Os bustos vetados nas praças de SP

Por MiriamL

Da Folha

São Paulo passa a rejeitar doação de busto para praça

Para presidente de comissão, esculturas estão ligadas a ideia do século 19

Associação afirma que a doação do busto de um herói político libanês, que custou R$ 40 mil ao órgão, não foi aceita

VANESSA CORREA
DE SÃO PAULO

Alessandro Shinoda/Folhapress

Busto de Álvares de Azevedo no largo São Francisco. SP veta instalação de novos bustos em lugar público

Busto de Álvares de Azevedo no largo São Francisco. SP veta instalação de novos bustos em lugar público

Para a Prefeitura de São Paulo, busto em praça pública é uma coisa muito século 19 e, a partir de agora, a doação desse tipo de escultura não será mais aceita.

EmsuEm sua última reunião, a Comissão de Gestão de Obras e Monumentos Artísticos em Espaços Públicos não só se negou a receber um busto do sheik Pierre Amine Gemayel como decidiu que “pontuar praças e canteiros centrais da cidade com bustos e cabeças, dada a dimensão da cidade, nada mais representa que poluir a paisagem”.

O busto do sheik, um herói político libanês, custou R$ 40 mil à associação União Cultural Kataeb Líbano-Brasil. Ele seria instalado na praça de mesmo nome, na Vila Olímpia, na zona oeste.

O presidente da associação, que também mantém a praça, Georges Khouri, 68, diz não entender a decisão. “Nós só queremos colocar o busto na praça. Caramba, é tão difícil isso?”

Segundo a presidente da comissão, Letícia Bandeira de Mello, a cidade recebe muitos pedidos desse tipo. Para ela, “não se pode ficar preso a uma ideia do século 19”, e esse tipo de homenagem poderia ser expressa com outro tipo de escultura.

O escultor Cícero D’Ávila, autor de um busto de Tiradentes instalado no bairro Cidade Tiradentes, na zona leste, acha a medida um “erro”.

“Para que dizer se isso é século A, B, C ou D? Eles querem ditar uma tendência de moda nas artes plásticas, isso é um absurdo”, diz o escultor. Para ele, só faz sentido se a medida visar impedir que obras de gosto duvidoso sejam colocadas na cidade.

De acordo com o inventário de obras em logradouros públicos de São Paulo, a cidade tem 52 bustos e cabeças. Só na praça da República (centro), local que concentra o maior número de esculturas do tipo, há oito delas.

A mais antiga, que retrata o escritor Álvares de Azevedo, é de 1907 e está no largo São Francisco, no centro, seu quinto endereço na cidade -outro foi o depósito municipal, por quase 30 anos.

A prefeitura diz que continua tendo interesse na doação de “bustos de relevância artística comprovada, para serem instalados em locais onde possam ser devidamente percebidos e apreciados”.

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/cotidian/ff1207201128.htm

Luis Nassif

1 Comentário

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  1. Bustos em praça

    Na realiadade não quero fazer um comentário e sim uma pergunta,

    quero transsformar uma praça em Praça dos prefeitos, onde a idéia

    é colocar o busto do ex-prefeitos.

    Acontece que tenho apenas 02 ex-prefeitos vivos., e um deles está

    prefeito novamente. Posso colocar o bustos deste ex-prefeitos Vivos?

    Obrigada

    Ma. das Graças

     

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