História de crimes e mentiras, por Janio de Freitas

Da Folha de S. Paulo

História de crimes e mentiras

Por Janio de Freitas

Os 70 anos da vitória dos Aliados na 2ª Guerra coincidem com os 40 anos da derrota dos EUA no Vietnã

Estes dias de maio, há 70 anos, celebravam o fim da Segunda Guerra Mundial com uma euforia a que não faltava indisfarçável sentimento de vingança rancorosa contra a Alemanha e seu povo. Ao passar das semanas e meses, as expressões da alegria se esgotaram e cresceu a ira contra os alemães, com as sucessivas revelações das desumanidades nazistas. Abriam-se para o mundo capítulos terríveis da história dos vencidos, mas se vedavam outros na história dos vencedores, para que permanecessem ignorados pelo mundo.

Não muito depois daqueles dias, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill diria, em discussões sobre um tribunal para os crimes dos chefes nazistas, uma frase franca: “Passamos pelo risco de lá estarmos nós”. Churchill escreveu muito sobre a Segunda Guerra, e, com diferentes formas, exprimiu muitas vezes aquela percepção. Foi um dos pontos em que não precisou mentir, como a sucessão dos anos e das revelações mostraria contra muitos outros trechos.

Americanos e britânicos cometeram muitos crimes de guerra, que a historiografia descreve mas não qualifica. Cidades alemãs arrasadas e populações trucidadas por bombardeios aéreos quase sem intervalo, divididos entre a aviação americana durante o dia e os britânicos à noite. O próprio Churchill é duríssimo ao citar a destruição de Dresden e Colônia em sua longa “História da Segunda Guerra Mundial” (oito volumes na edição inicial).

Como responsável pela avaliação, na Alemanha vencida, dos reais efeitos da tática de bombardeios maciços, John Kenneth Galbraith conta em suas memórias as decepcionantes conclusões da investigação. A população civil, e não a indústria, foi a mais arruinada pelos bombardeios. Destes Churchill pôde falar, mas não de um outro.

A cidade inglesa de Coventry foi destruída por gigantesco bombardeio alemão. O primeiro-ministro Churchill estava informado de que haveria o ataque. Não mandou evacuar a cidade, nem outra medida para proteger a população, convencido de que fazê-lo indicaria aos alemães a decifração do seu código. A decisão quase inacreditável só veio a ser conhecida 36 anos depois. Graças a um livro de apenas 200 páginas, mas tão perturbador, da história contada da Segunda Guerra e de muitos dos seus chefes, que um acordo tácito o encobriu tanto quanto possível.

Menino ao tempo da guerra, e desde então apegado ao tema, nos anos 70 e por desfastio passei os olhos em um exemplar –na seção de livros, claro– da oficialesca “Time”. Era a de 9.12.74. E me surpreendi com a resenha de um certo “The Ultra Secret”: o inglês F.W.Winterbotham, ex-piloto e depois integrado ao “serviço de inteligência” da força aérea, aos 76 anos vê-se como último a saber toda a história de um lado secreto da guerra. Decide contá-lo, por instância familiar, para que não se perca. Importar livro com aquele título, na ditadura, daria em aborrecimento. O sociólogo Luciano Martins o trouxe.

Depois de tanta leitura sobre a guerra, tudo iria recomeçar: Winterbotham conta como foi quebrado o código secreto do comando alemão, inclusive o de Hitler, e como uma equipe de cientistas e técnicos, por ele gerenciada nos arredores de Londres, conduziu a finais favoráveis tantos momentos decisivos da guerra. Há pouco, o autor central da quebra do código, Alan Turing, tornou-se assunto frequente na imprensa por ter um arremedo da sua vida contado em filme, mais por sua oprimida homossexualidade que por ser um dos inventores fundamentais do computador.

Todos os grandes êxitos contra os alemães partiram da decifração das ordens, localizações e planos trocados entre os comandos e as forças nazistas. Até a invasão da Normandia foi salva pelo conhecimento prévio das ações inimigas. Mas, nunca perdoados pelos americanos, os ingleses lhes deram as informações sem jamais lhes passarem o sistema de decifração, certos de que fariam alguma asneira. Ainda assim, fizeram: informados, abateram o avião que levava o almirante Yamamoto. Não só sinalizaram a decifração do código, como mataram o principal favorável japonês a um acordo para acabar a guerra.

Os 70 anos da vitória dos Aliados na Segunda Guerra coincidem com os 40 anos da derrota dos Estados Unidos no Vietnã. Esta guerra ainda não tem o seu Winterbotham. Mas desde o primeiro momento tem história tão mentirosa quanto a Segunda Guerra Mundial. E com muito mais crimes de guerra que não tiveram o seu Tribunal de Nuremberg.

Mal começavam as hostilidades, depois ficou provado, aviões dos Estados Unidos despejaram produtos tóxicos que mataram 76 pessoas. O “agente laranja”, desfolhante venenoso lançado nas florestas e plantações, ainda faz vítimas. A principal arma de bombardeio foi o napalm, bomba cuja explosão libera uma gelatina em chamas que gruda no corpo e nos objetos. A guerra química é a mais forte proibição da Convenção de Genebra. Os norte-americanos a praticaram em larga escala durante 11 anos.

Foram bonitas as celebrações da vitória feita por mentiras de competência militar. Não se tem notícia das celebrações da vitória vietnamita sobre as mentiras derrotadas.

Redação

52 Comentários

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  1. Nassif
    Contar histórias da 2ª

    Nassif

    Contar histórias da 2ª guerra sem  inclusão da Russia, nunca será bem contada. 

    Quanto a história do Vietan, melhor esconderam…..

