Simples assim

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Sugerido por Anna Dutra

Do blog do Juca Kfouri

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  1. O eco do vazio

     “O eco é um fenómeno físico que se detecta com facilidade no dia-a-dia. É causado pela reflexão do som.

    A reflexão do som ocorre quando as ondas sonoras encontram superfícies duras e lisas. Nessas condições, voltam para trás, refletindo-se”

    Fonte: http://www.prof2000.pt/users/mrsd/8ano/Eco.htm

    Um dos inúmeros ditados que refletem a sabedoria popular diz que “saco vazio não fica em pé”.

    Esse sempre foi o dilema que fez e faz parte da vida de toda e qualquer pessoa digna.

    No Brasil particularmente.

    A fome de um ser humano.

    A fome que nunca permitiu ficar de pé, ereto, este país, de tão humilhado que tem sido o seu povo ao longo de muitos anos, séculos.

    A política brasileira sempre viveu em torno disso.

    Para o bem e para o mal.

    Para o bem, tentando minimizar o problema.

    Para o mal, explorando-o.

    No entanto, é consenso mundial que nos últimos 10 anos o Brasil vem enfrentando essa chaga com seriedade e competência, razões pelas quais tem ganho prêmios internacionais como o país que mais e melhor tem combatido a fome, praticamente eliminando-a.

    Não mais se ouve o ronco dos estômagos vazios.

    Entretanto, se não mais se ouve o ronco dos estômagos vazios, demos para ouvir outros sons, estranhos.

    Sons que não têm origem nas outrora panelas vazias das pessoas pobres.

    Sons que, ao contrário, têm origem justamente no fato de estarem cheias aquelas panelas.

    São sons que nos chegam das salas de jantar bonitas, arrumadas, bem decoradas e também elas, salas de jantar, com fartura de comida.

    Sons que nos chegam das varandas dos apartamentos.

    Todos os sons desejam expressar alguma coisa, algum sentimento.

    Como a “soul music”, que expressa o som da alma, esses sons também expressam o som que vem das profundezas da alma.

    Das almas vazias.

    “A reflexão do som ocorre quando as ondas sonoras encontram superfícies duras e lisas. Nessas condições, voltam para trás, refletindo-se”

    O som das panelas vazias, manuseadas pelos exímios músicos da desesperança e do egoísmo, viaja pelas cidades de grandes construções arquitetônicas, belas casas e apartamentos com as suas paredes duras, lisas e frias e dali “volta para trás”, no mais puro reflexo da pequenez de homens e mulheres que carregam dentro de si frustrações inconfessas, em vidas, ao contrário das suas panelas vazias, cheias de infelicidade.

    É aí que ecoam as almas vazias.

    E é daí que vem o barulho das panelas.

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=K552OGCJpqk align:center]

    1. Panelas cheias, almas vazias.

      Os panelaços tem nos colocado diante desta triste realidade: aos que mais detem, retem e – em alguns casos – herdaram deveria corresponder mais consciencia, mais discernimento e mais sentimento quanto aos ganhos obtidos das políticas de distribuição e inclusão. E o quanto essas conquistas deveriam ser defendidas e preservadas, em benefício de todos.

      O que se vê, infelizmente, é uma avidez patrimonialista, uma necessidade atávica de acumulação que os coloca, paradoxalmente, na posição de escravos de uma posição conquistada ao invés de agentes de mudança na direção da ampliação da distribuição, para que todos tenham, todos usufruam dessas conquistas. Tornam-se obstáculos ao bem estar geral pois que não dominam suas posições, seus ganhos e sua riqueza:  ao contrário, estão escravizados a estas manifestações exteriores e delas tornaram-se dependentes ao ponto de perderem-se em suas convicções e aprendizados pretéritos na frenética intenção de a tudo reterem, nada dividirem ou compartilharem com o restante da sociedade.

      Egoísmo e orgulho em altíssimo grau e um equívoco que pode nos levar – como sociedade – a uma divisão perigosa.

      A ver como os acontecimentos se derenrolarão hoje e na sequência com a repercussão da manifestação.

      Obrigada por ter deixado teu comentário.

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