Eugênio Salles: morre o símbolo da dignidade conservadora!
Durante seus 69 anos de sacerdócio, destacou-se por seu conservadorismo teológico (muito próximo dos papas Woityla e Ratzinger) e por uma ação, oculta, longe dos holofotes, de intensa defesa dos direitos humanos, incluindo aí a literal salvação de cerca 4 mil refugiados políticos de todo o continente sul-americano.
Morreu ontem, 9/07/2012, aqui no Rio de Janeiro – no Palacete São Joaquim, no Alto da Floresta do Sumaré, o cardeal emérito do Rio de Janeiro, Dom Eugênio Salles. Durante seus 69 anos de sacerdócio, incluindo aí 43 anos como cardeal, destacou-se por seu conservadorismo teológico ( muito próximo dos papas Woityla e Ratzinger ) e por uma ação, oculta, longe dos holofotes, de intensa defesa dos direitos humanos, incluindo aí a literal salvação de cerca 4 mil refugiados políticos de todo o continente sul-americano.
Um pastor nordestino
Eugenio Salles nasceu na fazenda Catuana, na pequena Acari, no Rio Grande do Norte, em 1920. Sua ligação com a terra, com os homens da terra, sempre foi intensa. O sofrimento e as injustiças da Questão Agrária no Brasil estavam vivas, de primeira mão, na sua consciência. Mesmo antes de tornar-se sacerdote pensou em ajudar os pobres do campo, optando por ser agrônomo. Contudo, sua vocação religiosa – uma marca de família – o manteve no sacerdócio. Ainda assim, como padre, buscou minorar as condições de vida dos trabalhadores rurais do Rio Grande Norte através da criação dos primeiros sindicatos rurais – o que lhe valeu, na época, o epíteto de “padre vermelho” por parte da oligarquia desalmada e da mídia reacionária. Não se tratava, ao contrário da Teologia da Libertação, que viria depois, de uma opção política ou ideológica “preferencial pelos pobres”. Para o padre Eugênio simplesmente a pobreza e exploração feriam, espiritualmente e fisicamente, o corpo criado por deus, que deveria ser santificado…
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