  2. Não concordo

    que a campanha maciça aliada de bombardeiros contra a Alemanha tenha sido um crime de guerra. A tática iniciou-se com a Alemanha, incidentalmente e imediatamente retaliada pelos Britânicos. Mas depois Hitler iniciou a tática de terra arrasada contra a Inglaterra. Se a eficiência deste tipo de bombardeio contra a industria nazista não foi o que se imaginava, é inegável que, pelo menos, reteu em solo alemão grande quantidade de canhões antiaéreos, incluindo os temíveis 88 mm que provocavam verdadeiro massacre aos tanques russos e ocidentais, munição e tropas para opera-los. E principalmente, caças, que fizeram falta aos alemães, principalmente no front russo, onde os soviéticos, embora nunca tenham conseguido a superioridade aérea que os aliados ocidentais conseguiram na Africa, Itália e França, promoveram verdadeiros massacres de tanques e veículos alemães com sua frota de IL 2 Sturmovik.

    1. Prezado senhor Ulisses.

      A questão é o objetivo. Os aliados já sabiam que o exército vermelho ocuparia o leste germânico e iniciaram uma guerra de terra arrasda para evitar entregar uma área com indústria e população preparados para o futuro, o crime foi atingir a população visando atacar o “aliado” que já se preparava para ocupar a região. A guerra já havia sido decidida com a derrota do 5º Exército Alemão e a retomada de Stalingrado em 1943 a sequência  dos ataques aéreos ao leste germânico se fez desnecessários dirigidos à destruição de civis provocada por bombardeios gerais e sem alvos militares específicos.

      1. Durante a decurso da guerra

        Durante a decurso da guerra NINGUEM SABIA QUE ISSO OU AQUILO IRIA ACONTECER. Dizer ex-post-facto que fulano já sabia que o sicrano ia vencer tal batalha é RIDICULO. Até o fim da guerra havia IMPONDERAVEIS, ninguem prevê o futuro com essa precisão especialmente numa guerra.

        1. Teerã e Yalta foram muito antes de acabar a guerra

          Sua afirmação é emocional e disso nada serve para esclarecer os fatos e por favor respeite a opinião dos outros pois ridículo será esse seu comportamento. Teerã e Yalta aconteceram muito antes do término da guerra e os lideres “Aliados” dividiram o mundo entre eles. Como poderiam ter feito isso se não sabiam ainda de que lado estava a vitória. Politicamente há que se afirmar que nehuma ditadura é eterna e o fim dos investimentos do capital financeiro ocidental na Alemanha após 1941 já antecipava praticamente seu destino. Apesar da guerra o povo alemão ainda desfrutou de algum conforto até esse período depois virou escravo do próprio regime.

      2. Pergunte a Stalin e Hitler

        O efeito do bombardeio sistemático teve para os russos e alemães. Guerra é foda. Deviam-se pensar mil vezes antes de entrar nela. Depois que entrou, a moralidade é a ultima preocupação de ambos os lados. Vencer é a palavra chave. Muito bom o filme Fury que passou recentemente por aqui e infelizmente teve baixa divulgação e interesse, É de embrulhar o estômago. Infelizmente no final quase estragam o filme com aquele combate de um Sherman pifado contra o batalhão das SS. Rizível, mas até ali o filme paga o ingresso.

      3. Falácia geográfica

        Citar Dresden é fácil para argumentar a tal terra arrasada. Mas o que dizer sobre os ataques à Colônia, Mainz, Koblenz, Stuttgart, etc.?

        Ou vai ver que os aliados pensavam que a parte ocidental também seria perdida para os russos…

      4. O territorio que seria a

        O territorio que seria a Alemanha Oriental não tinha industrias, é a area agricola da Alemanha, a mais atrasada.

  3. “o julgamento de Nuremberg”

    Já havia comentado sobre esse julgamento depois de assistir o filme sobre isso. Se as falas foram fieis ao que ocorreu, eu senti que o julgamento mais parecia uma armação e que aos vencedores é que cabiam os espólios. Estou achando que tudo foi mais uma reconfiguração do poder mundial. Interesses inconfessáveis agiram nas sombras. Uns perderam e os outros ganharam. Até hoje continuam se digladiando e nós somos os peões.

  4. Tive um colega vietnamita que me mostrou como eles…

    Tive um colega vietnamita que me mostrou como aquele povo viu o pós-guerra. Numa festa só de comida chinesa e vietnamita, Phan (não sei a grafia correta) num determinado momento quando os chineses começaram falar da segunda-guerra e das agressões norte-americana posteriores, ele chegou e disse baixinho de forma discreta para ninguém mais ouvir.

    – Nós não falamos muito da guerra do Vietnã porque nós ganhamos a guerra!

    Saiu sorridente e feliz como um menino levado, que apesar de ter apanhado muito do maior, conseguiu no fim o que queria.

    Talvez tenhamos que enxergar a segunda-guerra com mais uma das guerras fratricidas e com genocídios, da mesma forma que o povo Roma, que prefere cantar e dançar o futuro do que viver do passado.

    1. Meu Santo Inacio, ACABOU O

      Meu Santo Inacio, ACABOU O COMUNISMO, ainda duvidam, não está claro? A estrategia americana era impedir que o comunismo se espalhasse na Asia. ERa a Teoria do Dominó, hoje é o Vietnam, depois a Tilandia, a Malasia e Singapura.

       Ou alguem acha que os EUA queriam o Vietnam como colonia permanente?

