o texto, assinado por Joaquim de Carvalho.
 
A operação é uma das maiores realizadas pela empresa que, ao contrário do que ocorreu com outras companhias públicas, permaneceu sob controle do Estado. Contudo, declarações de Rogério Centofanti, assessor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana, indicam que quem controla as atividades são “empresas privadas”. “É como se o estado fosse o dono da vaca, mas quem mama são empresas como a Siemens, a Alston e a CAF”, acrescenta Éverson Craveiro, presidente do Sindicato.
 
Tal simbiose teve início em 1997, sob administração de Mário Covas, quando o governo do estado aceitou a doação de 48 trens da Renfe, a estatal espanhola de trens – trens esses que iriam virar sucata na Europa. No acordo de doação, as autoridades paulistas concordaram que a reforma dos trens ficaria à cargo da Renfe. De acordo com Craveiro, os gastos foram equivalentes ao de um novo trem, e o processo permitiu a entrada de empresas estrangeiras ao pátio da ferrovia paulista, até então ocupada majoritariamente por empresas nacionais, entre as quais despontava a Mafersa.
 
“A CPTM se tornou um balcão de negócios do governo tucano”, diz Centofanti, antes de explicar a compra mais recente, a de R$ 1,8 bilhão. O edital apresentado avaliou em R$ 23,7 milhões o preço de um trem, mas a proposta mais barata foi de R$ 26,2 milhões, oferecido pelo consórcio IESA/Hyundai. Embora o valor tenha sido superior ao preço de referência, ele foi o menor entre os valores apresentados. Contudo, foram vendidos apenas 30 dos 65 trens encomendados – os 35 veículos restantes foram para o consórcio da espanhola CAF com a francesa Alstom, que cobrará R$ 28,9 milhões por trem.
 
De acordo com a matéria, a CPTM poderia ter comprado todos os trens por aproximadamente R$ 1,5 bilhão se a licitação não fosse dividida em dois lotes. “A IESA/Hyundai poderia ter ficado com toda a encomenda, já que participou da licitação nos dois lotes. Curioso é que em um, o de trinta trens, ela apresentou um preço mais baixo, e ficou em primeiro lugar. No outro, o de 35 trens, ela apresentou um preço mais alto do que a CAF/Alstom, ficando em segundo lugar”, diz o texto. Este é um sinal de que houve acerto entre as companhias, mas a CPTM acabou por homologar a licitação do mesmo jeito, ao invés de suspender a compra por suspeita de cartel.
 
 
 
Veja a íntegra da reportagem no link abaixo
 
Exclusivo: A CPTM virou um balcão de negócios do governo tucano”
 
 
Com informações do Diário do Centro do Mundo
Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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