      Os EUA conseguiram muito mais que isso, LIQUIDARAM O COMUNISMO no mundo, e vcs querem considerar que os EUA perderam? Se eles perderam quem ganhou? Tem dois milhões de viets nos EUA e o Vietnam é hoje super-capitalista,

      cade o Hochi Minh? Dá nome a cidade mas não tem mais comunismo lá.

      Quem acabou foi a URSS, não os EUA e a Chiba mudou COMPLETAMENTE de lado, hoje guarda seu dinheiro os EUA.

      1. E daí? Não há novidade nisso.

        E daí? Não há novidade nisso. O capitalismo é o sistema econômico mundial, é amplamente hegemônico. E certamente continuará a sê-lo por muito tempo. Mas mudará, e certamente será através de uma mescla de capitalismo e socialismo democrático. Espero.

        Mas nada disso altera o fato de o povo vietnamita ter vencido, militarmente inclusive, as forças armadas e os serviços de “inteligência” dos EUA, nos anos 60 e 70, assim como venceram antes os colonizadores franceses.

        1. Platão há mais de dois mil anos

          Dizia que o comunismo é impossível. A evolução diz que o homem é individualista. A história da civilização aponta para a inexistência de uma comunidade perfeita. E há gente que ainda fica pensando que Marx tinha razão!!!! É mais uma teoria, vamos parar com isso. Tem buracos como qualquer outra, e não deu certo e não dará. Seu teste histórico não foi de resulatdos. O mundo será sempre capitalista, com a apropriação privada dos bens. Haverá épocas mais sociais e outras menos, mas ficar discutindo essa de comunismo é coisa de universitário de primeiro ano de curso de sociologia. 

  5. Como todo esquerdista de

    Como todo esquerdista de batismo Janio esqueceu de qualquer deslize humanitario da URSS antes, durante ou depois da Guerra, ai incluindo o fuzilamento por Stalin de dois milhões de prisioneiros de guerra russos que estavam na Inglaterra,

    para Stalin quem viu o Ocidente não era mais fiel ao comunismo, tampouco teve qualquer importancia os massacres por tanques das Revoluções Hungara de 1956, de Berlim em 1955, da tcheca, da polonesa, etc.

    A descrição desse massacre está no épico livro de Nicalas Tolstoy VICTIMS OF YALATA.

    Quanto ao Vietnam houve derrota politica dentro dos EUA e não militar no Vietnam, a esquerda sempre confunde o fim da guerra pelos Acordos de Paris em 1973, com a derrota final da Republica do Vietnam do Sul em Saigon em 1975, quando há dois anos já não havia soldados americanos no Vietnam, a fuga do telhado da Embaixada era de vietnameses do sul em helicopteros da Marinha americana e não de soldados americanos.

    Mas toda essa “”vitoria”” dos comunistas não adiantou nada, hoje o Vietnam é cem por cento capitalista e até a energia eletrica é de companhias americanas (a nossa querida AES Eletropaulo, coitados dos vietnamitas).

    1. O incrivel aa

      Quer dizer que alguem fuzilou dois milhões de russos que estavam presos na inglaterra. Coitado do aa,. vive de fantasias e mente a si próprio deslavadamente.

      AA, a russia ganhou a guerra. E os comunistas de todos os paises foram contra a guerra. Por isso foram presos e mortos como traidores e antipatriotas pelos que queriam a guerra. Churchil foi o grande responsável por ela por achar que uma guerra europeia destruitria o continente e aumentaria o poder rlativo da inglaterra. Os comunistas sabiam o porque da guerra, interesses geopolíticos e comercialis de alguns, denunciaram, lutaram contra sua efetivação e foram trucidados por isso, em todo o mundo..

    2. Mentira inacreditável

      “…. o fuzilamento por Stalin de dois milhões de prisioneiros de guerra russos que estavam na Itália”. Esta é uma das maiores mentiras já publicadas neste blog.

      O AA é um comentarista respeitável e um ótimo articulista sobre diversos assuntos como política, história, etc.. Entretanto, percebe-se que ele acredita em tudo que lê.

      1. http://www.amazon.com/Nikolai

        http://www.amazon.com/Nikolai-Tolstoy/e/B000APQAAY

        Este assunto é COMPLETAMENTE DOCUMENTADO, como os crimes de Nuremberg. Nem na Russia de hoje é posto em duvida, tanto que o Estado russo paga pensões às mulheres desses priosioneiros executados.

        As execulões foram um capitulo da fala de Kruschev no XX Congresso do POUS, Kuschev confirmou as 2 milhões de execuções de prisioneiros de guerra por Stalin. Ver discurso de Kruschev , tem no Google.

      2. Quem falo na Italia? Estavam

        Quem falo na Italia? Estavam na Inglaterra. levados das areas industriais da Alemanha ocidental onde trabalhavam como escravos nas fabricas.

    3. André, está certo que o

      André, está certo que o artigo não menciona crimes de guerra do lado soviético. Mas essa do “fuzilamento por Stalin de dois milhões de prisioneiros de guerra russos que estavam na Inglaterra” provavelmente é mais uma das muitas lorotas superlativas da propaganda anticomunista. Um dos crimes de guerra soviéticos, comprovados, é o do estupro de mulheres alemãs, ao fim da guerra. Mas infelizmente este é um dos crimes de guerra mais comuns no mundo, desde que o mundo é o mundo. 

      Quanto a desqualificar a vitória militar do Vietnã, é risível. Além de ter um estrategista militar genial, o Vietnã tem um TODO um povo valoroso, que lutou brava e empenhadamente contra a ocupação americana. Se você acha que a vitória desse povo humilde contra a maior potência militar do mundo “não adiantou nada”, é porque sua cegueira ideológica não lhe deixa perceber que há muito, muito, valor nisso, e este não é econômico.

      1. http://www.fortfreedom.org/h1

        http://www.fortfreedom.org/p6.htm

        A questao da EXECUÇÃO dos prisioneiros russos assim que desembarcavam em Odessa é ABSOLUTAMENTE DOCUMENTADA, pesquise no Google, há centenas de fontes e relatos independentes, a RUSSIA DE HOJE paga indenizações à familias dos prisioneiros. O tema foi mencionado no XX Cobgresso do Partico Cominsta da URSS

        por Kruschev, não há mais discussão historica sobre esse fato completamente registrado.

        O impressionante é o RETARDO MENTAL da esquerdolandia brasileira, duvida sobre dossiês já fartamente esclarecidos na Russia de hoje.

        O livro de Nikolas Tolstoy traz todos os registros OFICIAIS dessas execuções.

        1. RETARDO MENTAL é ocê, uai

          RETARDO MENTAL é ocê, uai !

          Quer dizer que você quer nos fazer crer que, ao término da 2ª guerra, existiam, sediados em solo inglês, 2 milhões de prisioneiros russos detidos pelo exército alemão.

          Pelo que eu entendi, esses 2 milhões de prisioneiros russos foram libertados pelos ingleses ou pelas Forças Aliadas que, generosamente, os transportaram para a Inglaterra. (Você não tem idéia o que é transportar 2 milhões de soldados, prover moradia e alimentação).

          Ora, os russos lutaram contra os alemães em território russo, nos territórios da Europa Oriental e em parte do território da Alemanha que depois tornou-se a Alemanha Oriental.

          Não haviam tropas aliadas nesses territórios, exceto o exército russo.

          Tudo leva a crer que prisioneiros russos detidos pelo exército alemão foram libertados pelo exército russo à medida que as tropas russas avançavam em direção a Berlim e foram ou reincorporados às tropas ou mandados de volta à Moscou.

          Por outro lado, é fato que o exército alemão não fazia prisioneiros russos, considerados pelos alemães como uma etnia inferior. A maioria dos prisioneiros russos foi sumariamente fuzilada, pelos alemães.

          Se os prisioneiros russos eram fuzilados à medida que chegavam em Odessa, por certo os ingleses não desconheciam as execuções. E não suspenderam o embarque dos prisioneiros russos ? Não faz sentido algum essa história, típica da propaganda anticomunista e da guerra psicológica que existiam desde a revolução de 1917.

          1. http://en.wikipedia.org/wiki/

            http://en.wikipedia.org/wiki/Operation_Keelhaul

            Oa alemães na primeira fase da Operação Barbarossa capturaram 6 milhões de prisioneiros russos, 5 milhões foram levadas para a Alemanha para as zonas industriais do Ruhr para trabalhar como escravos, ao fim da guerra existiam TRES MILHÕES nessas condições em AREAS CONTROLADAS PELOS OCIDENTAIS, esses prisioneiros foram portanto libertados

            pelos anglo-americanos e levados para a Inglaterra.

            Pelos acordos de YALTA a Inglaterra assumiu o compromisso com a URSS de repatriar esses prisioneiros em até 1 ano após o fim das hostilidades. Quando começou a repatriação chegaram logo à Inglaterra noticias dos fuzilamentos no proprio cais de Odessa. Houve uma grita na Inglaterra para que se suspendessem as repatriações MAS o Foreing Office foi irredutivel, essa clausula dos Acordos de Yalta precisava ser cumprida porque era compromisso oficial do Governo ingles. A questão chegou à imprensa e houve um grande escandalo e debate sobre as repatriações, houve processos e comissões de inquerito, tornou-se uma questão muita conhecida e considerada hoje um vexame para a Inglaterra.

            A repatriação teve o nome-codigo de OPERATION KEELHAUL, o numero de repatriados chegou a 2 milhões.

          2. Os números são

            Os números são ridículos.

             

            Tenho certeza que houve fuzilamentos no porto mas como se deu a logística para os 2 milhões? 1 bala para cada? enterrados onde?

            Temos que acreditar porque está escrito EM 1 LIVRO?

             

            Na boa, não me parece razoável.

      2. No livro do Antony Beavor

        Berlim, o autor já citava o destino dos russos que se deixaram cair prisioneiros dos alemães, principalmente de 1941 e 1942. Os civis tiveram destino pior, foram mandados para campos de trabalhos para reeducação comunista na Ásia. Imagine o que passou e quantos sobreviveram para retornar. Stalin, em termo de massacre de seu próprio povo rivaliza-se a Hitler. Também a proprias mulheres do exercito soviético sofriam abusos sexuais da suas proprias tropas e os ofciaias ignoravam as reclamações.

    4. A quem interessa ‘ressucitar’ Stálin?

      A História nos serve para entender o presente. A diferença entre Stalin e os EUA é que STALIN MORREU EM 1953, A URSS ACABOU EM 1991, mas os EUA e o capitalismo continuam vivos (embora não estejam passando bem). É  preciso gritar e repetir o óbvio um milhão de vezes pois a extrema direita neoliberal na qual o meu xará se inclui repete bilhões de vezes a mentira de que a URSS é um perigo atual e que Stalin está vivo – onde será que ele está escondido? Será que ele manda mensagens do além pela internet???

      O comunismo está vivo? Talvez, mas um filósofo do século XIX dizia que o ‘comunismo é um movimento real’ e não uma fórmula que repete o passado pois a história ‘só se repete como farsa’. Se o comunismo está vivo é como o movimento real que se opõe as desgraças do capitalismo triunfante. Resta saber a quem interessa ‘a farsa’ da ameaça ‘comunista’, entendida como a repetição do stalinismo. A ‘vitória” do capitalismo trouxe a maior concentração de renda da história e a destruição progressiva dos direitos sociais; esses são fatos do presente. E a bola da vez é a democracia liberal, burguesa, formal. O capitalismo trinfante aos pocos vai se desfazendo de seus aspectos civilizatórios. E é para manter o status quo dos 1% que detem 40% da riqueza mundial que a direita está ressucitando Stalin.

      1. A União Soviética nunca teve uma chance!

        Se analizarmos bem a história da União Soviética ela nunca teve uma chance para se desenvolver.

        Estava numa guerra que levou a Rússia a falência, de 1917 a 1922 sofreu uma invasão de 14 nações estrangeiras inclusive com parte de ocupação da Sibéria pelos Japoneses.

        Perdeu território até 1922 não possuindo nesta época um porto que funcionasse todo o ano, resultado do “cordão sanitário” feito pelos aliados.

        De 1922 a 1941 teve uma periodo sem grandes guerras.

        De 1941 a 1945 sofreu a maior invazão do exército alemão que deslocou 75% de suas tropas para o lado oriental.

        De 1945 até 1991 teve que gastar grande parte do seu orçamento para se prevenir de invazões dos mesmos “aliados” de sempre, a chamada guerra fria.

        Em resumo, enquanto os USA invadiam outros países e não sofriam invazões externas a União Soviética teve que lutar várias guerras dentro de suas fronteiras.

        Com isto tudo ainda queriam que a União Soviética tivesse mais sucesso econômico do que os USA?

        Só se Stalin fosse um santo milagreiro!

    5. Os “milhões” de Stalin

         Ou melhor escrevendo, os assassinados pela NKVD e GRU.

          Mortos são mortos, independem da imbecil ideologia, não se ideologiza execuções, deportações, elas ocorreram, são documentadas nos próprios arquivos soviéticos, portanto nega-las é burrice, não é questão de Veja x Carta Capital, é um simples dado de realidade, como Katyn, uma ação politico-militar, compreensivel na ótica de Stalin, negada décadas pelos soviéticos, mas confirmada pelos próprios, após os anos 80.

           Contextualizar é uma forma de entender os motivos de Stalin, sem juizo de valor, ou quaisquer condicionantes humanitários, guerras não são humanitárias, portanto, contextualizando:

           Em consequencia das sérias derrotas, em batalhas de cerco e envolvimento, sofridas pelas Forças Soviéticas, entre 1941 e 1942 , sendo a ultima a Batalha de Smolensk, as rendições de tropas soviéticas, carrearam para os alemães, mais de 2 milhões de prisioneiros de guerra ( estimativas ), e nos territórios ocupados, da Bielorussia, Ucrania, Estados Bálticos, ocupados pelos alemães, uma grande quantidade de civis russófonos, foram tangidos – semiescravidão – para trabalhar no Reich.

            Em vista destas rendições/deserções, o Stalin e o STAVKA, determinaram em Ordem Executiva a ser exercida pela NKVD e pelos Politruks do GRU, que qualquer rendição de tropas, unidades ou soldados soviéticos, fosse encarada como deserção, punivel com a pena de morte – é parte do decreto, esta ordem executiva, “terra arrasada” ( uma cópia mais elaborada da ordem do Tzar feita a época da Guerra Napoleonica ). Aliás em Jan/43, Adolf Hitler, tambem em Ordem Executiva ( Fuhrerbehefl ), encaminhada ao OKW, deu a mesma ordem, ao transformar Stalingrado em “Festung” (Fortaleza) – qualquer soldado alemão, ou unidade, que se rende-se em uma “Festung”, era condenado diretamente a execução sumária.

           Portanto, em vista desta ordem, todo soldado soviético em situação de prisioneiro, ou cidadãos soviéticos que trabalharam para o esforço de guerra alemão, eram considerados desertores, no minimo suspeitos, todos, sem exceção, sujeitos aos “autos de fé ” proporcionados pela NKVD, e como muitos deles estavam a época do final da guerra, em areas sob administração britanica ou americana, foram entregues aos russos – muitos foram mortos, outros – a maioria – foram deportados para reeducação, e analise sobre suas convicções politicas, mas nenhum oficial profissional, não politruk, do Exército Vermelho, vindo de captura, teve esta sorte.

            Dado histórico REAL: Muitos pilotos e tripulações, tanto da ADD *, como da VVS *, derrubados “alem das linhas de contato”, entre 1943/1945, quando em varios locais, as frentes de batalha eram fluidas, em constante movimentação, foram abatidos, sobreviveram, mas em certa profundidade ( até 600 Km  – distancia comum na area de Pripet ) das linhas alemãs, e conseguiram, alguns com o auxilio de “partisans”, retornar as linhas soviéticas – e eram detidos para “autos de fé ” pela NKVD, alguns inclusive foram executados – não deram as respostas “certas”, outros foram para a Sibéria, alguns para os famigerados “Batalhões de Engenharia Disciplinar ” * do Exército Vermelho, a situação, mais para o pessoal altamente treinado da ADD, chegou ao ponto, do Gen. Novikov, exercer sua influência com Stalin, visando derrubar esta “ordem” emitida por L. Beria. E conseguiu, a liberação pela NKVD que suas tripulações, oriundas destas areas, não ficassem  detidas para interrogatórios, por mais de uma semana.

             Se vcs. gostam deste tipo de histórias, sobre a perseguição, prisão e execução, levadas a cabo pelos paises da finada “órbita soviética”, tipo Polonia e Tchecoslovaquia, contra seus compatriotas militares, que “lutaram do lado errado “, com os americanos e principalmente britanicos, tenho várias, e com hungaros, bulgaros e romenos, que pior ainda, lutaram do lado dos alemães, tambem tenho – Até posso discorrer sobre as divisões russa e ucraniana das Waffen-SS, o Exército de Vlassov ( todos foram executados pós-guerra, e mereceram ), ou sobre como Tito ( Iugoslavia ) “tratou” os Waffen-SS das Divisões Bósnia e Croatas ( um assunto que rolou até os anos 90, ainda não cicatrizado ).

            Mas meu caro Dr. AA, estes assuntos de 70 anos de idade, já deveriam ter sido enterrados, pois discutir com ideologia barata, pouco importando em qual local do espectro ideológico a discussão se faz, é algo cansativo, chato, ou como diria Stalin – morte de milhões é apenas uma estatistica – é algo horrivel.

             Glossário:

             VVS: Força Aerea Russa – na época soviética, na 2a GM, é o que consideramos hj. como “aviação tática”, e sua componente de defesa aérea, na época, seria conhecida como IA-PVO, a qual englobava, até 1.996 todos os sistemas terrestres e aereos de defesa da URSS, posteriormente a Russia.

              ADD: Aviação Estratégica de Longo Alcance – subordinada diretamente ao STAVKA, era a força de bombardeiros da URSS ( que na década de 30 foi a maior do mundo, a época montada por Y. Alskins/V.Khripin, segundo o conceito estratégico elaborado por Tukhachevsky das “Operações em Profundidade” – uma das origens teóricas da blitzkrieg de Guderian – pena que todos estes patriotas soviéticos, Stalin em sua paranóia de poder, matou durante os expurgos.

               Batalhões de Engenharia: Os soviéticos – exército vermelho -, assim como os alemães, possuiam “Batalhões Penais/Regimentos Penais”, unidades variando em efetivo entre 800 até 1.200 soldados, primordialmente utilizadas em “engenharia de combate/sapadores ” na REAL, sem eufemismo militar: desbravadores de campos de minas, ou os que tinham mais “sorte” ou “menores penas”, eram destinados aos “Batalhões de Choque “, ou as “Unidades de Assalto Primario” ( é facil ve-los em filmes soviéticos, eram aqueles malucos da infantaria, encarapitados em cima de tanques T-34, que realizavam o 1o choque ).

            

      1. Não no estrito. Só no sentido amplo.

        Em matéria de valentia militar, os norte americanos não são de nada. Pergunte aos ex-pracinhas que serviram na 2ª guerra. Se existe uma coisa em que eles são bons é na publicidade. Ou dito de outra forma, na capacidade de produzirem mentiras. Subjacente à mentira, salta aos olhos sua imensa covardia. Diante dos mais fracos, a impiedade. Diante dos mais fortes, a lisonja. 

        Os cagões desastrosos tiveram que sair correndo do Vietnã, seja porque foram enxotados, seja porque não tinham mais capacidade de luta. Quem se retira do cenário de guerra é quem perdeu. E o sr. diz que não foram derrotados? 

  6. Por motivos desconhecidos e

    Por motivos desconhecidos e preocuapantes,Janio consegue escrever uma coluna que não coloque o PT como vítima.

         Não porque o livra desse papel, mas que resolve ser neutro e escrever sobre outro assunto,

                   E isso é inédito.

                         Registre-se pra posteridade!

    1. Major Pyotr Mikhaylovich Gavrilov

      Gawrilowbrest.jpg

      É o cara. Último resistente da Fortaleza de Brest, caiu ferido depois de mais de um mês de luta, mas antes botou muito alemão pra fora do mundo. Um cara duro na queda, comunista, sobreviveu ao ferimento, sobreviveu ao campo de concentração, sobreviveu à guerra, sobreviveu à expulsão do partido depois da guerra, sobreviveu ao cumprimento do dever na Sibéria, reencontrou a mulher e o filho adotivo, depois de 15 anos do começo da guerra, e morreu no começo de 1979, com mais de 78 anos. Foi reabilitado, depois que um livro foi publicado sobre o que se passou em Brest, recebeu a Ordem de Lenin e o título de Herói da União Soviética. Está sepultado no cemitério da Fortaleza.
       
      Há um filme sobre ele de 1956, está em russo no youtube, este aí é o terceiro e realmente é ótimo; outro foi realizado em 1985, que conta a história do começo da guerra, a Fortaleza é um episódio, foi um dos primeiros alvos, e ele uma personagem; este filme você encontra aqui ==> https://jornalggn.com.br/blog/almeida/libertacao-osvobozhdenie-de-yuri-ozerov – vai lá, é de graça, não cobro ingresso, tem uma versão completa em russo e uma versão incompleta legendada em espanhol, procure pelos capítulos Агрессия/Agresión. Não perca o restante da programação que vale muito a pena.

      Um abraço

      Guarnição Imortal – «Бессмертный гарнизон» – 1956

      [video:https://www.youtube.com/watch?v=5w1t9eKJpKc%5D

       

  7. janio tem razão em lembrar do

    janio tem razão em lembrar do lugar-comum da guerra como, antes de tudo, é uma história de crimes e mentiras… como também tão bem analisou o historiador inglês tony judt: guerra é teatro de estratégias e operações da inteligência e do poder político-militar, mas que, para soldados comuns e homens comuns do seu nassif e vítimas comuns inocentes não havia nada de nostálgico ou triunfalista em seus relatos de privações, erros e imcompetência (tá vendo! não é só o governo dilma mais lulopetismo que os cometem à exaustão… nas guerras europeias do século xx também houvera muita merda e incompetência na estratégia, na gestão, na operações e, como sempre acontece, é o c dos outros, o da gente comum, que estava na mira de tiros e bombas, é gente comum que estava na via-crúcis de sofrimento, caos, fome, frio, miséria, ultraje ao cadáver, selvageria).

    Agonia e Glória é o grande filme de guerra de Samuel Fuller…e Fuller, da experiência própria dos campos de batalha europeus e asiáticos, disse mais do que uma vez que a única glória na guerra é sobreviver.

    Robert Capa, testemunha ocular no front de guerra fez a foto abaixo, na Londres bombardeada pela pesada incessante blitz alemã pelos idos de 41… alguém daqui há de se lembrar, no memorial da guerra, quem foram e o que se sucedeu aos dois herois anônimos londrinos, seres comuns, que, nesta foto, foram flagrados a postos no seu posto exposto de vigias de ataque aéreo do Posto 2 do bairro de Lambeth, em Londres?

     

  8. guerra

    Vê-se que Hitler pode ter sido um coitadinho. Não destruiu Paris; juntou a Austria; deixou os milhares de soldados ingleses fugirem. Monstros talvez sejam aqueles que ganharam a guerra, se utilizaram da indústria alemã e das tecnologias e mataram aqueles que receberam e comandaram as ações nazistas.

    1. Do lado dos poderosos não há inocentes

      Acho que você não entendeu o texto: do lado dos poderosos não há inocentes. Hitler não tinha nada de coitadinho. Em primeiro lugar antes da guerra, Hitler teve todo o apoio do Ocidente em seu governo. Em segundo lugar é bom não esquecer o que os nazistas fizeram na Alemanha e nos terrítorios ocupados com judeus, homosexuais, comunistas e ciganos. Vitimas foram os milhões assassinados pelos nazistas diante da omissão do resto do mundo; vitimas foram os milhões que pereceram na guerra dos dois lados; todos foram vítimas dos detentores do poder.

    2. Hitler queria destruir Paris

      Quem não obedeceu as ordens foi o general O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,o-dia-em-que-paris-se-salvou,20040822p7051O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,o-dia-em-que-paris-se-salvou,20040822p7051Von Choltitz, comandante alemão de Paris.

      http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,o-dia-em-que-paris-se-salvou,20040822p7051

  9. Enigma

      Nunca se pode na História relegar a segundo plano o trabalho de Turing, não só ele, que não trabalhou sozinho, MAS o inicio da decodificação das mensagens alemãs – a 1a chave – ainda quando a “Enigma” possuia apenas 4 rotores, é de 1931, e quem a forneceu, ao Serviço Secreto Francês, foi o pouco conhecido Hans – Thilo Schmidt, um funcionário do Chiffrierstelle amt Herr ( Serviço de Criptografia do Exército Alemão ).

       Hans-Thilo Schmidt , por suas atuações, foi preso em abril de 1943 pela Gestapo, não se sabendo ainda hj., se sua morte na Prisão Berlin/Moabit, foi sob tortura ou executado sem processo.

    1. Os poloneses já haviam decrepitado algumas mensagens.

      Antes da invasão da Polônia, uma série de matemáticos Poloneses haviam conseguido decripitar algumas mensagens da Enigma, o problema era a velocidade com que era feito isto, eles utilizavam uma série de planchas que colocadas sobre as mensagens conseguiam lê-las, o problema é que o número destas planchas eram enorme e a decriptação das mensagens demorava muito.

      A história correta da Enigma ainda não foi escrita por completo, o que Turing fez foi a criação de um computador analógico-elétrico que permitiu um cálculo rápido das mensagens.

      É interessante que os ingleses demoliram completamente a máquina de Turing logo após a 2ª guerra (em 1945 mesmo) para que não caisse nas mãos de seus ALIADOS! Só em 1970 é que noticiaram ao mundo a existência da mesma, tem muita sacanagem em torno desta máquina!

      1. Os poloneses

          Marian Rejewsky, Jerzy Rozycki e Henryk Zigalski, e detalhe, sem os calculos iniciais de M. Rejewsky as “bombas” de A. Turing não teriam existido.

          http://www.nsa.gov/about/cryptologic_heritage_hall_of_honor/2014/rejewski.shtml

          Endereço do “Hall da Fama” da espionagem e contra-espionagem eletronica.

           Já para os que gostam de matemática, não aritmética, e de informática, um trabalho bom sobre o tema, em português, da Dra. Thais Cristine Krischer (UFRGS), em: http://www.lume.ufrgs/bitstream/handle/10183/66106/000870987.pdf

  10. Poucos temas me fascinam

    Poucos temas me fascinam tanto como o da vitória dos aliados na segunda guerra mundial, ou, para os russos, a Grande Guerra Patriótica. Fico imaginando o que teria sido do mundo se os russos não tivessem liquidado o exercito alemão na Batalha de Stalingrado ou na batalha de tanques em Kursk, estes foram sem dúvida o “turning point” da segunda guerra mundial e me causa estranheza o revisionismo tosco de alguns lideres mundiais, amplificados pela mídia ocidental no sentido de d…iminuir a importância da participação dos soviéticos no conflito. Em 2010, tive o privilegio de participar das comemorações do sexagésimo quinto aniversário da vitoria em Moscou nas proximidades do Kremlim, acho que mais precisamente na Rua Tvserskaya e pude perceber como é bonito o sentimento de um povo que jamais se renderá! Parabéns Rússia, parabéns a esse povo que eu aprendi a admirar! Um dia ainda regresso pra servir à terra da tão querida” mother Rusia”.

    1. Parada aérea

        Estavamos próximos, mas na dos 65 anos, o mais impactante para mim, foi a “parada aérea”, quando alguns esquadrões da VVS, fizeram o numeral “65”, sobre os céus de Moscou.

  11. Debater história é debater

    Debater história é debater fatos. Nem que estes não se apresentem em unidade porque ela – história – é escrita por Homens; muitas das vezes sem serem testemunhas oculares e baseados em relatos de terceiros e documentos. 

    Bem isso é tão óbvio, não? Para que, então, arguir isso? Ora, porque o que se constata é que muitos querem discutir  as narrativas históricas  como se debate os fatos da contemporaneidade. Ou seja, com paixão é muito “achismo”. 

    Assim, o ideal seria fornecer as devidas fontes confiáveis. 

    A guerra do Vietname, por exemplo, por que essa insistência em não distinguir derrota militar e derrota no seu mais amplo aspecto? Derrota militar é quando, nos dizeres de Von Clausewitz, o inimigo se encontra totalmente sem meios mais de lutar. Os EUA, apesar de terem lançados mais bombas nos vietnamitas que o total usado por todos os países na II Guerra, jamais fez uso de toda a sua capacidade militar. Não chegou nem perto. Mesmo assim não foi derrotado em nenhuma batalha. A mais renhida, a de Hué, foi vencida por ele e seus aliados do Vietname do Sul. 

    Isso também não implica que os guerrilheiros vietcongs e os soldados do Norte não tenham sido combatentes corajosos e seus generais não brilhantes. Ao contrário. 

    Na realidade a guerra terminou pelo aspecto militar num impasse  aparentemente contraditório: nem os EUA foram vencidos nem os seus inimigos foram derrotados. Nessas situações entra em cena  a política e a diplomacia. Foi o que ocorreu. 
     

    1. Meu caro Costa, parabens pela

      Meu caro Costa, parabens pela sua precisão e objetividade, é desse tipo de narrativa clara e organizada que o blog precisa, voce é um dos bons comentaristas desse espaço.

    2. Costa

      Para alguns pode parecer que a guerra do vietnã poderia se encaixar nesta definição de não previsão dos eventos, entretanto para o grande general Vo Nguyen Giap, que além de ser um dos maiores comandantes militares da história, as coisas saíram exatamente como ele pensou.

      Quando os USA entraram com suas tropas na guerra foi perguntado ao general que poderia acontecer, ele simplesmente fez um cálculo dos efetivos das forças armadas que existiam, de quantos que poderiam ser deslocados para o Vietnã e que mais do que isto os USA teriam que adotar o alistamento não voluntário e que isto traria problemas internos nos USA.

      Seus cálculos políticos-militares foram precisos e aconteceu exatamente o que Giap previu e estava preparado para resistir. 

      Em resumo, ou os Estados Unidos adotavam uma economia de guerra e um amplo alistamento militar para lutar uma guerra que não dizia nada ao povo norte-americano (que era bem mais crítico do que nos dias de hoje) ou perdiam a guerra. Os militares e políticos americanos preferiram não encarar esta solução devido a fortes resistências internas, que estas sim, eram imprevisíveis. Logo os vietnamitas ganharam a guerra dentro de uma perspectiva político-militar que era prevista pelo lado do Vietnã e só ficou clara para os norte-americanos uns três anos antes do fim da guerra.

      Uma situação semelhante foi a ocorrida na Primeira Guerra Mundial, onde as tropas Germano-Otomanas ainda tinham capacidade de resistir, mas movimentos populares contra a guerra mostravam que ela poderia ter um revés como ocorrera na Rússia.

      Analisar uma guerra só pelo aspecto militar é um erro, pois desta forma não se entende vários eventos que ocorrem, como outro exemplo, a rendição francesa na Segunda Guerra, onde a França se rendeu com grande parte de suas tropas e armamentos intactos. Em outro artigo anterior se colocou que a guerra Franco-Alemã teria se decidido logo após a invasão alemã, porém esta análise não se sustenta quando se vê que mais de 50% dos tanques franceses foram entregues ao exército alemão intactos, ou seja, analisando pelo aspecto militar propriamente dito a guerra não estava perdida, porém pelo lado político é outra coisa.

      1. Perfeito. Tanto é que escrevi

        Perfeito. Tanto é que escrevi em outro comentário “derrota militar em sentido estrito”, ou seja, técnico. Entretanto, isso parece óbvio, a guerra não deixa de ser a política por outros meios(não lembro agora quem disse isso). Nesse sentido, os EUA perderam-na, sim. 

        a. 

    3. Historiadores mentem

      Historiadores mentem profissionalmente. São contratados pelo poder dominante para escrever a história “oficial”.

      Mentem, sonegam informações, escondem documentos, interpretam os fatos conforme as suas preferências ideológicas e a remuneração que lhes pagam.

      E os historiadores que contam uma história alternativa são boicotados pela mídia alinhada com o poder dominante.

      Um exemplo que está na nossa cara: a História do Brasil que aprendemos nas escolas.

      Pura louvação do poder dominante. Lixo puro.

      Recentemente, assisti um vídeo sobre a verdadeira (acredito eu) história da escravidão no Brasil.

      Meu queixo caiu. Foi a partir dai que comecei a entender o assassinato diário (verdadeiro massacre) da população negra no Brasil, especialmente os jovens negros e essa proposta escandalosa da redução da maioridade penal. Nada mais é do que dar um arcabouço legal para a repressão policial e a chacina de adolescentes negros.

      Estranho você não apresentar nenhum ceticismo quanto às narratias históricas oficiais sobra a 2ª guerra mundial.

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